Reino Unido, Vendas a Retalho – 20 Out 24

Aumento inesperado das vendas a retalho no Reino Unido em setembro

  • As vendas a retalho no Reino Unido cresceram 0,3% em setembro de 2024, superando a expectativa de uma queda de 0,3%.
  • O setor de telecomunicações e computadores registou um aumento de quase 35%, impulsionado pelo lançamento da linha iPhone 16 da Apple.
  • As vendas a retalho no terceiro trimestre cresceram 1,9%, o maior aumento trimestral desde meados de 2021.
  • A confiança dos consumidores mantém-se frágil, com preocupações sobre aumentos de impostos e o custo de vida.
  • Em termos anuais, as vendas a retalho aumentaram 3,9%, o maior crescimento desde fevereiro de 2022.

As vendas a retalho no Reino Unido registaram um aumento inesperado em setembro de 2024, de acordo com dados oficiais divulgados na sexta-feira, contrariando as expectativas de um abrandamento do consumo. Os receios de possíveis aumentos de impostos, antes da apresentação do primeiro orçamento do novo governo, no final deste mês, pareciam não ter afetado as decisões de compra dos consumidores.

O volume de vendas cresceu 0,3% em setembro, ultrapassando a previsão dos economistas de uma queda de 0,3%. Este desempenho, em conjunto com os ganhos mais fortes observados em julho e agosto, resultou num crescimento total de 1,9% no terceiro trimestre, o maior aumento trimestral desde meados de 2021.

Setores em destaque

O setor de telecomunicações e computadores destacou-se, sendo o principal impulsionador do crescimento das vendas de produtos não alimentares. Este segmento registou um impressionante aumento de quase 35% em termos mensais em setembro, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (ONS). A Apple, por exemplo, lançou a linha de iPhone 16 focada em inteligência artificial, além de um novo Apple Watch e AirPods, o que contribuiu para este crescimento expressivo.

Impacto na confiança dos consumidores e na libra

Apesar de os consumidores britânicos continuarem cautelosos com a perspetiva de aumentos de impostos e das difíceis condições económicas, o impacto destes fatores ainda não se refletiu plenamente nas suas decisões de consumo. Alex Curr, economista da Capital Economics, afirmou que o aumento de setembro sugere que, embora haja preocupações, essas não estão a travar os gastos das famílias de forma significativa.

Com a divulgação destes dados, a libra esterlina registou um aumento face ao dólar americano.

Preocupações económicas e o futuro

No entanto, as famílias britânicas continuam a enfrentar desafios relacionados com o aumento do custo de vida, agravado pelos preços elevados da energia desde a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022. A pressão sobre os orçamentos domésticos diminuiu ligeiramente, com a inflação a cair para menos de 2% depois de atingir um pico de 11,1% em outubro de 2022. Além disso, os salários têm crescido mais rapidamente do que os preços nos últimos meses, o que proporciona algum alívio às famílias.

Os números publicados esta semana também mostraram um abrandamento no ritmo de aumento dos salários, o que reforçou as expectativas de que o Banco de Inglaterra possa reduzir as taxas de juro na reunião de 7 de novembro, com outra potencial descida em dezembro.

Perspetivas para o setor de retalho

O ONS também revelou que o crescimento das vendas nos supermercados foi mais fraco, impactado pelo mau tempo e pela redução nas despesas com produtos alimentares não essenciais. Apesar disso, houve um forte crescimento nas lojas de tecnologia, como mencionado anteriormente.

Lisa Hooker, da PwC, alertou que, apesar da recuperação do sentimento dos consumidores desde as eleições gerais, essa melhoria continua frágil e desigual. O setor alimentar, no entanto, continua a apresentar resultados robustos, com a Tesco a elevar as suas previsões de lucros anuais e a prever um forte período de vendas no Natal. Contudo, os consumidores permanecem hesitantes em relação aos gastos em itens discricionários, como referido por Simon Roberts, chefe da Sainsbury’s.

Em termos anuais, até setembro de 2024, os volumes de vendas aumentaram 3,9%, o maior crescimento desde fevereiro de 2022, refletindo uma resiliência considerável no consumo, apesar das incertezas económicas.


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