
Política Monetária do Canadá: Um Regresso à Baixa Inflação
Destaques:
- O Banco do Canadá reduziu a sua taxa diretora em 50 pontos base para 3,75%, a primeira alteração significativa desde março de 2020.
- A inflação caiu para 1,6% em setembro, abaixo do objetivo de 2%, levantando preocupações sobre o impacto das taxas elevadas nos preços.
- O Governador Tiff Macklem afirma que o objetivo é manter uma inflação baixa e estável, com previsão de novos cortes nas taxas até dezembro.
- O crescimento económico do Canadá apresenta sinais de fraqueza, com previsões de um PIB anualizado de apenas 1,5% no terceiro trimestre.
Na quarta-feira, o Banco do Canadá anunciou uma redução de 50 pontos base na sua taxa diretora, fixando-a em 3,75%. Esta é a primeira alteração significativa desde março de 2020, sinalizando um retorno a um ambiente de baixa inflação no país. O Governador Tiff Macklem expressou otimismo durante uma conferência de imprensa, afirmando que “os canadianos podem respirar de alívio. É uma boa notícia.”
O Banco do Canadá tinha aumentado as taxas de juro até níveis máximos em 20 anos para conter a inflação, que chegou a ser uma preocupação constante. No entanto, a inflação recuou para 1,6% em setembro, abaixo do objetivo de 2%. Este valor levantou preocupações de que o elevado custo dos empréstimos poderia ter suprimido o aumento dos preços mais do que a economia necessitava. Macklem reiterou: “Agora, o nosso objetivo é manter uma inflação baixa e estável. Temos de manter a aterragem firme.”
Apesar dos esforços para conter a inflação, a procura permanece fraca, com vendas nas empresas a crescerem lentamente e o sentimento do consumidor a ser moderado. Macklem referiu que “a decisão de hoje sobre as taxas de juro deverá contribuir para uma retoma da procura”, destacando a intenção do banco em reforçar o crescimento económico.
Os mercados monetários estão a prever um corte de 25 pontos base na próxima reunião de política monetária, agendada para 11 de dezembro, com mais de 25% de hipóteses de um novo corte de 50 pontos base. O dólar canadense caiu 0,15%, fixando-se em 1,3839 para o dólar americano, enquanto os rendimentos dos títulos do governo canadense de dois anos diminuíram 2,1 pontos base para 3,013% após o anúncio do corte das taxas.
Kyle Chapman, analista de mercados cambiais do Ballinger Group, comentou que “mais 50 (pontos de base) em dezembro não é certo. Dependerá de onde o BoC pensa que é neutro.” O banco central afirmou que vê a taxa neutra, onde a política monetária não é considerada como restringindo o crescimento, mas também não o acelerando, algo entre 2,25% e 3,25%.
O crescimento económico do Canadá tem sofrido com o impacto das taxas elevadas. O PIB de julho cresceu apenas 0,2% numa base mensal, e os dados provisórios sugerem que o crescimento de agosto deverá estagnar. O banco reviu as suas previsões para o crescimento trimestral e anual no seu último relatório de política monetária (MPR), publicado juntamente com o anúncio das taxas na quarta-feira. O banco agora espera que o crescimento anualizado do PIB no terceiro trimestre seja de 1,5%, contra os 2,8% previstos em julho, mas manteve inalterada a sua previsão para o ano inteiro em 1,2%.
A taxa de inflação anual global para este ano é de 2,5%, caindo para 2,2% em 2025 e 2,0% em 2026, revelou o MPR. Apesar dessas projeções, o banco está preocupado com a possibilidade de a inflação ser superior ou inferior ao esperado no futuro. “A economia funciona bem quando a inflação ronda os 2%”, afirmou Macklem.

Em suma, a recente alteração nas taxas de juro do Banco do Canadá reflete um esforço para revitalizar a economia e apoiar a recuperação da procura, numa altura em que sinais de inflação controlada estão a emergir.
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