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23 Out
Coca-Cola mira topo da previsão de vendas orgânicas em 2024
- A Coca-Cola espera atingir o limite superior da sua previsão de vendas orgânicas para 2024.
- As vendas na América do Norte aumentaram 12%, impulsionadas pela oferta de produtos adaptados a consumidores com orçamentos mais restritos.
- As receitas na Europa, Médio Oriente e África caíram 7%, e na Ásia-Pacífico recuaram 4%, devido a desafios económicos e geopolíticos.
- O lucro ajustado foi de 77 cêntimos por ação, superando as expectativas dos analistas.
- As ações caíram 2%, devido a preocupações com a procura na China e no Médio Oriente.
A Coca-Cola pretende alcançar o limite superior da sua previsão de crescimento nas vendas orgânicas para 2024, sustentada por uma procura robusta dos seus refrigerantes e sumos premium nos EUA. No terceiro trimestre, a empresa registou um aumento inesperado nas vendas, evidenciando o sucesso das suas estratégias comerciais.
No entanto, apesar dos resultados positivos, as ações da Coca-Cola caíram 2%, em parte devido às preocupações expressas pelo CEO, James Quincey, sobre a diminuição dos volumes na China e no Médio Oriente. A recuperação económica lenta na China, principalmente resultante de uma prolongada crise imobiliária, e o impacto do conflito no Médio Oriente sobre a oferta de produtos naquela região foram os principais fatores para este declínio.
Nos EUA, as receitas aumentaram 12%, resultado dos esforços da Coca-Cola em oferecer latas mais pequenas, como as finas de 12 onças, apelando a consumidores com orçamentos mais restritos. Esta adaptação ajudou a manter a procura num mercado onde os consumidores têm sido pressionados pela inflação.
Danni Hewson, diretor de análise financeira da AJ Bell, elogiou a empresa, afirmando: “A Coca-Cola tem mostrado um trabalho de pés bastante sofisticado para persuadir os consumidores a continuarem a pagar os preços mais elevados pelos seus produtos”, destacando que a equipa conseguiu encontrar o equilíbrio certo entre o produto, o mercado e o consumidor.
Para 2024, a Coca-Cola prevê que as vendas orgânicas anuais aumentem cerca de 10%, superando a previsão anterior de um crescimento de 9% a 10%. Este crescimento foi impulsionado por um aumento de 10% no preço médio de venda, apesar da queda de 1% nos volumes unitários de caixas. Ainda assim, as receitas na Europa, Médio Oriente e África caíram 7%, enquanto na região da Ásia-Pacífico houve uma queda de 4%.
A rival PepsiCo tem enfrentado desafios semelhantes. Ramon Laguarta, Presidente do Conselho de Administração da PepsiCo, salientou recentemente que os aumentos de preços e o aumento dos custos dos empréstimos estavam a pressionar os orçamentos dos consumidores, o que levou a empresa a rever em baixa a sua previsão de vendas anuais.
No entanto, a Coca-Cola registou receitas líquidas comparáveis de 11,95 mil milhões de dólares, um aumento de 0,3%, contrariando as previsões dos analistas que esperavam uma queda de 2,62%. O lucro ajustado foi de 77 cêntimos por ação, superando as estimativas de 74 cêntimos. A empresa manteve a previsão de crescimento anual do lucro ajustado entre 5% e 6%, mesmo com os sucessivos aumentos de preços.
O gestor sénior de carteiras da F/m Investments, Christian Greiner, comentou: “A fraqueza das ações deve-se ao facto de o foco estar mais nos aumentos de preço, enquanto a orientação geral se mantém.”
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