
A Economia da Alemanha: Perspetivas Sombria e Necessidade de Reformas Estruturais
- A economia alemã prevê uma contração de 0,2% em 2024, uma revisão em relação à estagnação anterior.
- Expectativa de crescimento nulo em 2025, marcando o terceiro ano consecutivo sem crescimento real do PIB.
- 31% das empresas inquiridas preveem um agravamento da situação económica, um aumento em relação ao último inquérito.
- 40% das empresas industriais planeiam reduzir investimentos, indicando sinais de desindustrialização.
- A coligação governamental apresenta divergências nas estratégias para estimular o crescimento económico.
A economia alemã enfrenta um ano desafiador, prevendo-se uma contração de 0,2% para 2024, conforme anunciado pela Câmara de Comércio e Indústria Alemã (DIHK). Esta revisão representa uma queda significativa em relação à previsão anterior de estagnação, publicada em maio. O panorama para 2025 não é mais animador, com a DIHK a projetar um crescimento nulo, o que, se concretizado, significaria o terceiro ano consecutivo sem crescimento real do PIB.
Durante a apresentação do seu estudo económico para o outono de 2024, o diretor-geral do DIHK, Martin Wansleben, destacou que a situação atual não é apenas uma crise cíclica, mas sim uma “crise estrutural persistente” que afeta o país. As expectativas das empresas para os próximos meses também são desanimadoras; um inquérito realizado junto de 25 000 empresas de diversos setores revela que 31% delas preveem um agravamento da situação económica, um aumento em relação aos 26% do inquérito anterior. Apenas 13% acreditam numa melhoria.
Wansleben expressou preocupação com o facto de a Alemanha estar a tornar-se um “fardo económico para a Europa”, deixando de desempenhar o seu papel tradicional como motor económico. O inquérito revelou que apenas 26% das empresas consideram a sua situação atual como boa, uma queda face aos 28% no verão, enquanto 25% afirmaram estar numa má situação, comparado a 23% anteriormente. A situação é ainda mais grave na indústria, onde 35% das empresas a classificam como má.
O cenário de desindustrialização é evidente, com um terço das empresas a planejar reduzir os seus investimentos na Alemanha, valor que sobe para 40% na indústria. Wansleben enfatizou que “os sinais de desindustrialização estão a consolidar-se”, alertando que os fracos investimentos indicam uma diminuição da base de criação de valor industrial.
A coligação governamental conhecida como “semáforo”, composta pelos sociais-democratas de centro-esquerda, os Verdes e o FDP, apresenta divergências nas abordagens para estimular o crescimento económico. O chanceler Olaf Scholz e o ministro da Economia Robert Habeck já delinearam os seus planos económicos, enquanto o ministro das Finanças, Christian Lindner, está a desenvolver as suas próprias propostas, que deverão ser apresentadas em breve.
Wansleben sublinhou a urgência de um governo que seja “capaz de atuar” face a esses desafios. As empresas expressam preocupações adicionais com as condições de localização na Alemanha, apontando que 57% consideram a incerteza nas condições de enquadramento da política económica como um risco significativo. Outros fatores preocupantes incluem os custos laborais, mencionados por 54% das empresas, e a escassez de trabalhadores qualificados, destacada por 57% dos inquiridos.
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