EUA, Política Monetária – 08 Nov 24

FED corta a taxa de juro e sinaliza caminho mais cauteloso

  • Fed reduz taxa de juro: Uma nova baixa de um quarto de ponto percentual nas taxas, num movimento cauteloso para adaptar a política monetária ao contexto atual.
  • Impacto político imediato é limitado: O presidente da Fed, Jerome Powell, afirmou que a recente eleição de Donald Trump não terá efeito imediato na política monetária dos EUA.
  • Meta de inflação sob controlo: Com a inflação próxima dos 2%, a Fed ajusta as taxas com uma abordagem gradual para alcançar uma posição neutra a longo prazo.
  • Incertezas fiscais e políticas: As promessas de Trump em relação a imigração, tarifas e impostos podem desafiar as metas da Fed para inflação estável e pleno emprego.
  • Autonomia do presidente da Fed: Powell compromete-se a permanecer no cargo até 2026, independentemente de qualquer pressão política.

Com a recente redução das taxas de juro pela Fed em um quarto de ponto percentual, os decisores monetários enfrentam um cenário económico dinâmico, especialmente com a próxima posse de Donald Trump. Jerome Powell, presidente da Fed, sublinhou que o impacto das eleições presidenciais não deverá afetar de forma imediata a política monetária, apesar das promessas de Trump em relação à imigração, tarifas e cortes de impostos. Esta posição evidencia a postura cautelosa da Fed em continuar a ajustar as taxas conforme a inflação e o crescimento económico.

Objetivos da Fed e Reavaliação de Política

Powell reforçou que o banco central continua focado em manter uma inflação estável e emprego máximo. Com a desaceleração da inflação ao longo do ano passado, próxima da meta de 2%, a Fed adota uma política mais acomodativa para suavizar as pressões restritivas. No entanto, a intensidade da reavaliação das taxas dependerá das políticas da nova administração, que podem alterar rapidamente as expectativas económicas, principalmente considerando a possibilidade de um controle republicano no Senado e, talvez, na Câmara dos Representantes.

Os primeiros anos do mandato de Joe Biden, marcados por projetos de infraestrutura e outros investimentos, impulsionaram o crescimento, mas também pressionaram a inflação, levando a Fed a aumentar agressivamente as taxas de juro em 2022 e 2023 para conter o seu impacto. Com o atual arrefecimento da inflação, Powell espera que as taxas voltem a uma posição mais neutra, que não estimule nem restrinja a economia.

Perspetivas Económicas e Decisões Finais

Apesar das incertezas políticas, a Fed vê a economia numa situação favorável, com crescimento moderado e um mercado de trabalho saudável, embora mais contido. Há uma expectativa de que a redução das taxas continue, com uma nova decisão agendada para dezembro. Elyse Ausenbaugh, chefe de estratégia de investimento do J.P. Morgan Wealth Management, prevê mais um corte antes do final do ano, enquanto a Fed procura balancear a sua posição em relação às políticas de Trump.

A linguagem da Fed em relação à inflação foi ajustada, agora descrevendo as pressões de preços como “a fazer progressos” rumo à meta de 2%. Embora a inflação tenha-se estabilizado em torno de 2,6% ao ano, Powell assegura que os formuladores de políticas estão confiantes de que a trajetória é sustentável, reconhecendo que o progresso económico pode ser irregular.

A Relação de Powell com a Nova Administração

Powell, que já teve conflitos com Trump no passado, assumiu que continuará no cargo até ao final do mandato em 2026, mesmo que solicitado a sair. A legalidade protege o presidente do Fed de ser demitido por desacordos políticos, reforçando a sua autonomia.

Em resumo, a Fed parece confiante na estabilidade económica e na capacidade de manter a inflação sob controlo, adaptando-se às condições futuras, enquanto Trump define a sua estratégia económica. Esta abordagem procura sustentar a economia numa “posição muito boa” enquanto as taxas de juro seguem um caminho para a neutralidade.


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