Economia Britânica Enfrenta Revés com Abrandamento no Crescimento do Terceiro Trimestre
- Contração em Setembro: O PIB caiu 0,1% no mês de setembro, refletindo estagnação nos serviços e quedas na indústria e construção.
- Crescimento Modesto no Trimestre: A economia cresceu apenas 0,1% no terceiro trimestre, abrandando face aos 0,5% do segundo trimestre.
- Desempenho Empresarial: Investimento empresarial aumentou 1,2%, marcando o quarto trimestre consecutivo de crescimento.
- Perspetivas de Longo Prazo: O Banco de Inglaterra prevê um crescimento mais forte para 2025, mas alerta para riscos como impostos mais altos e incertezas geopolíticas.
- Desafios no PIB per Capita: O PIB per capita caiu 0,1% no trimestre e manteve-se estável face ao ano anterior, indicando estagnação desde 2022.
A economia do Reino Unido registou um desempenho abaixo do esperado em setembro, enquanto o crescimento no terceiro trimestre também desacelerou, segundo dados divulgados pelo Office for National Statistics (ONS). Estes resultados representam um obstáculo significativo para as ambições de recuperação sustentada defendidas pela ministra das Finanças, Rachel Reeves.
Contração em Setembro e Crescimento Modesto no Trimestre
O Produto Interno Bruto (PIB) britânico caiu 0,1% em termos mensais em setembro, devido à estagnação no sector dos serviços e às quedas na indústria transformadora e na construção. Já no terceiro trimestre, o crescimento foi de apenas 0,1%, abrandando face aos 0,5% registados no segundo trimestre.
Economistas consultados pela Reuters e pelo Banco de Inglaterra esperavam uma expansão trimestral de 0,2%, refletindo uma desaceleração após o forte crescimento observado no início de 2024, quando a economia começou a recuperar da recessão superficial de 2023.
Reação Política e Medidas Planeadas
Rachel Reeves mostrou insatisfação com os números divulgados e prometeu adotar medidas concretas para impulsionar o crescimento através de investimentos e reformas estruturais. Entre as iniciativas anunciadas, destaca-se a reforma regulamentar do sector financeiro, considerada essencial para revitalizar a economia.
Um ponto positivo nos dados foi o aumento de 1,2% no investimento empresarial no terceiro trimestre, marcando o quarto trimestre consecutivo de crescimento nesta área.
No entanto, a oposição conservadora criticou Reeves, acusando-a de não abordar com a devida urgência os desafios económicos, especialmente após a vitória trabalhista esmagadora nas eleições de julho.
Perspetivas para 2024 e 2025
Apesar do desempenho fraco em 2024, o Banco de Inglaterra prevê um crescimento mais robusto em 2025, impulsionado pelos planos orçamentais ambiciosos de Reeves. Contudo, analistas alertam para riscos crescentes, como o impacto de impostos mais altos sobre as empresas e as incertezas geopolíticas, incluindo a possibilidade de novas tensões comerciais.
Desde o final de 2019, a economia britânica cresceu apenas 3%, um dos desempenhos mais fracos entre as maiores economias avançadas, superando apenas a Alemanha.
Metas de Crescimento Ambiciosas
O primeiro-ministro Keir Starmer estabeleceu como objetivo alcançar uma taxa de crescimento anual de 2,5%, mas o Reino Unido não atinge este nível de forma consistente desde antes da crise financeira de 2008. Reeves também busca posicionar o Reino Unido como a economia com o crescimento per capita mais rápido entre os países do G7 durante dois anos consecutivos. No entanto, os dados mais recentes mostram que o PIB per capita caiu 0,1% no terceiro trimestre e manteve-se estável em termos anuais desde 2022, sugerindo que esta meta permanece distante.
Conclusão
O desempenho económico do Reino Unido evidencia um caminho cheio de desafios, com sinais mistos de progresso. Embora existam esforços significativos para revitalizar o crescimento, a incerteza global e as questões internas continuam a pesar sobre as perspetivas futuras.
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