Expectativas para a Taxa de Juro na China
- Taxas de juro estáveis: O Banco Popular da China (PBOC) deverá manter as taxas de referência para empréstimos inalteradas a 22 de novembro de 2024.
- Pressão cambial: O yuan perdeu 1,8% face ao dólar desde as eleições presidenciais nos EUA, em 5 de novembro.
- Impacto do regresso de Trump: As políticas económicas propostas por Donald Trump, como tarifas de 60% sobre produtos chineses, aumentam as incertezas para a China.
- Políticas de estímulo em análise: Pequim adotou cortes significativos nas taxas em outubro e pode agora avaliar os seus efeitos antes de novas mudanças.
- Limitações para flexibilização: As taxas elevadas nos EUA dificultam cortes adicionais nas taxas na China, apesar do esforço para estimular o crescimento económico.
As expectativas para a decisão da taxa de juro na China indicam que o Banco Popular da China (PBOC) deverá manter as taxas de referência de empréstimos inalteradas na próxima quarta-feira, 22 de novembro de 2024. Esta decisão surge num contexto de pressões externas e internas, incluindo as recentes medidas de estímulo e os possíveis impactos das políticas económicas dos Estados Unidos, lideradas por Donald Trump, após o seu regresso à presidência.
Desde o final de setembro, Pequim implementou uma série de estímulos, que vão desde flexibilização monetária até incentivos fiscais e apoio ao setor imobiliário, para tentar impulsionar a economia. Em outubro, os bancos chineses reduziram as taxas de empréstimos de forma significativa para estimular a procura económica. Contudo, estas reduções pressionaram as margens de lucro das instituições financeiras e colocaram o yuan sob maior pressão no mercado internacional.
Pressões Externas e o Regresso de Trump
O regresso de Trump à Casa Branca trouxe incertezas adicionais para a economia chinesa, particularmente devido à sua promessa de impor tarifas de 60% ou mais sobre produtos chineses. Esta perspetiva, aliada à expectativa de taxas de juro mais altas nos Estados Unidos, tem contribuído para uma depreciação do yuan, que já perdeu cerca de 1,8% face ao dólar desde as eleições americanas de 5 de novembro.
Além disso, a reavaliação das taxas de juro nos EUA cria desafios para a China, limitando a margem de manobra para mais cortes nas taxas, numa altura em que Pequim tenta reverter tendências deflacionárias e atingir as suas metas de crescimento económico.
Perspetivas para a Decisão do PBOC
De acordo com um inquérito da Reuters, todos os 28 analistas consultados esperam que tanto a taxa de referência para empréstimos a um ano (LPR 1Y) como a de cinco anos (LPR 5Y) permaneçam estáveis. Estas taxas são ajustadas mensalmente com base nas propostas de 20 bancos comerciais ao PBOC.
A redução significativa das taxas em outubro levou alguns analistas a sugerir que as autoridades chinesas poderão adotar uma abordagem mais cautelosa, avaliando primeiro o impacto das medidas recentes antes de realizar mais alterações.
Roman Ziruk, analista de mercado sénior da Ebury, também destacou que as condições atuais, incluindo as pressões cambiais e as taxas mais altas nos EUA, dificultam novas flexibilizações no curto prazo. Na sua análise, “alterações às taxas da facilidade de crédito de médio prazo (MLF) ou da LPR não devem estar previstas para os próximos dias”.
Conclusão
A decisão do PBOC sobre as taxas de juro, prevista para 22 de novembro de 2024, deverá refletir uma postura de equilíbrio entre a necessidade de apoiar a recuperação económica e as pressões externas, particularmente as mudanças na política económica dos Estados Unidos. Assim, é provável que Pequim opte por manter as taxas inalteradas este mês, enquanto monitora os desenvolvimentos internos e externos.
(Artigo atualizado com informações até 19 de novembro de 2024)
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