
Aqui pode acompanhar o resumo da semana, que destaca os eventos mais relevantes nos mercados, na economia e na geopolítica. Este resumo oferece uma visão consolidada dos principais acontecimentos, ajudando a contextualizar tendências e a identificar os fatores que marcaram a agenda global nos últimos dias.
América do Norte
Estados Unidos
Os mercados bolsistas norte-americanos encerraram a semana em alta, interrompendo várias semanas de perdas. O evento central da agenda económica foi a reunião de política monetária da Reserva Federal (Fed), realizada a 19 e 20 de março de 2025. Conforme esperado, o banco central manteve a taxa de juro entre 4,25% e 4,5%. Os responsáveis da Fed confirmaram a previsão de cortes de 50 pontos base (0,5 pontos percentuais) até ao final do ano, em linha com as projeções de dezembro de 2024. No entanto, revisaram em alta as expectativas de inflação para 2025 e em baixa as previsões de crescimento do PIB. O comunicado final da reunião destacou a crescente incerteza sobre a evolução económica, mas o presidente da Fed, Jerome Powell, assegurou que os impactos das tarifas comerciais deverão ser temporários e que as expectativas de longo prazo continuam alinhadas com a meta de inflação de 2%. O tom moderado da reunião foi bem recebido pelos investidores, impulsionando os índices bolsistas.
Outros indicadores económicos apresentaram sinais mistos. O relatório de vendas a retalho de fevereiro revelou um aumento de apenas 0,2%, bem abaixo da previsão de 0,7%. Além disso, os dados de janeiro foram revistos em baixa para uma contração de 1,2%, a maior desde julho de 2021.
No setor imobiliário, os números foram mais animadores. As vendas de casas usadas cresceram 4,2% em fevereiro, superando as expectativas, devido ao aumento da oferta. As construções de novas habitações também surpreenderam positivamente, atingindo uma taxa anual ajustada de 1,5 milhões de unidades, um aumento de 11,2% em relação a janeiro. No entanto, em comparação anual, registou-se uma queda de 2,9%.
Europa e Rússia
Europa
Os principais índices europeus registaram ligeiros ganhos na semana, após duas semanas de quedas consecutivas. O otimismo em relação a um possível aumento do investimento público ajudou a impulsionar os mercados, embora as preocupações com as tarifas comerciais anunciadas pelos EUA para abril tenham limitado os ganhos.
Os últimos comunicados de política monetária destacaram a incerteza relacionada com o comércio global. O Banco Central Europeu (BCE) enfrenta o desafio de equilibrar o crescimento económico com o risco de aceleração da inflação. A presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmou no Parlamento Europeu que o banco permanecerá vigilante face às tensões comerciais crescentes. Segundo as estimativas da instituição, a tarifa de 25% sobre importações europeias anunciada pelos EUA poderá reduzir o crescimento da zona euro em 0,3 pontos percentuais no primeiro ano, e em até 0,5 pontos caso a Europa responda com medidas equivalentes. Além disso, a inflação pode subir cerca de 0,5% devido à desvalorização do euro e ao impacto das tarifas.
Reino Unido
No Reino Unido, o Banco de Inglaterra manteve a taxa de juro em 4,5%, conforme esperado. Apenas um dos nove membros do comité de política monetária votou a favor de uma redução, contrariando as previsões de um rácio de 7-2. O posicionamento foi interpretado como um sinal de prudência, refletindo a preocupação com a persistência de expectativas inflacionistas elevadas.
Ásia e Médio Oriente
Japão
Os mercados acionistas japoneses registaram ganhos na semana terminada a 22 de março de 2025, impulsionados pelo interesse crescente dos investidores estrangeiros em empresas de comércio do país. O Banco do Japão (BoJ) manteve a sua política monetária inalterada na reunião de 18 e 19 de março, enquanto avaliava os potenciais impactos das tarifas norte-americanas na economia japonesa. O banco central manteve a taxa de juro de curto prazo em 0,5%, confirmando a abordagem cautelosa. O governador do BoJ, Kazuo Ueda, reiterou que qualquer aperto monetário dependerá da evolução da inflação e do crescimento económico. Dados recentes reforçaram a possibilidade de futuros aumentos das taxas de juro: o índice de preços no consumidor (excluindo alimentos frescos) subiu 3,0% em fevereiro face ao ano anterior, acima da previsão de 2,9%, mas abaixo dos 3,2% registados em janeiro. Além disso, as primeiras negociações salariais da primavera (“shunto”) apontaram para uma tendência de crescimento estável dos salários.
China
Na China, as bolsas recuaram após duas semanas consecutivas de valorização, à medida que os investidores adotaram uma postura mais cautelosa. No entanto, os dados económicos revelaram um início de ano positivo. As vendas a retalho cresceram 4,0% no período de janeiro a fevereiro de 2025, o ritmo mais rápido desde novembro de 2024. A produção industrial aumentou 5,9% no mesmo período, um ligeiro abrandamento face à taxa de 6,2% registada em dezembro, mas ainda acima das previsões. Apesar destes sinais positivos, algumas áreas da economia continuam frágeis. O investimento no setor imobiliário caiu 9,8% nos primeiros dois meses de 2025, agravando a descida de 10,6% registada em dezembro de 2024. Segundo o Gabinete Nacional de Estatísticas da China, o mercado imobiliário ainda não deu sinais de recuperação. Além disso, a taxa de desemprego urbano subiu para 5,4%, o nível mais alto em dois anos, de acordo com dados da agência Reuters.
Visite o Disclaimer para mais informações.
Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre o Resumo da semana de 17 a 21 Março, formato “Geral”, atualizado com informações até 21 de Março de 2025. Categorias: Global. Tags: Global, Resumo da Semana)