Destaques do Dia – 30 Mai 25

Principais destaques do dia 30 Maio 25, nas maiores economias mundiais e bancos centrais. Os temas que movem o mercado acionista, dívida, cambial, mercadorias e cripto.    


Global

  • O S&P 500 terminou a sexta-feira com um ganho semanal, ficando a menos de 4% do seu máximo histórico de fevereiro. O índice subiu 6,2% em maio de 2025, enquanto o Nasdaq Composite avançou 9,6%, registando ambos os maiores aumentos mensais desde novembro de 2023.
    Os dados de maio reflectem como as empresas têm lidado com as incertezas relacionadas com as tarifas e com as pressões do mercado. Nas últimas semanas, os investidores reduziram as expectativas quanto à dimensão da flexibilização monetária por parte da Fed, prevendo agora cerca de dois cortes nas taxas até dezembro, segundo dados do LSEG.
    As actas da última reunião da Fed, divulgadas esta semana, revelam que os responsáveis do banco central admitem possíveis “compromissos difíceis” nos próximos meses, perante uma inflação persistente e um eventual aumento do desemprego.

Política

  • O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na sexta-feira a intenção de duplicar as tarifas sobre o aço e alumínio importados, de 25% para 50%, intensificando a pressão sobre os produtores globais e agravando a guerra comercial.
    “Vamos aumentar as tarifas sobre o aço de 25% para 50%, protegendo ainda mais a nossa indústria siderúrgica”, afirmou Trump num comício na Pensilvânia.

Política Monetária

  • O governador do Banco de Inglaterra, Andrew Bailey, defendeu na quinta-feira a abordagem “gradual e cuidadosa” do banco relativamente a futuros cortes nas taxas de juro, face à incerteza global do comércio e ao seu impacto na inflação interna.
    “É muito difícil interpretar este contexto… por isso mantemos a nossa abordagem cautelosa”, afirmou numa sessão de perguntas e respostas num jantar do sector financeiro em Dublin.
    Bailey votou, com uma maioria apertada, a favor da redução da taxa de juro de 4,5% para 4,25% no início deste mês, perante a oposição de outros decisores.
    Entretanto, a inflação no consumidor subiu de 2,6% para 3,5%, surpreendendo os mercados e o ECB, refletindo o aumento das facturas de energia, água e tarifas aéreas durante a Páscoa.

Macroeconomia

América do Norte

  • A economia canadiana cresceu 2,2% em termos anualizados no primeiro trimestre de 2025, acima das previsões, impulsionada pelas exportações, uma vez que empresas dos EUA anteciparam compras para contornar tarifas futuras.
    No entanto, o crescimento foi compensado por uma fraca procura interna, queda dos gastos das famílias e aumento das importações para constituição de stock.
    Economistas alertam que, se as tarifas dos EUA se mantiverem, esta dinâmica poderá persistir, limitando o desempenho económico interno.
  • Os gastos dos consumidores nos EUA subiram ligeiramente em abril de 2025, enquanto as famílias aumentaram a poupança, perante o agravamento da incerteza económica relacionada com o panorama tarifário.
    O PIB contraiu no primeiro trimestre, pela primeira vez em três anos, e os dados mais recentes sugerem uma recuperação frágil. A inflação abrandou, com o núcleo dos preços a registar a menor subida anual em quatro anos.
    Segundo analistas, os efeitos inflacionistas das tarifas ainda não se fizeram sentir, dado que muitas empresas continuam a vender stocks anteriores à imposição das medidas comerciais de Trump.

Mercados Globais

Agricultura

  • O açúcar bruto encerrou a sexta-feira nos 17,05 cêntimos por libra, com uma ligeira alta de 0,3%, mas registando uma queda mensal de 2,3%.
    Na quinta-feira, os preços atingiram o nível mais baixo em quase quatro anos: 16,81 cêntimos.
    Traders apontam para um possível aumento da actividade física, com rumores de interesse da China. No entanto, uma época de chuvas antecipada na Ásia e uma produção mais forte do que o esperado no centro-sul do Brasil limitam qualquer recuperação significativa.
    A Archer Consulting reviu em baixa a sua estimativa de esmagamento de cana na região para 581 milhões de toneladas métricas, face às 596 milhões anteriormente previstas.

Cambial

  • O dólar registou uma performance mista na sexta-feira, mas está a caminho do seu primeiro ganho mensal do ano face ao iene, com os traders a ponderarem a manutenção de parte das tarifas, mesmo com os desafios legais à autoridade de Trump.
    Na quinta-feira, um tribunal federal de recurso restabeleceu temporariamente as tarifas mais amplas de Trump, um dia após um tribunal comercial ter decidido que o presidente tinha excedido os seus poderes ao impô-las.

Blockchain

  • A Meta Platforms, empresa-mãe do Facebook e Instagram, rejeitou por larga maioria uma proposta de diversificação da tesouraria corporativa com Bitcoin.
    A decisão demonstra que as grandes tecnológicas continuam reticentes quanto à adoção generalizada de criptomoedas, apesar do interesse crescente entre empresas.

Tecnologia

  • A Synopsys, empresa de software para design de semicondutores, ordenou aos seus colaboradores na China que suspendessem vendas e serviços, deixando de aceitar novas encomendas, para cumprir as novas restrições de exportação impostas pelos EUA.
    Segundo uma carta interna revelada pela Reuters, a medida segue-se a instruções do Departamento de Comércio norte-americano, que revogou licenças anteriormente atribuídas a certos fornecedores.
    Como resultado, a Synopsys suspendeu as suas previsões trimestrais e anuais.

Saúde

  • As ações da Regeneron caíram 9% na sexta-feira, após o insucesso de um dos ensaios finais do seu medicamento experimental para a DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica), embora outro ensaio tenha sido bem-sucedido.
    A empresa desenvolve o medicamento em parceria com a Sanofi, esperando-se um pico de vendas de até 5 mil milhões de dólares.

Energia

  • A OPEC+ confirmou no sábado um aumento adicional de 411 mil barris por dia em julho de 2025, continuando a sua estratégia para recuperar quota de mercado e penalizar membros que excederam os limites de produção.
    Após anos de cortes significativos, oito países do grupo começaram a elevar a produção desde abril, triplicando os volumes até julho, apesar do impacto potencial sobre os preços.
    A Arábia Saudita e a Rússia lideram este movimento, visando conter os sobreprodutores como o Iraque e o Cazaquistão.
  • Os futuros do gás natural nos EUA caíram cerca de 2% na sexta-feira, afetados por uma produção acima do esperado e uma redução nos fluxos para a unidade de LNG durante operações de manutenção.
    Adicionalmente, a administração Trump ordenou que os exportadores obtenham licença para enviar etano para a China. Analistas alertam que, se o etano não for exportado, poderá ser desviado para os gasodutos domésticos, aumentando a oferta de gás e pressionando os preços.

Transporte

  • A S&P reviu em baixa a perspetiva de rating da Volvo Cars de “estável” para “negativa”, citando os efeitos das tarifas dos EUA e da concorrência crescente na China sobre o crescimento da empresa.
    A fabricante sueca, detida maioritariamente pela chinesa Geely, retirou recentemente as suas previsões de lucros e anunciou cortes de custos que incluem 3.000 despedimentos, sobretudo administrativos.
  • A Hyundai Motor considera aplicar um aumento de preços de 1% em toda a sua gama nos EUA para compensar os efeitos das tarifas impostas por Trump, avançou a Bloomberg.
    A subida poderá ser aplicada já na próxima semana, incidindo sobre veículos novos, sem impacto sobre os modelos atualmente nos concessionários.

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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.

(Artigo sobre os Destaques do Dia 30 Maio 2025, formato “Geral”, atualizado com informações até 30 de Maio de 2025. Categorias: Global. Tags: Global, Resumo do Dia, Destaques do Dia)