China, Politica Monetária – 12 Jul 25

Aqui pode acompanhar as últimas notícias relacionadas com a Política Monetária da China. Estas atualizações são essenciais para compreender os desenvolvimentos que moldam o cenário global, influenciam decisões estratégicas e impactam diretamente os mercados, as economias e as relações internacionais.    


PBoC corta juros e injeta liquidez para conter pressões económicas e estabilizar o yuan

Destaques (31 de maio de 2025)

  • O PBoC cortou a taxa loan prime rate a 20 de maio de 2025 pela primeira vez desde outubro, com a LPR a um ano a cair para 3,0% e a de cinco anos para 3,5%, mínimos desde 2019
  • O banco central injetou 700 mil milhões de yuans em liquidez via operações de recompra reversa em maio, reforçando o apoio à economia
  • A política monetária tem sido ajustada de forma gradual e cautelosa, num contexto de guerra comercial com os EUA e crescimento económico desigual
  • O PBoC tem tomado medidas discretas para estabilizar o yuan, incluindo controlo de compras de dólares por bancos estatais e orientação cambial mais restrita
  • Bancos comerciais cortaram taxas de juro sobre depósitos em dólares em resposta à pressão do regulador para conter a fuga de capitais e o carry trade
  • O objetivo continua a ser equilibrar a estabilidade financeira com apoio ao crescimento, num cenário de enfraquecimento da margem de lucro bancária e baixa procura por crédito

Corte de juros sinaliza apoio moderado ao crescimento

A 20 de maio de 2025, o Banco Popular da China anunciou o primeiro corte nas taxas de juro de referência desde outubro, reduzindo a Loan Prime Rate (LPR) de um ano para 3,0% e a de cinco anos para 3,5%. Ambas estão agora nos níveis mais baixos desde a reformulação do mecanismo em 2019.

Este movimento teve como objetivo estimular o consumo e o crédito, após sinais de fraqueza na economia chinesa, com preços de habitação estagnados há quase dois anos e uma queda acentuada na emissão de novos empréstimos.

A decisão foi acompanhada por cortes nas taxas de depósito dos cinco maiores bancos estatais, entre 5 e 25 pontos base, como tentativa de preservar as margens de lucro num ambiente de taxas mais baixas.

Estabilidade cambial como prioridade política

Ao longo de maio de 2025, o PBoC tomou várias medidas para conter a volatilidade do yuan e evitar uma desvalorização desordenada. A 9 de abril, o banco central instruiu grandes bancos estatais a limitarem compras de dólares, adotando a chamada window guidance para condicionar operações de câmbio e travar a pressão especulativa.

Apesar de permitir uma ligeira depreciação com o yuan a chegar a 7,35 por dólar no início de abril, o PBoC tem evitado movimentos bruscos, sinalizando que uma queda acentuada poderia gerar fuga de capitais e instabilidade financeira.

A fixação diária da taxa de câmbio oficial tem sido usada como ferramenta para modular o mercado. A 6 de maio, o banco central manteve o ponto médio estável em 7,2008, contrariando expectativas de desvalorização e demonstrando preferência por uma política cambial previsível.

Pressão sobre os depósitos em dólares

Com a persistência do diferencial de juros entre EUA e China, que atingiu um nível recorde em janeiro de 2025, houve um forte aumento nos depósitos em dólares no sistema bancário chinês. Em resposta, o PBoC pediu que todos os bancos cortassem as taxas de juro sobre depósitos em dólares, uma orientação que antes se limitava apenas aos cinco maiores bancos.

Segundo dados de fevereiro, os depósitos cambiais totais atingiram 892 mil milhões de dólares, o nível mais elevado desde abril de 2023. A proporção crescente de depósitos em dólares preocupa o regulador, que quer encorajar a conversão para yuan e conter o apetite pelo carry trade.

Injeção de liquidez e contexto macroeconómico

A 31 de maio, o banco central reportou uma injeção de 700 mil milhões de yuans em liquidez através de operações de recompra reversa, sinalizando a disposição para manter condições de financiamento favoráveis.

Apesar disso, o crescimento económico continua frágil e irregular. A maioria dos analistas considera que a meta oficial de cerca de 5% para 2025 será difícil de atingir sem estímulos adicionais. O PBoC, no entanto, parece adotar uma abordagem gradualista, preferindo aguardar desenvolvimentos na frente comercial, especialmente após a trégua de 90 dias acordada com os EUA em maio.

Pressão sobre a rentabilidade bancária

A política monetária acomodatícia tem afetado os lucros dos bancos. O margem líquida de juro do sistema caiu para 1,43% no primeiro trimestre, o valor mais baixo já registado, com expectativas de nova queda ao longo do ano. Os grandes bancos reduziram lucros no início de 2025, refletindo a fraqueza da procura por crédito e o ambiente competitivo.

Analistas estimam que os bancos enfrentarão um cenário prolongado de pressão sobre os rendimentos de ativos, sendo obrigados a reduzir ainda mais as taxas para manter o crescimento dos empréstimos.

Conclusão

A política monetária do Banco Popular da China em 2025 tem-se caracterizado por uma abordagem calibrada, combinando cortes pontuais de juros com intervenção ativa no mercado cambial. O objetivo continua a ser manter a estabilidade financeira e cambial, ao mesmo tempo que se oferece algum apoio a uma economia fragilizada por tensões comerciais e falta de tração interna. O desafio nos próximos meses será sustentar o crescimento sem comprometer a confiança no yuan nem deteriorar ainda mais a rentabilidade do setor bancário.


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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.

(Artigo sobre a Política Monetária da China, formato “Geral”, atualizado com informações até 31 de Maio de 2025. Categoria: Bancos Centrais. Tags: de Ativos: N/A. Política Monetária, PBOC, Banco Central, Taxa de Juro, China)

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