
Aqui pode acompanhar as últimas notícias relacionadas com a economia da China. As notícias são uma componente importante, pois ajudam a manter uma linha condutora em relação aos eventos mais relevantes que influenciam o crescimento económico, a estabilidade financeira e as dinâmicas do mercado local e global.
Economia da China enfrenta travagem no consumo e pressão prolongada das tarifas
Strategic Highlights (15 de julho de 2025)
- Crescimento económico da China abranda no segundo trimestre de 2025, com consumidores a restringirem gastos e risco tarifário a agravar-se
- Exportações resilientes contrastam com fraqueza no consumo interno, investimento imobiliário e vendas a retalho
- Tarifas dos EUA continuam a afetar fortemente a indústria transformadora e a confiança empresarial, apesar de recente pausa negociada em Genebra
- Governo chinês aposta em estímulos seletivos, como cortes de taxas de juro e incentivos ao consumo, mas impacto permanece limitado
- Economistas apontam que a meta oficial de crescimento de 5% será difícil de atingir sem nova vaga de estímulo estrutural
Abalo na confiança do consumidor e desaceleração no consumo privado
O segundo trimestre de 2025 trouxe sinais preocupantes para a economia chinesa, com os consumidores a manterem uma postura defensiva, apesar dos cortes nas taxas de depósito e dos incentivos ao consumo promovidos por Pequim. As vendas a retalho desaceleraram novamente, e os indicadores de confiança continuam frágeis, em parte devido à incerteza laboral e à perceção de instabilidade geopolítica.
Mesmo com o abrandamento das taxas de juro nos depósitos bancários, os aforradores chineses continuam relutantes em gastar mais, refletindo preocupações com a segurança financeira e a pressão sobre o mercado de trabalho urbano.
Exportações mostram resistência, mas impacto das tarifas persiste
Apesar das pressões externas, as exportações chinesas mostraram alguma resiliência, beneficiando de reencaminhamento de fluxos comerciais e encomendas antecipadas antes da entrada em vigor de novas tarifas norte-americanas. Contudo, a imposição de tarifas de até 145% por parte dos EUA e a resposta chinesa com tarifas de 125% sobre bens americanos têm deteriorado as perspetivas para a indústria.
A produção industrial cresceu 6.1% em abril, acima das previsões, mas esse impulso foi sustentado por apoio fiscal antecipado e não representa uma tendência sólida. A desaceleração no setor automóvel e a queda na produção de aço e refinação de petróleo reforçam o cenário de fragilidade estrutural.
Pressões no mercado de trabalho e na economia digital
O impacto das tarifas prolonga-se sobre o mercado de trabalho, com até 16 milhões de empregos em risco, sobretudo em setores expostos à exportação como fabrico, logística e tecnologia.
A economia digital chinesa, incluindo plataformas de entregas e e-commerce, está a ser chamada a absorver parte da pressão laboral. No entanto, os baixos salários e a ausência de proteção social neste setor continuam a limitar o seu potencial como motor de consumo.
Pequim responde com medidas de apoio limitadas
O governo chinês anunciou em junho diretrizes para reforçar o crédito ao consumo e uma nova ronda de estímulos seletivos, incluindo injeções de liquidez e cortes nas taxas de juro de referência, para tentar travar a perda de dinamismo. Ainda assim, os economistas alertam que estas medidas são insuficientes para compensar os choques externos e a inércia interna, apontando para a necessidade de reformas estruturais mais profundas.
O Fundo Monetário Internacional cortou a sua previsão de crescimento da China para 4% em 2025, abaixo da meta oficial de 5% mantida pelas autoridades chinesas, num gesto que analistas consideram mais político do que realista.
Conclusão
A economia chinesa enfrenta um período de fragilidade persistente, marcado por consumo enfraquecido, pressão externa tarifária e incerteza empresarial, apesar de alguns indicadores positivos nas exportações. As medidas de apoio de Pequim têm tido impacto limitado, e a meta de crescimento de 5% para 2025 surge cada vez mais distante, a menos que haja uma reativação significativa do investimento público e uma melhoria nas relações comerciais com os EUA. A sustentabilidade da recuperação dependerá da capacidade da China de reanimar o consumo interno e estabilizar o seu ambiente externo, num ano considerado por muitos como o mais exigente da última década.
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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre a economia da China, formato “Geral”, atualizado com informações até 15 de Julho de 2025. Categorias: Economia – Asia e Médio Oriente. Tags: Economia, China)