EasyJet alerta para impacto nos lucros devido a greve em França e ajusta operações para mitigar efeitos

Greve em França provoca efeito em cadeia na rede da EasyJet

A 17 de julho de 2025, a EasyJet informou que as paralisações dos controladores de tráfego aéreo em França terão um impacto material negativo nos lucros anuais. As greves afetam não só voos domésticos, mas também centenas de ligações internacionais que dependem do espaço aéreo francês para operações ponto-a-ponto, incluindo ligações estratégicas para Espanha, Itália, Portugal, Grécia e Reino Unido.

As perturbações no trimestre afetaram mais de 400 voos, provocando cancelamentos e atrasos prolongados, o que representa perdas diretas de receita, custos adicionais com assistência a passageiros e reposicionamento de aeronaves.

Reação imediata do mercado

O anúncio foi seguido de uma queda expressiva no valor das ações da EasyJet, refletindo a preocupação dos investidores com a erosão das margens num contexto já marcado por custos crescentes. A incerteza sobre a possibilidade de novas greves em agosto e setembro amplifica o risco para a performance do verão, período crucial para a rentabilidade anual da companhia.

O impacto financeiro inclui perda de receita por voos cancelados, aumento de custos com combustível devido a rotas alternativas e indemnizações de acordo com o regulamento europeu EC261.

Procura resiliente no pico da época alta

Apesar das perturbações, a procura por viagens de lazer mantém-se robusta. Os níveis de ocupação das aeronaves continuam próximos de máximos históricos, impulsionados por reservas para destinos mediterrânicos. A gestão operacional tem priorizado a alocação de capacidade para rotas com maior rentabilidade e menor risco de perturbações, o que ajuda a conter o impacto nas receitas.

A companhia reforçou equipa de solo, tripulações e suporte ao cliente para melhorar tempos de resposta e reduzir atrasos acumulados.

Estratégias de mitigação

A EasyJet está a aplicar um conjunto de medidas para limitar o efeito financeiro das greves, incluindo:

• Redesenho temporário de rotas para minimizar sobrevoos de espaço aéreo francês em dias de greve
• Reforço de tripulações e recursos operacionais nos hubs mais afetados
• Aumento de flexibilidade no planeamento de frota, permitindo realocar aeronaves em função da situação operacional
• Gestão ativa de custos, incluindo renegociação de taxas e otimização de consumos de combustível em rotas mais longas

Estas ações visam manter a operação estável e preservar a confiança dos passageiros, mesmo num cenário operacional volátil.

Perspetivas para o resto do exercício

A EasyJet admite que o impacto das greves possa prolongar-se, especialmente se ocorrerem novas paralisações em pleno pico de verão. A empresa mantém a meta de proteger a margem operacional através de controlo de custos e maximização da ocupação, mas reconhece que a previsibilidade do resultado anual está dependente da estabilidade operacional no terceiro trimestre.

Conclusão

A EasyJet entra na segunda metade de 2025 com procura sólida, mas desafios operacionais significativos devido às greves no controlo de tráfego aéreo francês. A capacidade de gerir rotas, otimizar recursos e manter margens num contexto de custos crescentes será determinante para o desempenho financeiro do ano. Embora o verão traga oportunidades de receitas recorde, o risco de novas perturbações mantém-se como a variável crítica a monitorizar.