Crise política em França: de Bayrou à ascensão de Lecornu e o dilema orçamental
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Strategic Highlights – 17 de setembro de 2025
- 10 de agosto de 2025: protestos “Block Everything” espalham-se por França, com bloqueios e dezenas de detenções
- 26 de agosto de 2025: queda do governo de François Bayrou após perder moção de confiança; descrito como “colisão lenta inevitável” do sistema político
- 27 de agosto de 2025: líderes empresariais alertam para riscos económicos graves associados à instabilidade política
- 1 de setembro de 2025: o partido Rassemblement National (RN) declara-se pronto para eleições antecipadas
- 9 de setembro de 2025: Macron nomeia Sébastien Lecornu como novo primeiro-ministro;
- 10 de setembro de 2025: a agência S&P alerta que Lecornu enfrenta os mesmos problemas fiscais do governo anterior
- 17 de setembro de 2025: ultimato orçamental – “taxar os ricos ou cair”
Queda de Bayrou e agravamento da crise
Em 26 de agosto de 2025, o então primeiro-ministro François Bayrou foi derrubado no Parlamento após perder uma moção de confiança. A queda ocorreu semanas depois de manifestações em massa, com os protestos “Block Everything” de 10 de agosto a bloquear estradas, escolas e transportes.
A crise foi descrita como uma “colisão lenta inevitável”, refletindo tanto o desgaste político como a ausência de consenso sobre o caminho fiscal. No dia seguinte, 27 de agosto, líderes empresariais alertaram para riscos económicos sérios, nomeadamente sobre a confiança dos mercados e a sustentabilidade da dívida francesa.
Pressão da oposição e risco de eleições antecipadas
A instabilidade abriu espaço para a oposição. Em 1 de setembro de 2025, o Rassemblement National (RN), partido de extrema-direita, declarou-se pronto para disputar eleições antecipadas, capitalizando a incerteza e procurando expandir influência parlamentar.
Poucos dias depois, em 8 de setembro, a narrativa pública focava-se na ideia de uma França “afundada num pântano de dívida”, sublinhando que a crise política e a crise orçamental estavam cada vez mais interligadas.
Nomeação de Lecornu e desafios imediatos
Em 9 de setembro de 2025, o Presidente Emmanuel Macron nomeou Sébastien Lecornu como novo primeiro-ministro, apostando num aliado próximo para restaurar alguma estabilidade política.
Contudo, já em 10 de setembro, a agência de notação S&P advertiu que Lecornu herdava os mesmos problemas fiscais do governo anterior: dívida elevada, défice estrutural persistente e necessidade de cortes orçamentais ou aumento de receitas.
Ultimato orçamental: taxar ou cair
A tensão atingiu novo pico a 17 de setembro de 2025, quando Lecornu enfrentou um ultimato político e social: “taxar os ricos ou cair”. O apelo por medidas fiscais direcionadas às grandes fortunas foi visto como alternativa às propostas de austeridade que tinham precipitado a queda de Bayrou.
Este impasse simboliza o dilema central: equilibrar finanças públicas frágeis sem aprofundar desigualdades sociais nem abrir caminho para a oposição populista.
Conclusão
A crise política em França durante agosto e setembro de 2025 revela um país preso entre pressão social nas ruas, fragilidade institucional no Parlamento e riscos económicos crescentes.
A queda de Bayrou, a ascensão de Lecornu e o ultimato de 17 de setembro mostram que o futuro próximo dependerá da capacidade do governo de negociar compromissos orçamentais, sob pena de enfrentar novas mobilizações e até eleições antecipadas. França permanece, assim, num equilíbrio precário entre austeridade, justiça fiscal e estabilidade política.
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(Artigo sobre a Crise Política em França, formato “Geral”, atualizado com informações até 17 de Dezembro de 2024. Categorias: Política. Tags: Geopolítica, França)