
Fed em foco: cortes de taxas, dissidências internas e pressões políticas
Aqui pode acompanhar as últimas desenvolvimentos relacionadas com a Política Monetária do EUA (FED). Acompanhamos de forma contínua os desenvolvimentos mais relevantes que impactam esta economia e mundo com as políticas, consolidamos os pontos essenciais num formato que oferece uma visão clara, objetiva e alinhada com a nossa análise.
Strategic Highlights – 22 de setembro de 2025
- Trump pediu a demissão da governadora Lisa Cook em agosto, mas esta recusou e defendeu a independência da Fed.
- Em setembro, Christopher Waller reiterou apoio a cortes de taxas, enquanto Adrian Miran foi confirmado pelo Senado como novo governador.
- A Fed cortou taxas de juro a 18 de setembro, mas Miran votou contra por querer um corte maior, assumindo a posição mais dovish do FOMC.
- Neel Kashkari defendeu mais dois cortes adicionais este ano, sublinhando riscos no mercado laboral.
- Em 22 de setembro, Powell falou em política dependente de dados, enquanto Miran destacou que a taxa neutra está em queda.
Pressões políticas sobre a Fed
O período recente foi marcado por tensões entre a Casa Branca e a Fed. Em 20 de agosto de 2025, Donald Trump pediu a demissão da governadora Lisa Cook, alegando irregularidades ligadas a contratos hipotecários. Cook respondeu em 3 de setembro que tais alegações não justificavam a sua saída e reforçou que a independência da Fed é essencial para a estabilidade financeira.
Ao mesmo tempo, Christopher Waller defendeu a necessidade de um corte de taxas já em setembro, embora salientando que o ritmo das reduções dependeria da evolução dos dados económicos.
A nomeação e a confirmação de Miran
O foco voltou-se depois para a nomeação de Adrian Miran, aconselhado por Trump para integrar o conselho de governadores. Numa audição ao Senado em 5 de setembro, Miran rejeitou ser “um fantoche de Trump”, procurando afirmar independência.
A sua confirmação pelo Senado chegou a 16 de setembro de 2025, reforçando o quadro da Fed num momento de grande escrutínio. A instituição procurou evitar choques à sua independência, mas a proximidade política do novo governador foi alvo de debate.
Decisão de política monetária e divisões internas
A reunião do FOMC de 18 de setembro de 2025 trouxe um novo corte de taxas de juro, acompanhado de sinalizações de que mais cortes poderão seguir-se. Apesar disso, a reação dos investidores foi morna: o mercado mostrou-se pouco convencido da eficácia da medida, levantando dúvidas sobre a consistência da comunicação da Fed.
A divisão ficou clara no seio do próprio conselho. Miran dissentiu, não por se opor ao corte, mas por considerar que este devia ter sido mais profundo, assumindo a posição mais dovish do FOMC. Esta divergência evidencia que, mesmo entre os defensores de estímulos, existe debate sobre a intensidade e o calendário das medidas.
A posição dovish de Kashkari
Um dia após a decisão, em 19 de setembro, Neel Kashkari afirmou que via espaço para dois cortes adicionais ainda em 2025, justificando a posição com sinais de fragilidade no mercado laboral. A sua intervenção reforçou a ideia de que parte do FOMC está disposta a avançar com medidas mais agressivas para apoiar a economia.
Discursos de Powell e Miran
Em 22 de setembro de 2025, uma nova vaga de discursos deu continuidade ao debate. O presidente da Fed, Jerome Powell, sublinhou que a política monetária está agora dependente dos dados, sendo ajustada de forma gradual consoante a evolução da inflação e do mercado de trabalho.
Já Miran defendeu que a taxa neutra está a cair, argumento que reforça a sua posição dovish, sugerindo que, estruturalmente, a Fed terá de acomodar taxas mais baixas no futuro.
Conclusão
Entre 20 de agosto e 22 de setembro de 2025, a Fed enfrentou pressões políticas, mudanças na sua composição e divisões internas sobre a política monetária. Enquanto Powell procura manter uma abordagem gradual e dependente dos dados, vozes como as de Miran e Kashkari pressionam por cortes mais agressivos, refletindo uma crescente inclinação dovish no FOMC.
O desafio da Fed será equilibrar a resposta aos riscos económicos com a necessidade de preservar a sua credibilidade institucional, num contexto em que a independência continua a ser posta à prova.
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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre a Política Monetária nos EUA (FED) Discursos de Membros, formato “Geral”, atualizado com informações até 22 de Setembro de 2025. Categorias: Bancos Centrais. Tags: Política Monetária, FED, Banco Central, Taxa de Juro, EUA)