
PBoC mantém LPR inalterada e adia cortes apesar do alívio externo (setembro de 2025)
Aqui pode acompanhar os últimos desenvolvimentos relacionadas com a Política Monetária da China (PBOC). Acompanhamos de forma contínua os desenvolvimentos mais relevantes que impactam esta economia e mundo com as políticas, consolidamos os pontos essenciais num formato que oferece uma visão clara, objetiva e alinhada com a nossa análise.
Strategic Highlights – 22 de setembro de 2025
- O PBoC manteve a LPR em setembro de 2025 pela 4.ª vez consecutiva: 3,0% (1 ano) e 3,5% (5 anos), após deixar também estável a taxa de recompra reversa a 7 dias.
- O banco central enfrentou um dilema antes do corte da Fed (16–17 de setembro), com margem para agir mas sem seguir automaticamente o movimento norte-americano.
- Os dados internos de julho–agosto de 2025 mostraram produção industrial e vendas a retalho nos mínimos desde 2024, apesar de exportações resilientes e trégua com os EUA.
- Um inquérito a 20 participantes de mercado (19 de setembro de 2025) já apontava unanimemente para a manutenção da LPR, sinal de prudência da autoridade monetária.
- Para o 4.º trimestre de 2025, instituições como Barclays e Société Générale projetam cortes de 10 pontos base nas taxas e 50 pontos base no RRR, enquanto a Macquarie também prevê um corte marginal até final do ano.
Resultados
No dia 22 de setembro de 2025, o Banco Popular da China decidiu manter inalteradas as suas taxas de referência, fixando a LPR a 1 ano em 3,0% e a 5 anos em 3,5%. Foi a quarta manutenção consecutiva, confirmando a postura de cautela que já se vinha desenhando desde o verão. A decisão seguiu-se à manutenção da taxa de recompra reversa a 7 dias, mesmo depois do corte da Reserva Federal dos EUA na semana anterior.
Apesar de a bolsa de Xangai estar próxima de máximos de 10 anos, os dados divulgados para agosto mostraram fragilidade: a produção industrial e as vendas a retalho registaram o crescimento mais fraco desde 2024. Perante este contraste, o PBoC optou por preservar estabilidade, preferindo recorrer a medidas direcionadas de liquidez em vez de cortes amplos de taxas.
Drivers
O dilema do banco central ficou claro antes da reunião da Fed de 16–17 de setembro de 2025. O movimento esperado de Washington criava espaço para Pequim flexibilizar sem receio imediato de pressões sobre o yuan, mas o risco de alimentar uma bolha acionista recomendava prudência. A escolha foi manter as taxas e esperar por sinais económicos mais claros.
Além disso, a margem para cortes adicionais é limitada. Em maio de 2025, o PBoC já tinha reduzido a taxa de política em 10 pb e o rácio de reservas obrigatórias (RRR) em 50 pb, levando a taxa para um mínimo histórico de 1,4% e o RRR médio para 6,2%, também em mínimos. A poupança das famílias chinesas, que atingiu 160 000 mil milhões de CNY (≈ 22 450 mil milhões de USD), mostra a cautela no consumo, ao mesmo tempo que o crédito novo abrandou durante o verão.
No plano externo, a trégua tarifária com os Estados Unidos e os sinais de distensão diplomática ajudaram a reduzir a urgência de estímulos imediatos, permitindo ao banco central calibrar o ritmo de atuação.
Impacto de Mercado
A decisão de setembro confirmou as expectativas do mercado. Uma pesquisa a 20 analistas mostrava já unanimidade quanto à manutenção da LPR, e o anúncio apenas reforçou a perceção de que o banco central mantém a prudência como linha de orientação.
O contraste entre o desempenho dos mercados acionistas e os dados macroeconómicos reforçou a sensibilidade da decisão. O rali bolsista, alimentado pela procura institucional e pela expectativa de medidas de apoio, tornou-se um fator de risco adicional: cortar taxas de forma agressiva poderia dar mais combustível a uma valorização vista como excessiva. Ao optar por não mexer, o PBoC protegeu a sua credibilidade no combate a riscos de alavancagem excessiva e bolhas financeiras.
Perspetivas
As projeções para o último trimestre do ano apontam para uma abordagem incremental. Barclays e Société Générale antecipam um corte de 10 pontos base na LPR e na taxa de política, acompanhado de uma redução de 50 pontos base no RRR. A Macquarie também prevê um ajustamento marginal até final do ano, caso os dados de atividade não mostrem recuperação.
O calendário político acrescenta incerteza: em outubro, o quarto plenário do Partido Comunista deverá rever as propostas do 15.º Plano Quinquenal, podendo redefinir prioridades de médio prazo. No plano externo, está previsto um encontro entre Xi Jinping e Donald Trump cerca de seis semanas após setembro, que poderá determinar a evolução da trégua comercial.
Conclusão
Entre 12 e 22 de setembro de 2025, o PBoC mostrou claramente a sua estratégia de prudência ativa. A manutenção da LPR em 3,0% e 3,5%, bem como da taxa de política, reflete a preocupação em evitar estímulos excessivos num momento em que a economia dá sinais mistos: de um lado, fraqueza industrial e consumo em queda; do outro, exportações sólidas e um mercado acionista em máximos.
O banco central opta por privilegiar liquidez direcionada e ajustes incrementais, mantendo espaço para agir no quarto trimestre mas recusando-se a seguir de forma automática os cortes da Fed. Para investidores e analistas, a mensagem é clara: a estabilidade da transmissão e a contenção de riscos continuam acima da velocidade do afrouxamento.
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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre a Política Monetária da China, formato “Geral”, atualizado com informações até 22 de Setembro de 2025. Categoria: Bancos Centrais. Classe de Ativos: N/A. Tags: Política Monetária, PBOC, Banco Central, Taxa de Juro, China)