Ouro, News – 27 Set 25

Ouro em Ascensão: Recordes Sucessivos, Política da Fed e Procura Global


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Strategic Highlights – 19 de setembro de 2025

  • O ouro atingiu um recorde histórico de 3.707,40 USD/onça a 17 de setembro de 2025, acumulando uma valorização de 39–41% desde o início do ano, após uma subida de 27% em 2024.
  • A Fed cortou taxas em 25 pontos base a 17 de setembro, primeiro corte do ano após três reduções em 2024, reforçando o ambiente de procura por ouro como ativo refúgio.
  • UBS, Commerzbank e Deutsche Bank projetam preços médios entre 3.800 e 4.000 USD/onça até 2026, com a possibilidade de o ouro alcançar 4.000 USD ainda em 2025.
  • Exportações suíças de ouro para a China aumentaram 254% em agosto de 2025, enquanto a Índia registou importações de 5,4 mil milhões USD no mesmo mês (+37% m/m), com prémios locais em máximos de 10 meses.
  • A procura global é sustentada por compras robustas de bancos centrais (900–950 toneladas em 2025), tensões geopolíticas, enfraquecimento do dólar e política monetária expansionista.

Rally Alimentado pela Política da Fed

Entre 9 e 19 de setembro de 2025, o ouro consolidou uma trajetória de máximos históricos. O rally foi impulsionado pela expectativa e posterior confirmação de um corte de taxas pela Fed.

  • A 11 de setembro, os mercados já precificavam em 100% a probabilidade de um corte de 25 pb, após dados de inflação (CPI +0,3% em agosto) e enfraquecimento do mercado laboral (pedidos de desemprego em 263.000, máximo de três anos).
  • A 15 de setembro, o ouro ultrapassou os 3.680 USD/onça, impulsionado por um dólar mais fraco e yields em queda.
  • A 16 de setembro, rompeu os 3.700 USD/onça pela primeira vez, atingindo 3.702,95 USD.
  • A 17 de setembro, no próprio dia da decisão da Fed, alcançou o pico de 3.707,40 USD, antes de corrigir para 3.658 USD.
  • A 19 de setembro, fechou em 3.672 USD/onça, com a 5ª semana consecutiva de ganhos confirmada.

O corte foi classificado por Jerome Powell como uma medida de “gestão de risco”, refletindo a desaceleração laboral e a necessidade de reforçar confiança sem perder de vista a inflação. Ainda assim, a incerteza sobre o ritmo de futuras reduções manteve alguma volatilidade.

Projeções e Alvos Técnicos

As casas de investimento e analistas reforçaram as projeções para os próximos meses:

  • UBS elevou o objetivo para 3.800 USD até final de 2025 e 3.900 USD até meados de 2026.
  • Commerzbank prevê 3.800 USD até final de 2026, com cortes acumulados de 200 pb pela Fed até 2026.
  • Deutsche Bank reviu em alta a sua média para 2026, apontando para 4.000 USD/onça.
  • Traders de mercado identificam resistência em 3.730–3.743 USD e acreditam que o ouro poderá atingir 4.200 USD até 2026 após correções intermédias.

Apesar da força da tendência, especialistas alertam para a possibilidade de uma correção técnica de 5–6%, dado o estado de sobrecompra. Contudo, essa eventual descida é vista como oportunidade de compra num mercado sustentado por drivers sólidos.

Procura Física e Fluxos Globais

O consumo físico desempenhou um papel determinante:

  • China: importações dispararam, com exportações suíças para o país a aumentarem 254% em agosto face a julho.
  • Índia: preços locais atingiram 110.666 rupias por 10 g (1.261 USD), +42% desde o início de 2025. Mesmo com preços recorde, os prémios atingiram máximos de 10 meses antes da época festiva (Dussehra e Diwali). As importações de agosto chegaram a 5,4 mil milhões USD, +37% em relação a julho.
  • Os consumidores indianos, em vez de venderem ouro usado (como em março de 2025, quando o preço superou os 3.000 USD), estão a reter ativos na expectativa de novos ganhos, restringindo a oferta de sucata.

Papel dos Bancos Centrais e dos ETFs

A sustentação estrutural vem dos fluxos institucionais:

  • Compras de bancos centrais devem alcançar 900–950 toneladas em 2025, pouco abaixo do recorde de 2024 (+1.000 t).
  • Os ETFs de ouro estão projetados para ultrapassar 3.900 toneladas em 2025, próximo do recorde histórico de outubro de 2020 (3.915 t).
  • Estes fatores têm reforçado o papel do ouro como diversificador de reservas, num contexto de crescente distanciamento de ativos denominados em dólar.

Conclusão

Entre 11 e 19 de setembro de 2025, o ouro consolidou-se como o ativo-refúgio por excelência, atingindo sucessivos recordes históricos e atraindo fluxos de investidores, bancos centrais e consumidores finais. O corte de taxas pela Fed reforçou o ambiente de valorização, mas o movimento é sustentado por drivers mais profundos: fragilidade económica nos EUA, tensões geopolíticas, enfraquecimento do dólar e diversificação de reservas globais.

As perspetivas permanecem firmemente altistas. Apesar de possíveis correções técnicas no curto prazo, as projeções apontam para que o ouro supere os 4.000 USD/onça até 2026, com cenários plausíveis de atingir esse patamar já em 2025. A convergência entre procura física, fluxos financeiros e apoio institucional mantém o metal precioso no centro da atenção global, não apenas como reserva de valor, mas como barómetro da confiança nos mercados financeiros internacionais.


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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.

(Artigo sobre o Ouro, formato “News”, atualizado com informações até 19 de Setembro de 2025. Categorias: Metais e Minerais. Tags: Mercadorias, Ouro, Metais, XAUUSD)

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