Inovação no Segmento de Helicópteros

Em março de 2025, a Airbus Helicopters revelou o H140, um helicóptero ligeiro de dois motores e cinco pás, destinado a substituir progressivamente o consagrado H135. O novo modelo, que deverá entrar em serviço em 2028, contará com uma cabine mais ampla e será propulsionado por motores Arrius 2E da Safran.

O projeto, conhecido internamente como X8, representa um esforço deliberado para modernizar a linha de helicópteros civis da empresa sem descontinuar os modelos existentes. “Queremos continuar a oferecer opções aos nossos clientes”, afirmou o CEO da Airbus Helicopters, Bruno Even, durante o evento Verticon, em Dallas.

O H140 será produzido na Alemanha, nomeadamente em Donauwörth, refletindo a aposta estratégica na regeneração do setor alemão da Airbus Helicopters. A unidade de helicópteros, embora a mais pequena do grupo Airbus, foi a mais lucrativa em 2024, com um crescimento de 11% nos lucros e 8% nas receitas.

Desempenho Industrial e Futuro dos Aviões Comerciais

Durante o mês de março de 2025, a Airbus e a Boeing apresentaram os seus planos para acelerar a produção de novos modelos de aviões comerciais. Ambas as empresas estão a investigar o uso de materiais compósitos termoplásticos, que prometem permitir formas mais aerodinâmicas, redução de peso e produções mais rápidas sem necessidade de fornos autoclave.

Os objetivos são ambiciosos: atingir 80 a 100 aviões por mês, o dobro da atual produção da Boeing e acima da meta adiada da Airbus de 75. A investigação inclui o uso de técnicas como infusão de resina e soldadura por ultrassons, o que poderá reduzir drasticamente os tempos de fabrico e os custos energéticos.

Especialistas da indústria destacaram que a adoção destes materiais exige certificação rigorosa, especialmente quando se prevê substituir rebites e fixadores de titânio por soldaduras estruturais.

Impactos Logísticos e Geopolíticos

Em abril de 2025, o CEO da Airbus, Guillaume Faury, reafirmou as projeções anuais, mas alertou para os efeitos das recentes tensões comerciais, incluindo novas tarifas aduaneiras impostas pelos EUA no início de abril. Estas medidas podem afetar tanto os custos de produção como a procura por novas aeronaves.

Além disso, a Airbus está a lidar com uma grave escassez de motores, sobretudo da fornecedora CFM International (uma joint venture da GE Aerospace e Safran), o que levou à acumulação de cerca de 30 aviões inacabados, apelidados internamente de “planadores”.

Problemas com fornecimentos da Spirit AeroSystems, nomeadamente em componentes de fuselagem e asas, continuam a atrasar a produção dos modelos A350 e A220. Um acordo para aquisição parcial de unidades da Spirit está em fase final, com conclusão prevista para junho de 2025.

Conclusão

A Airbus demonstra uma forte aposta no futuro da aviação, com projetos como o H140 e uma visão estratégica para a próxima geração de aviões comerciais com materiais avançados e processos automatizados. Contudo, os desafios logísticos e geopolíticos colocam à prova a sua capacidade de execução.

Os próximos trimestres serão decisivos para validar esta estratégia ambiciosa. O equilíbrio entre inovação tecnológica, resolução de constrangimentos produtivos e resiliência perante tensões comerciais será fundamental para garantir o crescimento sustentado da Airbus até 2028 e além.