DESTAQUES (14 de fevereiro de 2025)

• Inflação subjacente ao consumidor no Japão deverá ter aumentado 3,1% em janeiro de 2025 face ao ano anterior, acelerando em relação aos 3,0% registados em dezembro de 2024.
• O aumento dos preços dos alimentos básicos, como arroz e vegetais, e a redução dos subsídios energéticos impulsionaram a subida.
• O governo anunciou a libertação de 210.000 toneladas de arroz armazenado para estabilizar os preços no mercado.
• Exportações japonesas deverão ter crescido 7,9% em janeiro, acima dos 2,8% de dezembro.
• Défice comercial estimado em 2,1 biliões de ienes (cerca de 13,76 mil milhões de dólares), refletindo a sazonalidade das exportações.
• Dados oficiais sobre o Índice de Preços no Consumidor (CPI) serão divulgados a 21 de fevereiro de 2025 pelo Ministério dos Assuntos Internos.

Evolução da Inflação e Impacto no Consumo

A inflação subjacente ao consumidor no Japão deverá ter acelerado para 3,1% em janeiro de 2025, em comparação com o 3,0% registado em dezembro de 2024, de acordo com uma pesquisa realizada junto de 18 economistas. Caso esta previsão se confirme, será o maior aumento homólogo desde agosto de 2023, quando a inflação também foi de 3,1%.

Segundo Shunpei Fujita, economista da Mitsubishi UFJ Research and Consulting, os preços dos alimentos continuam a subir, enquanto os subsídios do governo aos refinadores de petróleo foram reduzidos, ampliando a pressão sobre os consumidores.

Nos últimos meses, os preços de bens essenciais como arroz e vegetais registaram aumentos significativos, levando o governo a intervir com a libertação de 210.000 toneladas do stock estratégico de arroz, numa tentativa de aliviar a distribuição e evitar aumentos descontrolados.

Os dados oficiais sobre o CPI de janeiro serão divulgados pelo Ministério dos Assuntos Internos e Comunicações no dia 21 de fevereiro de 2025, às 8h30 (hora local).

Balança Comercial: Exportações Crescem, mas Défice Permanece Elevado

O setor externo japonês registou um início de ano positivo, com as exportações a aumentarem 7,9% em janeiro de 2025, superando o crescimento de 2,8% registado em dezembro de 2024. Por outro lado, as importações terão subido 9,7%, resultando num défice comercial estimado de 2,1 biliões de ienes (aproximadamente 13,76 mil milhões de dólares).

De acordo com Takumi Tsunoda, economista sénior do Shinkin Central Bank Research Institute, o défice comercial de janeiro reflete um padrão sazonal, pois as exportações tendem a ser mais fracas no início do ano.

O governo divulgará os dados oficiais sobre o comércio externo e encomendas de maquinaria no dia 19 de fevereiro de 2025, às 8h50 (hora local).

Investimentos Empresariais e Perspectivas Económicas

As encomendas de maquinaria, um indicador antecipado dos investimentos empresariais para os próximos seis a nove meses, terão registado um crescimento modesto de 0,1% em dezembro de 2024, após um forte avanço de 3,4% em novembro. Este dado sugere um ritmo mais cauteloso nos investimentos das empresas, num cenário de inflação elevada e incerteza económica.

O Banco do Japão (BoJ) continua sob pressão para ajustar a sua política monetária, uma vez que a inflação persiste acima da meta de 2%. No entanto, o banco central tem mantido a sua abordagem prudente, aguardando sinais mais claros de crescimento sustentável antes de alterar a sua política de taxas de juro ultrabaixas.

Conclusão

A inflação no Japão acelerou para 3,1% em janeiro de 2025, refletindo o impacto da subida dos preços dos alimentos e da redução dos subsídios energéticos. O governo está a tentar mitigar a pressão sobre os consumidores através da libertação de arroz armazenado, mas o cenário continua desafiador.

No setor externo, as exportações cresceram solidamente, mas as importações subiram ainda mais, resultando num défice comercial significativo. Além disso, os investimentos das empresas mostram sinais de abrandamento, sugerindo que a economia pode enfrentar desafios adicionais nos próximos meses.

Com a inflação acima da meta e um défice comercial persistente, o Banco do Japão enfrentará decisões críticas sobre a sua política monetária nos próximos trimestres, à medida que o país lida com um ambiente económico global incerto.