Brasil, Inflação – 11 Dez 24

Brasil Inflação, Destaques (10 Dezembro 2024)

• A inflação no Brasil subiu 0,39% em novembro, alcançando 4,87% em termos anuais, acima das expectativas de 4,85%.
• O índice IPCA ultrapassou o limite superior da meta oficial de 1,5% a 4,5%.
• Banco Central do Brasil deverá aumentar a taxa Selic em 75 pontos base, para 12%, na próxima decisão de política monetária.
• Pressões inflacionárias foram lideradas por alimentos, transportes e despesas pessoais, com o real brasileiro a enfraquecer devido a incertezas fiscais.

Inflação no Brasil supera expectativas, reforçando expectativas de aperto monetário

10 de dezembro de 2024 – A inflação no Brasil acelerou em novembro, com o índice IPCA a subir 0,39%, levando a inflação anual para 4,87%. Este resultado superou ligeiramente as expectativas do mercado, de 4,85%, e ultrapassou o limite superior da meta de inflação do governo, fixada entre 1,5% e 4,5%.

Os dados divulgados pelo IBGE revelaram que os maiores aumentos de preços foram registados nos setores de alimentos e bebidas, transportes e despesas pessoais.

Banco Central pronto para novo aumento da Selic

A aceleração da inflação, combinada com uma atividade económica robusta e uma moeda enfraquecida, levou os economistas a preverem um aumento de 75 pontos base na taxa Selic na próxima reunião do Banco Central do Brasil, elevando a taxa de referência para 12%.

Jason Tuvey, economista da Capital Economics, destacou que a perspetiva de novos apertos monetários em 2025 poderá ser intensificada se o governo não tomar medidas concretas para lidar com as preocupações fiscais.

“O governo precisa de um plano mais eficaz para conter as despesas públicas e restaurar a confiança dos investidores. Caso contrário, os riscos de um ciclo de aperto monetário ainda mais agressivo aumentarão”, afirmou Tuvey.

Incertezas fiscais e impacto na inflação

As incertezas sobre as finanças públicas, agravadas pela resposta dececionante a um pacote de controlo de despesas, têm pressionado o real brasileiro e elevado os futuros das taxas de juro.

A desvalorização do real e o aumento dos custos de serviços e produtos básicos complicam a tarefa do Banco Central em alinhar a inflação dentro da meta. Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, destacou que a aceleração da inflação subjacente e dos preços dos serviços intensivos em mão-de-obra aumentam a probabilidade de um aumento de 100 pontos base, embora 75 pontos base permaneçam como a previsão central.

Perspetivas futuras

A reunião de política monetária de dezembro ocorre após aumentos da Selic de 25 pontos base em setembro e 50 pontos base em novembro, sinalizando um ciclo de aperto mais intenso.

Com pressões inflacionárias persistentes e desafios fiscais, o Banco Central do Brasil deverá manter uma postura restritiva no início de 2025, com novas subidas de taxas a dependerem do impacto das decisões fiscais do governo e da evolução do cenário global.

Conclusão

A inflação acima das expectativas reforça a necessidade de medidas mais agressivas para controlar os preços no Brasil. Enquanto o Banco Central procura estabilizar a economia, a confiança do mercado dependerá de ações concretas para enfrentar os desafios fiscais e evitar maiores impactos no crescimento económico e no poder de compra da população.