
Berkshire Hathaway sofre forte queda nos lucros com imparidade na Kraft Heinz, mas mantém liquidez recorde
Aqui pode acompanhar as últimas informações relacionadas com a Berkshire Hathaway. Acompanhamos de forma contínua os desenvolvimentos mais relevantes que impactam esta empresa e consolidamos os pontos essenciais num formato que oferece uma visão clara, objetiva e alinhada com a nossa análise.
Strategic Highlights – 2 de agosto de 2025
- O lucro líquido atribuível aos acionistas caiu para 12.370 milhões de dólares no 2.º trimestre de 2025, face a 30.348 milhões no mesmo período de 2024 (-59%).
- O EPS médio por ação Classe A foi de 8.601 USD, abaixo da previsão de mercado de 7.519 USD (LSEG IBES).
- O ganho líquido de investimentos caiu para 4.970 milhões de dólares, contra 18.750 milhões no ano anterior.
- A empresa registou uma imparidade antes de impostos de cerca de 5 mil milhões de dólares na Kraft Heinz, refletindo perdas acumuladas no investimento.
- A posição de liquidez atingiu 344,1 mil milhões de dólares a 30 de junho, próxima do recorde histórico.
- A Berkshire foi vendedora líquida de ações pelo 11.º trimestre consecutivo e não realizou recompras no 2.º trimestre.
- O insurance float situou-se em cerca de 174 mil milhões de dólares.
- As cinco maiores participações (American Express, Apple, Bank of America, Coca-Cola e Chevron) representavam 67% do portefólio total a 30 de junho de 2025.
- A empresa detinha ainda um investimento de 8,5 mil milhões de dólares em ações preferenciais da Occidental e 21,8% do capital da American Express.
- Warren Buffett, de 94 anos, confirmou que deixará a liderança no final de 2025, após seis décadas à frente da Berkshire.
Resultados e evolução recente
No 2.º trimestre de 2025, a Berkshire Hathaway registou uma quebra acentuada nos lucros, reflexo de um conjunto de fatores conjunturais e contabilísticos. O lucro líquido atribuível aos acionistas caiu para 12.370 milhões de dólares, uma queda de 59% face aos 30.348 milhões de dólares de 2024.
Por ação, o EPS médio foi de 8.601 USD, um valor superior às estimativas de consenso (7.519 USD), mas ainda assim penalizado pela volatilidade dos ganhos com investimentos e pela imparidade na Kraft Heinz.
A empresa reportou um ganho líquido de investimentos de 4.970 milhões, muito abaixo dos 18.750 milhões registados no mesmo trimestre de 2024. Além disso, foi contabilizada uma imparidade pré-impostos de cerca de 5 mil milhões de dólares na Kraft Heinz, ajustada com um trimestre de defasagem no método de equivalência patrimonial.
Fatores Relevantes
A Berkshire mantém a sua tradicional prudência face às condições de mercado. A posição de liquidez alcançou 344,1 mil milhões de dólares a 30 de junho, quase recorde, resultado da política de contenção em novas aquisições e do facto de ter sido vendedora líquida de ações pelo 11.º trimestre consecutivo.
No trimestre, a empresa não realizou recompras de ações próprias, prática que vinha sendo recorrente em momentos de excesso de liquidez.
O insurance float manteve-se robusto em 174 mil milhões de dólares, continuando a ser uma das principais fontes de flexibilidade financeira da Berkshire.
O portefólio de ações mostrou elevada concentração: as cinco maiores participações (American Express, Apple, Bank of America, Coca-Cola e Chevron) representavam 67% do total em 30 de junho.
No caso da Occidental, a Berkshire manteve ações preferenciais avaliadas em 8,5 mil milhões de dólares e 9 mil milhões em excesso de valor contabilístico nas ações ordinárias relativamente à sua quota de equity reportada. A Occidental registou lucros inferiores no primeiro semestre de 2025 em comparação com 2024.
Impacto de mercado
Apesar da queda acentuada no lucro líquido, os resultados superaram parcialmente as expetativas de EPS, o que ajudou a atenuar a reação negativa do mercado. Ainda assim, a incerteza em torno das políticas comerciais norte-americanas e o anúncio da saída de Warren Buffett no final do ano geraram cautela adicional entre os investidores.
O facto de a Berkshire acumular liquidez recorde é visto como sinal de prudência extrema face ao que Buffett considera um mercado sobrevalorizado, preferindo esperar oportunidades mais claras antes de alocar capital em larga escala.
Perspetivas
A curto prazo, a Berkshire deverá continuar numa postura defensiva, privilegiando a manutenção de liquidez elevada e evitando recompras agressivas ou novas aquisições de grande escala.
A médio prazo, a sucessão de Warren Buffett será o fator central para a confiança dos investidores. O foco estará na capacidade da nova liderança em gerir a vasta carteira de ativos e equilibrar prudência com crescimento.
Com um portefólio altamente concentrado e dependente de gigantes como a Apple e a American Express, o desempenho destas participações continuará a ser determinante para os resultados da Berkshire.
Conclusão
O 2.º trimestre de 2025 confirmou as tensões entre a solidez estrutural da Berkshire Hathaway e os desafios conjunturais do mercado. A empresa registou uma forte queda dos lucros líquidos (12.370 milhões de dólares, -59% YoY), penalizada pela imparidade na Kraft Heinz e por ganhos mais fracos em investimentos. Ainda assim, manteve uma liquidez recorde de 344,1 mil milhões de dólares e um insurance float de 174 mil milhões, sustentando a sua resiliência.
Com Warren Buffett a preparar a sua saída no final do ano, a empresa enfrenta um momento de viragem. A força da sua liquidez e a disciplina na alocação de capital continuam a ser pilares de confiança, mas o desafio será demonstrar que a Berkshire consegue manter a sua identidade única e consistência de longo prazo numa nova era de liderança.
Visite o Disclaimer para mais informações.
Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre os Earnings (Resultados) Berkshire Hathaway, formato “News”, atualizado com informações até 02 de Agosto de 2025. Categorias: Serviços Financeiros. Tags: Acionista, Berskshire Hathaway, Empresa de Investimentos, EUA)