Airbus atinge novo marco histórico e reforça liderança industrial global
Aqui pode acompanhar as últimas informações relacionadas com a Airbus. Acompanhamos de forma contínua os desenvolvimentos mais relevantes que impactam esta empresa e consolidamos os pontos essenciais num formato que oferece uma visão clara, objetiva e alinhada com a nossa análise.
Strategic Highlights – 13 outubro 2025
- Família A320 ultrapassa o Boeing 737 e torna-se o avião comercial mais entregue da história, com 12.260 unidades produzidas desde 1988.
- Previsão de aumento de 7% nas entregas em 2025, para cerca de 820 aeronaves, com meta de 75 narrow-bodies/mês até 2027.
- Mercado de serviços aeronáuticos da Airbus deve crescer 3,6% ao ano nas próximas duas décadas, atingindo 311 mil milhões USD/ano até 2044.
- Fusão com a Spirit AeroSystems deverá encerrar no 4.º trimestre de 2025, reforçando controlo sobre a cadeia de fornecimento.
- Expansão global com nova linha de montagem em Mobile (EUA) e planos de crescimento industrial na China.
Nota de Contexto
A Airbus SE, fundada em 1970 como consórcio europeu franco-germano-espanhol-britânico, é hoje o maior fabricante mundial de aeronaves comerciais e um pilar estratégico da indústria europeia.
Com sede em Toulouse, a empresa lidera o setor em entregas anuais e presença global, superando a Boeing em volume desde 2019. A sua força reside na diversificação industrial (aviação civil, defesa, espaço e serviços) e numa cadeia de fornecimento multinacional altamente integrada, apoiada por políticas industriais da União Europeia.
1. O marco histórico: o A320 ultrapassa o 737
Em 7 de outubro de 2025, a Airbus atingiu um marco simbólico e comercial sem precedentes: a família A320 tornou-se a aeronave mais entregue da história, ultrapassando o Boeing 737, que detinha o recorde desde os anos 1960.
- A entrega de um A320neo à companhia saudita Flynas elevou o total de aeronaves A320 entregues para 12.260 unidades desde a estreia do modelo em 1988.
- O recorde encerra 40 anos de rivalidade transatlântica, marcando a ascensão definitiva da Airbus como líder mundial de narrow-bodies.
- O A320 foi lançado em 1984, fez o primeiro voo em 1987 e introduziu o sistema fly-by-wire, uma inovação que revolucionou o design aeronáutico.
- Atualmente, a família A320 representa a espinha dorsal do tráfego aéreo global, com 25 mil unidades combinadas (Airbus + Boeing) em operação.
O feito não é apenas técnico, mas também estrutural: consagra a Airbus como o primeiro fabricante não americano a dominar a aviação comercial global, 40 anos após a resistência inicial dos governos europeus ao investimento, recordando as palavras de Margaret Thatcher em 1984:
“Não quero outro Concorde nas minhas mãos.”
A persistência de Toulouse, apoiada por Paris e Berlim, redefiniu o equilíbrio industrial do setor.
2. Recuperação da cadeia de fornecimento e metas de produção
A 13 de outubro de 2025, a Airbus anunciou que todos os seus fornecedores estavam novamente alinhados com as metas de aumento de produção.
O vice-presidente de operações, Florent Massou, confirmou que a empresa planeia entregar 820 aviões em 2025, um aumento de 7% face a 2024, e atingir uma cadência de 75 narrow-bodies por mês em 2027.
- A Airbus opera agora 10 linhas de montagem globais, incluindo uma nova fábrica em Mobile (Alabama, EUA) e outra prestes a ser ampliada na China.
- A capacidade atual situa-se em 63 aviões/mês, com parte da produção a ser compensada por inventário acumulado durante os atrasos pós-pandemia.
- A empresa reporta melhoria de confiança entre fornecedores após anos de tensões e investimentos retidos devido às metas sucessivamente adiadas.
A Airbus também confirmou o encerramento do acordo com a Boeing sobre a divisão da Spirit AeroSystems, um fornecedor crítico de estruturas, até ao final do 4.º trimestre. Essa aquisição parcial permitirá maior controlo sobre componentes e prazos, reduzindo a dependência de terceiros e reforçando a resiliência industrial europeia.
3. Expansão do segmento de serviços: a nova fronteira de rentabilidade
A 9 de outubro de 2025, a Airbus apresentou projeções para o seu negócio de serviços aeronáuticos, área que atualmente representa 10% das receitas totais.
O grupo prevê crescimento médio anual de 3,6% até 2044, elevando o mercado total para 311 mil milhões USD/ano.
- O segmento de manutenção e reparação off-wing (em oficinas externas) deverá mais do que duplicar, atingindo 218 mil milhões USD.
- O de inspeções on-wing (em linha) crescerá de 21 mil milhões para 34 mil milhões USD.
- A expansão global das frotas exigirá 2,35 milhões de novos profissionais, pilotos, técnicos e engenheiros, até 2044.
Com esta viragem, a Airbus reforça a aposta num modelo semelhante ao da Boeing Global Services, mas com ênfase na integração vertical e digitalização do pós-venda.
O objetivo é estabilizar margens através de receitas recorrentes, menos expostas à ciclicidade das encomendas.
4. Rivalidade estrutural com a Boeing: equilíbrio alterado
O domínio do A320 simboliza uma mudança definitiva no equilíbrio industrial global.
Desde o início da década de 2020, a Boeing tem enfrentado crises sucessivas de produção e reputação após os acidentes do 737 MAX (2018–2019) e os atrasos no 777X, enquanto a Airbus consolidou um modelo de crescimento disciplinado e sustentado por estabilidade política e financeira.
Hoje, a Airbus é líder mundial em entregas anuais e em carteira de encomendas, beneficiando de:
- Procura asiática crescente, sobretudo da Índia, China e Sudeste Asiático.
- Expansão da aviação de baixo custo, segmento dominado pelo A320neo.
- Ausência de novos modelos da Boeing, cuja próxima geração só deverá ser lançada após 2030.
Mesmo com o avanço chinês (COMAC C919) e novas startups ocidentais (JetZero), a Airbus mantém vantagem competitiva graças à escala global e às margens de modernização contínua do A320neo e do A321XLR.
5. Implicações industriais e estratégicas
A atual trajetória da Airbus revela um duplo sucesso:
- Operacional – recuperação plena da cadeia de fornecimento e aumento de cadência sustentado;
- Estratégico – transição de fabricante puro para fornecedor de ecossistemas integrados (aviões + manutenção + digitalização).
A reindustrialização dos EUA e da China não impede o avanço da Airbus como líder global de capacidade instalada, com uma presença industrial transcontinental (Europa–América–Ásia).
A integração da Spirit AeroSystems será crucial para consolidar essa vantagem, mitigando riscos logísticos e reforçando a soberania tecnológica europeia em materiais compósitos e fuselagens.
Conclusão
Em outubro de 2025, a Airbus alcança o ponto culminante da sua história industrial: supera a Boeing em entregas acumuladas, recupera o ritmo produtivo pré-pandemia e posiciona-se para crescimento sustentável até ao final da década.
Com 820 entregas previstas em 2025, meta de 75 narrow-bodies/mês até 2027 e um mercado de serviços que valerá mais de 300 mil milhões USD anuais, a empresa entra na fase de maturidade plena e domínio estrutural da aviação comercial.
A rivalidade com a Boeing continua, mas o equilíbrio histórico mudou de lado: a Airbus é hoje não apenas o maior fabricante, mas o referencial tecnológico e estratégico da indústria aeroespacial global.
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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre a Airbus, formato “News”, atualizado com informações até 11 de Outubro de 2025. Categorias: Aeroespacial e Defesa. Classe de Ativos: Ações. Tags: Acionista, França, Airbus, Aeroespacial, Aviões, Aeroespacial e Defesa)