Alemanha, Inflação – 08 Abr 25

Aqui pode acompanhar as últimas notícias relacionadas com a economia da Alemanha. As notícias são uma componente importante, pois ajudam a manter uma linha condutora em relação aos eventos mais relevantes que influenciam o crescimento económico, a estabilidade financeira e as dinâmicas do mercado local e global.


Inflação na Alemanha Cai para 2,3% em Março de 2025, Reforçando Possibilidade de Corte de Taxas pelo BCE

DESTAQUES (31 de março de 2025)

  • A taxa de inflação na Alemanha caiu para 2,3% em março, abaixo da previsão dos analistas de 2,4%.
  • Em fevereiro, a inflação harmonizada (IHPC) situava-se nos 2,6%.
  • Inflação subjacente recuou para 2,5%, vinda dos 2,7% do mês anterior.
  • A desaceleração é atribuída à queda dos preços do petróleo e à fraqueza da economia alemã.
  • O BCE poderá cortar novamente as taxas de juro na reunião de 17 de abril de 2025, segundo previsões de analistas.

Desempenho da Inflação e Contexto Económico

De acordo com dados preliminares divulgados a 31 de março de 2025 pelo gabinete federal de estatísticas da Alemanha, a inflação harmonizada caiu para 2,3% em termos homólogos, uma descida superior à esperada pelos analistas, que previam 2,4%. Esta queda segue a tendência de desaceleração observada em fevereiro de 2025, quando a taxa se situou nos 2,6%.

O economista Friedrich Heinemann, do instituto ZEW, afirmou que a inflação alemã está gradualmente a aproximar-se da estabilidade de preços, definida pelo BCE como um valor próximo, mas abaixo dos 2%. Esta tendência está a ser impulsionada por preços do petróleo em queda e uma atividade económica morna.

Os dados alemães antecedem a divulgação da inflação da zona euro, marcada para 1 de abril de 2025. Segundo previsões recolhidas pela Reuters, a inflação do bloco deverá manter-se estável nos 2,3%. Contudo, a análise conjunta dos números de Alemanha, França, Itália e Espanha sugere que a inflação da zona euro poderá situar-se nos 2,2%, ligeiramente abaixo das expectativas, segundo a economista Franziska Palmas, da Capital Economics.

Política Monetária e Reação dos Analistas

Desde junho de 2024, o Banco Central Europeu reduziu as taxas de juro por seis vezes consecutivas, sendo a mais recente em março de 2025, que fixou a taxa de depósito nos 2,5%. Apesar da ausência de sinais claros sobre os próximos passos, os analistas acreditam que os dados mais recentes aumentam a probabilidade de um novo corte de taxas já em abril.

A economista Franziska Palmas reforçou que, na margem, esta evolução reforça a probabilidade de o BCE avançar com mais um corte, em vez de optar por uma pausa. A próxima decisão de política monetária está agendada para 17 de abril de 2025.

Inflação Subjacente e Pressões do Setor dos Serviços

A inflação subjacente, que exclui alimentos e energia, também desacelerou, passando de 2,7% em fevereiro para 2,5% em março de 2025. Isto indica que, ao contrário do passado recente, a redução não se deveu apenas à volatilidade nos preços da energia ou alimentação.

O setor dos serviços, por sua vez, apresentou uma subida de preços de 3,4% em março, abaixo dos 3,8% registados em fevereiro, refletindo uma dificuldade crescente das empresas em repassar os custos laborais mais elevados aos consumidores, especialmente num contexto económico fraco, de acordo com o economista Ralph Solveen, do Commerzbank.

Perspectivas Económicas e Riscos Externos

A economia alemã contraiu no quarto trimestre de 2024, renovando os receios de uma possível recessão técnica (duas quedas trimestrais consecutivas). O cenário agravou-se com o anúncio do então presidente norte-americano, Donald Trump, em março de 2025, de uma tarifa de 25% sobre veículos importados, medida que afeta diretamente a indústria automóvel alemã.

Segundo Carsten Brzeski, economista-chefe do ING, uma escalada nas tensões comerciais entre os EUA e a Europa poderá originar pressões inflacionistas de curto prazo. No entanto, a médio/longo prazo, uma guerra comercial poderá ter um efeito desinflacionista, caso a procura global abrande e as empresas se vejam obrigadas a liquidar inventários acumulados.

Brzeski alerta ainda que os preços da energia continuarão a ser um fator determinante, dado o seu comportamento altamente volátil nos últimos meses, impulsionado por tensões geopolíticas que poderão tanto aliviar como agravar-se nos próximos tempos.

Conclusão

A descida da inflação na Alemanha em março de 2025 reforça a tendência de abrandamento observada na zona euro, aumentando as probabilidades de novo corte de taxas por parte do BCE na sua próxima reunião de abril. A evolução da inflação subjacente e a contenção nos preços dos serviços são sinais encorajadores de que o processo de desinflação está a ganhar consistência.

Contudo, os riscos externos, como as tensões comerciais com os EUA e a instabilidade nos mercados energéticos, continuam a representar ameaças significativas. O equilíbrio entre estes fatores será determinante para a evolução da política monetária europeia e para as perspectivas económicas da Alemanha e da zona euro ao longo de 2025.


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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.

(Artigo sobre a Inflação no Consumidor na Alemanha, formato “Geral”, atualizado com informações até 31 de Março de 2025. Categorias: Economia. Tags: Economia, Alemanha, Inflação, Inflação no Consumidor, CPI)