Alphabet acelera expansão na IA, reforça infraestrutura global e recebe validação de Berkshire Hathaway
Aqui pode acompanhar as últimas informações relacionadas com a Alphabet. Acompanhamos de forma contínua os desenvolvimentos mais relevantes que impactam esta empresa e consolidamos os pontos essenciais num formato que oferece uma visão clara, objetiva e alinhada com a nossa análise.
Strategic Highlights — 18 novembro 2025
- Google investe 40 mil milhões USD nos EUA e 5,5 mil milhões EUR na Alemanha para reforçar capacidade de cloud e IA (2026–2029).
- Alphabet aprofunda integração vertical com TPUs próprias, visando ganhos de eficiência e redução de dependência da Nvidia.
- Waymo expande robotaxis totalmente autónomos para Miami e prepara entrada em mais quatro cidades antes da abertura pública em 2026.
- UE abre investigação antitrust à política anti-spam da Google, ampliando pressões regulatórias.
- Berkshire Hathaway adquire 17,85 milhões de ações da Alphabet, num raro movimento tecnológico que impulsiona a valorização da empresa.
Nota de Contexto
A Alphabet é uma das maiores empresas tecnológicas do mundo, com atividade diversificada que abrange pesquisa, publicidade digital, computação em cloud, desenvolvimento de inteligência artificial, plataformas de vídeo (YouTube) e mobilidade autónoma (Waymo). A empresa está no centro da corrida global à IA, pilotando simultaneamente avanços científicos (Google DeepMind), expansão massiva de infraestrutura e crescente integração entre hardware, software e aplicações empresariais. A escala do seu ecossistema oferece vantagens competitivas significativas, mas também a expõe a escrutínio regulatório e a elevados compromissos de investimento.
1. Infraestrutura Global e Aposta em Capacidades de IA
A Alphabet entrou numa nova fase de investimento intensivo em infraestruturas essenciais à computação de IA. Em novembro, a empresa anunciou o maior plano de expansão física da sua história, combinando projetos nos EUA e na Europa que redefinem a sua capacidade de processamento a nível global.
Investimentos anunciados
- 40 mil milhões USD destinados a três novos data centers no Texas, com conclusão prevista até 2027, reforçando a capacidade norte-americana para workloads de IA e cloud.
- 5,5 mil milhões EUR (6,41 mil milhões USD) aplicados na Alemanha entre 2026 e 2029, com novas operações em Dietzenbach e expansão em Hanau.
- O investimento alemão deverá apoiar 9.000 empregos indiretos, refletindo o peso económico regional da Alphabet.
A magnitude destes planos materializa a corrida entre os grandes players tecnológicos, OpenAI, Microsoft, Meta, Amazon, para criarem infraestrutura robusta o suficiente para suportar modelos cada vez maiores. Ao mesmo tempo, esta expansão ocorre num contexto de alertas sobre uma potencial “bolha de capex”, dada a velocidade com que o setor está a comprometer capital antes de retornos tangíveis.
Energia e sustentabilidade
O reforço da capacidade de IA exige garantias de fornecimento energético estável e limpo. Por isso, a Alphabet assinou um contrato de 15 anos com a TotalEnergies para adquirir 1,5 TWh de eletricidade renovável no Ohio, integrando-se na rede PJM. Esta abordagem alinha-se com o objetivo de reduzir o custo operacional e cumprir metas ambientais, num momento em que o consumo energético relacionado com IA está a subir de forma acelerada.
2. Estratégia de IA: Eficiência, Integração e Pressão sobre o Modelo Tradicional
A Alphabet mantém um papel central na definição tecnológica da IA moderna, apoiada em dois pilares: Google DeepMind, responsável pela investigação científica e desenvolvimento de modelos avançados, e Google Cloud, que comercializa aplicações e infraestrutura para empresas.
Transição para hardware próprio
A empresa reforça a utilização das suas TPUs, chips desenhados internamente que reduzem custos e a dependência da Nvidia. A procura de alternativas tornou-se estratégica à medida que:
- o custo de treino de modelos cresce 2,4x ao ano desde 2016;
- alguns modelos poderão custar > 1 mil milhão USD por treino já em 2027;
- Nvidia domina o mercado com margens brutas de 74% e forte poder de preço.
Estudos citados indicam que um cluster de 24.000 TPUs pode custar apenas 99 milhões USD, contra 852 milhões USD para GPUs Nvidia equivalentes, com depreciações anuais muito mais baixas. Embora a eficiência energética ainda favoreça a Nvidia, a diferença de custo torna as TPUs altamente competitivas.
Google DeepMind: visão longa, impacto crescente
A reorganização interna que colocou Demis Hassabis à frente de todos os esforços de IA marca um reposicionamento estratégico. Entre os pontos mais relevantes:
- DeepMind consumiu > 9,6 mil milhões USD em despesa operacional (2019–2024), ilustrando a ambição de longo prazo.
- Projetos como o AlphaFold (base de um Nobel da Química em 2024) reforçam a capacidade científica do grupo.
- A Alphabet planeia aplicações práticas em áreas como descoberta de fármacos via Isomorphic Labs, que pretende ter os primeiros ensaios clínicos até final de 2025.
O foco da empresa desloca-se assim para um modelo de integração vertical entre investigação, hardware e produtos. Isso inclui o desenvolvimento de experiências como o Nano Banana, que atraiu 13 milhões de utilizadores em quatro dias, demonstrando capacidade de converter avanços de IA em adoção massiva.
3. Mobilidade Autónoma: Waymo Aumenta o Alcance Comercial
A Waymo fez um dos movimentos mais significativos do setor ao lançar operações totalmente autónomas em Miami. A empresa posiciona-se como a única a operar robotaxis pagos sem condutor de segurança nem monitores, apoiada numa frota superior a 1.500 veículos.
Expansão programada
Nos próximos meses, a empresa iniciará testes com colaboradores em:
- Dallas
- Houston
- San Antonio
- Orlando
A abertura ao público está prevista para 2026, ampliando a presença comercial em mercados urbanos estratégicos. Esta expansão reforça a liderança tecnológica da Waymo num setor onde Tesla e Zoox também aceleram investimentos, mas ainda com maior dependência regulatória.
4. Regulação e Pressões na Europa
A Comissão Europeia abriu uma investigação formal à política anti-spam da Google, alegando que a empresa poderá estar a prejudicar publishers ao despromover conteúdos associados a parceiros comerciais. As conclusões podem resultar em multas até 10% das receitas globais.
A Alphabet rejeita as acusações, referindo que políticas semelhantes já foram validadas judicialmente na Alemanha e que o objetivo é impedir abusos de SEO que distorcem resultados de pesquisa. No entanto, a investigação insere-se numa tendência de reforço regulatório que continua a afetar os grandes operadores digitais.
5. YouTube TV: Recuperação de Conteúdos Disney Após Um Mês de Disputa
A Alphabet chegou finalmente a acordo com a Disney para repor canais como ABC, ESPN, FX e National Geographic, após um blackout iniciado a 30 de outubro. Durante a disputa:
- a Disney estimava perdas de 60 milhões USD por cada 14 dias de interrupção;
- o YouTube TV, com cerca de 10 milhões de subscritores, resistiu à pressão para acordos de preço superiores aos aceites por outros distribuidores.
O acordo inclui a disponibilização do ESPN Unlimited no plano base até final de 2026, sem custos adicionais para clientes. A negociação reforça a importância do YouTube no ecossistema televisivo norte-americano e demonstra a capacidade financeira e estratégica da Alphabet para sustentar disputas prolongadas.
6. Mercado e Fundamentos Financeiros: O Selo de Aprovação da Berkshire Hathaway
Num ambiente de volatilidade e receios sobre uma bolha na IA, a aquisição de 17,85 milhões de ações da Alphabet pela Berkshire Hathaway funcionou como um gatilho de confiança no mercado. A operação, avaliada entre 4,3 e 4,9 mil milhões USD, levou as ações da Alphabet a subir quase 6%, atingindo um recorde histórico e adicionando potencialmente 180 mil milhões USD de valorização ao mercado.
Porque é relevante
- A Berkshire tem perfil conservador e raramente aposta em tecnologia.
- O movimento contrasta com a redução de quase ¾ da posição na Apple, indicando uma reavaliação interna das oportunidades tecnológicas.
- Analistas destacam que a Alphabet combina fortes fundamentos com valuation inferior ao de rivais (c. 25x forward earnings vs. 29x da Microsoft e 30x da Nvidia).
Esta entrada reforça a perceção de que a Alphabet tem capacidade única de gerar fluxos de caixa suficientes para financiar os investimentos colossais em IA e data centers, mantendo ao mesmo tempo disciplina financeira.
Conclusão
A Alphabet está a atravessar uma fase de transformação estrutural, marcada por:
- Aceleração massiva da infraestrutura de IA a nível global;
- Integração cada vez mais profunda entre hardware próprio, modelos de IA e produtos comerciais;
- Expansão real e tangível da mobilidade autónoma com a Waymo;
- Relações mais complexas com reguladores e parceiros de conteúdos;
- Crescente reconhecimento do mercado, sublinhado pela entrada da Berkshire Hathaway.
A estratégia da Alphabet combina visão de longo prazo, capacidade de execução e escala financeira que poucas empresas conseguem igualar. Porém, também aumenta a exposição a riscos, desde a pressão energética ao escrutínio regulatório e à possibilidade de sobre-investimento no setor.
No geral, o conjunto de sinais analisados posiciona a Alphabet como um dos atores mais bem preparados para capturar o valor económico da próxima geração de inteligência artificial, enquanto redefine fronteiras tecnológicas em cloud, mobilidade e infraestruturas digitais.
Visite o Disclaimer para mais informações.
Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre a Alphabet, formato “News”, atualizado com informações até 18 de Novembro de 2025. Categorias: Tecnologia. Tags: Acionista, Alphabet, Inteligência Artificial, EUA, Serviços Cloud, Internet)