Atlas Copco vê queda nas encomendas e lucros abaixo das expectativas no segundo trimestre

Queda no segundo trimestre e reação do mercado

A 18 de julho de 2025, a Atlas Copco anunciou que o seu lucro operacional do segundo trimestre ficou abaixo das previsões dos analistas, acompanhado de uma diminuição no volume de encomendas. A reação do mercado foi imediata, com as ações a recuarem 7%, refletindo preocupações sobre a procura e a trajetória de crescimento da empresa no curto prazo.

Sinais de enfraquecimento desde o primeiro trimestre

Os resultados do primeiro trimestre, divulgados a 29 de abril de 2025, já apontavam para pressão nas margens e abrandamento na atividade dos clientes.

• O lucro operacional, antes de itens extraordinários, foi de 8,87 mil milhões de coroas suecas (cerca de 924 milhões de dólares), abaixo da estimativa média de 9,36 mil milhões.
• O volume total de encomendas cresceu 2% para 46,6 mil milhões de coroas suecas, mas manteve-se inalterado em termos orgânicos.
• Houve uma redução das encomendas na Europa e na América do Norte, sendo que esta última representou ligeiramente mais de um quarto das receitas e das encomendas de 2024.

Contexto e segmentos de atuação

A Atlas Copco, que atua nos segmentos de sistemas de tratamento de ar, equipamentos de construção e ferramentas industriais, indicou que a procura global no início de 2025 se manteve estável face ao ano anterior, mas com tendência de enfraquecimento nos mercados-chave.
O peso da América do Norte e da Europa na carteira de clientes torna a empresa mais exposta a oscilações económicas nestas regiões, num momento em que a incerteza macroeconómica e a desaceleração industrial afetam o investimento em equipamentos.

Perspetivas

A empresa mantém uma abordagem prudente, esperando alguma fraqueza na atividade dos clientes a curto prazo, mas continua a apostar em eficiência operacional e inovação nos seus principais segmentos. A performance futura dependerá da evolução da procura em mercados desenvolvidos e da capacidade de compensar quedas regionais com crescimento em economias emergentes.

Conclusão

A Atlas Copco enfrenta a segunda metade de 2025 com pressão sobre encomendas e margens, num contexto de procura mais fraca nos mercados-chave. Apesar dos desafios, a empresa mantém vantagens competitivas na sua especialização industrial e na diversificação de produtos. A execução disciplinada e a procura em mercados emergentes serão determinantes para estabilizar o crescimento e recuperar a confiança dos investidores.