
RBA sinaliza cortes adicionais nas taxas em 2025 após abrandamento da inflação e arrefecimento do mercado laboral
Aqui pode acompanhar as últimas notícias relacionadas com a Política Monetária da Austrália (RBA). Acompanhamos de forma contínua os desenvolvimentos mais relevantes que impactam esta economia e mundo com as políticas, consolidamos os pontos essenciais num formato que oferece uma visão clara, objetiva e alinhada com a nossa análise.
Strategic Highlights (26 de agosto de 2025)
- O RBA cortou a taxa de juro em 25 pontos base a 12 de agosto, reduzindo-a para 3,60%, após a taxa ter permanecido em 3,85% durante cinco reuniões consecutivas.
- A inflação subjacente caiu para 2,9% no primeiro trimestre de 2025, abaixo dos 6,8% de pico e dentro da meta do banco (2%–3%); é esperada nova desaceleração para 2,7% no segundo trimestre.
- A taxa de desemprego subiu para 4,3% em junho, o nível mais alto em três anos e meio, face aos 4,1% registados em maio.
- O banco central adotou um tom mais dovish, afirmando que “mais cortes estão por vir”, embora o ritmo ainda esteja indefinido.
- A nova composição do conselho de política monetária, nomeada este ano, introduziu maior imprevisibilidade nas decisões de taxa, incluindo uma decisão dividida na reunião anterior.
- O RBA reiterou a sua abordagem de ajustamento gradual, visando preservar os ganhos no mercado de trabalho enquanto traz a inflação de volta à meta.
Corte de taxa e mudança de postura
A 12 de agosto de 2025, o Banco da Reserva da Austrália cortou a sua taxa de juro de referência em 25 pontos base, de 3,85% para 3,60%, marcando o primeiro movimento desde o início do ciclo de estabilidade em fevereiro. O corte já era amplamente antecipado pelos mercados após os dados mais recentes de inflação e emprego.
Segundo o comunicado oficial, o corte reflete a desaceleração sustentada da inflação e sinais de abrandamento moderado no mercado de trabalho, embora o banco tenha evitado comprometer-se com um calendário definido para futuros cortes.
“Mais cortes estão por vir, mas o ritmo será ditado pelos dados”, declarou o RBA a 26 de agosto.
Inflação recua dentro da meta, mas vigilância mantém-se
A inflação subjacente caiu para 2,9% no primeiro trimestre de 2025, regressando à banda-alvo de 2% a 3% do banco central, após ter atingido um máximo de 6,8% em 2023. A expectativa do mercado é que os dados do segundo trimestre — a serem divulgados em breve — revelem nova desaceleração para cerca de 2,7%.
Apesar dos avanços, a governadora Michele Bullock alertou que a inflação ainda poderá surpreender em alta no curto prazo, especialmente nos segmentos de serviços e energia.
“A nossa estratégia tem sido reduzir a inflação sem perder os ganhos no mercado de trabalho”, afirmou Bullock.
Desemprego sobe, mas mercado ajusta-se sem choques
O desemprego subiu para 4,3% em junho de 2025, face aos 4,1% em maio, atingindo o maior nível em 3,5 anos. O RBA considerou a subida como esperada e consistente com uma normalização gradual, destacando que:
- Os indicadores de vagas estão estáveis;
- O ajustamento do mercado tem ocorrido através de redução nas horas trabalhadas e menos trocas voluntárias de emprego, em vez de despedimentos massivos.
Segundo Bullock, essa dinâmica não exige respostas agressivas da política monetária e permite ao banco seguir uma trajetória de afrouxamento “medida e cautelosa”.
Conselho mais imprevisível aumenta incerteza
Desde a reforma na composição do conselho de política monetária em meados de 2025, as decisões do RBA tornaram-se mais divididas e menos telegráficas.
Na reunião de julho, por exemplo, o banco surpreendeu ao manter a taxa em 3,85%, quando o mercado antecipava amplamente um corte. A decisão foi tomada por maioria, mas não por unanimidade, segundo fontes do banco.
Este novo perfil mais descentralizado está a alterar a forma como os analistas leem os sinais da autoridade monetária, tornando as reações do mercado mais voláteis.
Reações e expectativas do mercado
Após o corte de agosto, os futuros de taxas passaram a precificar uma probabilidade elevada de mais um corte de 25 pontos base até dezembro de 2025, o que levaria a taxa a 3,35%.
As projeções macroeconómicas do mercado apontam para:
- Inflação de 2,6% no final de 2025;
- Crescimento económico anual de 1,4%;
- Desemprego a estabilizar entre 4,2% e 4,5% no segundo semestre.
Conclusão
O RBA deu início a uma nova fase da política monetária com o corte de taxas em agosto de 2025, reconhecendo os progressos no combate à inflação e o arrefecimento gradual do mercado laboral. A autoridade monetária sinaliza mais cortes à frente, mas mantém uma abordagem prudente e dependente dos dados.
A nova configuração do conselho introduz um grau maior de incerteza, mas o compromisso com a estabilidade de preços e o pleno emprego mantém-se como bússola central. Para os investidores e analistas, os próximos trimestres exigirão atenção redobrada à evolução dos indicadores e ao tom dos discursos do banco central.
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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre a Política Monetária da RBA, formato “Geral”, atualizado com informações até 26 de Agosto de 2025. Categorias: Bancos Centrais. Tags: Política Monetária, RBA, Banco Central, Taxa de Juro, Austrália)