Brasil, Inflação – 07 Set 25

Inflação no Brasil regista primeira queda em dois anos, reforçando pressão por cortes adicionais na taxa Selic


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Strategic Highlights (26 de agosto de 2025)

  • O índice de inflação de meados de agosto (IPCA-15) caiu 0,06%, marcando a primeira deflação mensal desde 2023.
  • A taxa acumulada em 12 meses caiu para 4,24%, face aos 4,47% registados em julho.
  • Em julho, a inflação mensal havia subido apenas 0,12%, abaixo da expectativa mediana de 0,15%.
  • Os principais fatores de baixa foram energia elétrica, combustíveis e passagens aéreas.
  • A inflação de serviços continua resiliente, mas a desaceleração generalizada reforça o cenário para mais cortes na Selic, atualmente em 11,00%.
  • Mercado financeiro antecipa novo corte de 50 pontos base na próxima reunião do Banco Central.

IPCA-15 regista deflação pela primeira vez em dois anos

A inflação medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15) caiu 0,06% na primeira quinzena de agosto de 2025, segundo os dados divulgados a 26 de agosto. Esta foi a primeira leitura negativa desde agosto de 2023 e ficou abaixo da mediana das projeções, que apontava para uma taxa nula.

Com este resultado, a inflação acumulada em 12 meses recuou para 4,24%, aproximando-se ainda mais do centro da meta definida pelo Banco Central (3,0% com tolerância de 1,5 ponto percentual).

A deflação foi puxada principalmente por:

  • Energia elétrica residencial (-1,9%), influenciada por queda nas tarifas;
  • Combustíveis (-1,3%), com destaque para gasolina e etanol;
  • Passagens aéreas (-6,5%), após reajustes pontuais no mês anterior.

Julho já havia mostrado sinal de moderação

A 12 de agosto, o IBGE divulgara que o IPCA oficial de julho subiu apenas 0,12%, abaixo da estimativa consensual de 0,15%. Naquela leitura, o acumulado em 12 meses caiu de 4,23% para 4,12%, reforçando a leitura de uma inflação sob controlo.

O comportamento de julho foi igualmente marcado por desaceleração nos preços de bens industriais e recuo em itens voláteis como alimentos in natura, apesar da persistência de pressões no setor de serviços.

Núcleo de serviços continua resiliente

Apesar da deflação em termos gerais, analistas alertam que os núcleos de inflação, sobretudo nos serviços, continuam a mostrar resistência. O setor de alimentação fora do domicílio, alugueres e educação privada ainda apresenta variações mensais positivas, refletindo:

  • Mercado de trabalho aquecido;
  • Reposição de preços defasados em serviços essenciais;
  • Efeitos sazonais em alguns segmentos urbanos.

Essa resiliência limita a margem para cortes mais agressivos na taxa Selic, mesmo com a tendência geral de desinflação.

Reações do mercado e implicações na política monetária

O mercado financeiro reagiu de forma positiva aos números de agosto, reforçando a expectativa de que o Banco Central cortará novamente a taxa Selic em 50 pontos base na próxima reunião do Copom, prevista para meados de setembro. Com isso, a taxa de juro de referência poderá cair de 11,00% para 10,50% ao ano.

Economistas consultados pelo boletim Focus ajustaram as projeções de inflação para o final de 2025, com nova mediana a descer para 4,1%, abaixo da projeção anterior de 4,2%.

Conclusão

A inflação brasileira registou em agosto de 2025 a sua primeira queda mensal em dois anos, consolidando a trajetória de desinflação iniciada no final de 2024. Com o IPCA-15 em terreno negativo e a taxa acumulada em 12 meses a recuar para 4,24%, o cenário favorece a continuidade do ciclo de cortes graduais da taxa Selic.

Apesar da pressão persistente em serviços, os dados mais recentes reforçam a confiança na convergência da inflação para a meta, permitindo que o Banco Central mantenha o seu plano de flexibilização monetária, ainda que com cautela. A tendência deverá manter-se, desde que não haja novos choques de preços nem reversões no câmbio ou na política fiscal.


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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.

(Artigo sobre a Inflação do Brasil, formato “Geral”, atualizado com informações até 26 de Agosto de 2025. Categorias: Economia. Tags: Economia, Brasil, Inflação)