China, Deflação – 28 Jul 25

Aqui pode acompanhar as últimas notícias relacionadas com a economia da China. As notícias são uma componente importante, pois ajudam a manter uma linha condutora em relação aos eventos mais relevantes que influenciam o crescimento económico, a estabilidade financeira e as dinâmicas do mercado local e global.


Deflação aprofunda-se na China e Pequim prepara repressão a guerras de preços e estímulo ao consumo

Destaques (1 de julho de 2025)

  • Preços ao consumidor continuam estagnados e o índice de preços no produtor (PPI) mantém-se em queda, refletindo deflação persistente
  • Exportações desaceleraram em maio, agravando o excedente de stock e aumentando a pressão sobre margens industriais
  • Líderes chineses prometeram intervenção para conter guerras de preços em setores como automóvel, retalho e tecnologia
  • Expectativas de novos cortes de taxas e estímulos fiscais aumentam, com foco em reativar procura interna
  • Mercado continua cético quanto à eficácia das medidas de suporte adotadas até agora

Deflação persiste com impacto em múltiplos setores

A 1 de julho de 2025, os dados mais recentes confirmaram que a economia chinesa continua a enfrentar pressão deflacionista, com preços ao produtor a cair pelo 18.º mês consecutivo e o índice de preços ao consumidor (CPI) praticamente estagnado. A tendência reflete fraqueza prolongada no consumo doméstico, excesso de capacidade e pressão sobre os preços de exportação, num ambiente global mais restritivo.

A deflação tem sido particularmente acentuada nos setores de bens duráveis, eletrónica, maquinaria industrial e vestuário, onde as margens já estreitas estão a ser comprimidas por campanhas agressivas de desconto e queda de encomendas externas.

Exportações abrandam e agravam cenário interno

Em maio, as exportações da China cresceram ao ritmo mais lento do ano, com destaque para quedas acentuadas nos segmentos de tecnologia, automóvel e produtos industriais intermediários. As tarifas adicionais impostas por mercados ocidentais, em particular pelos EUA, também agravaram a deterioração das encomendas, criando um excedente de stock que pressiona ainda mais os preços internos.

As empresas chinesas têm respondido com promoções cada vez mais agressivas para manter quota, mas isso tem acentuado o ciclo deflacionista, especialmente no comércio eletrónico e na venda direta ao consumidor.

Governo promete agir contra guerras de preços

Perante este cenário, a liderança chinesa declarou a 1 de julho que irá reforçar a fiscalização de guerras de preços consideradas “destrutivas”, com foco nos setores automóvel, retalho alimentar, tecnologia e eletrodomésticos. O objetivo é prevenir uma espiral deflacionista que comprometa o equilíbrio financeiro das empresas e as metas de crescimento.

Ao mesmo tempo, Pequim prepara um novo pacote de estímulo ao consumo urbano e de apoio às pequenas empresas, incluindo subsídios, linhas de crédito direcionadas e campanhas de promoção interna.

PBoC deverá cortar taxas, mas cautela persiste

Com a inflação fraca e a procura agregada em queda, o Banco Popular da China deverá cortar novamente as taxas de juro de referência no terceiro trimestre, numa tentativa de reduzir o custo de financiamento e estimular o investimento privado.

No entanto, os analistas alertam que a política monetária tem perdido eficácia estrutural, uma vez que o ciclo de crédito permanece enfraquecido e a confiança dos consumidores não recuperou após os choques dos últimos anos.

Conclusão

A economia chinesa entra no segundo semestre de 2025 com deflação enraizada, abrandamento nas exportações e um consumo doméstico ainda tímido, o que obriga o governo a adotar medidas mais incisivas para travar o ciclo de queda de preços. A repressão às guerras de preços e os cortes de taxas esperados são um reconhecimento do problema, mas a sua eficácia dependerá da capacidade de restaurar a confiança dos consumidores e reforçar a procura agregada de forma sustentada.

Num ambiente externo adverso e com limitações internas bem conhecidas, a China enfrenta agora o desafio de estimular crescimento sem gerar novos desequilíbrios financeiros ou sociais, mantendo o rumo económico sob vigilância apertada.


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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.

(Artigo sobre a Inflação da China, formato “Geral”, atualizado com informações até 1 de Julho de 2025. Categorias: Economia. Tags: Economia, China, Deflação)