
Economia da China, Destaques (16 Dezembro 2024)
- Produção industrial da China cresceu 5,4% em novembro, superando expectativas.
- Vendas a retalho subiram apenas 3,0%, o ritmo mais lento em três meses.
- Incerteza global: A possível imposição de tarifas mais altas pelos EUA sob a administração Trump representa um risco para a economia chinesa.
- Medidas de estímulo: Pequim promete maior apoio orçamental e políticas para impulsionar o consumo e estabilizar o setor imobiliário.
Crescimento Industrial na China Supera Previsões, mas Consumo Mantém-se Fraco
16 de dezembro – O crescimento da produção industrial da China acelerou ligeiramente em novembro, mas o ritmo fraco das vendas a retalho destacou a fragilidade do consumo interno, aumentando os apelos para que Pequim intensifique o estímulo direcionado às famílias e ao mercado interno.

O crescimento da produção industrial atingiu 5,4% em novembro face ao mesmo período do ano anterior, acima do valor de 5,3% registado em outubro e das projeções dos economistas. No entanto, as vendas a retalho apresentaram um crescimento de apenas 3,0%, muito abaixo dos 4,6% esperados e do valor de 4,8% no mês anterior. O fraco desempenho das vendas levanta preocupações sobre a confiança dos consumidores, num contexto de crise prolongada no setor imobiliário e incerteza económica.
Desafios Internos e Externos
Os dados refletem os desafios económicos múltiplos enfrentados por Pequim. A economia chinesa continua a ser pressionada pela fraca procura doméstica, enquanto as exportações enfrentam novos riscos com a possível imposição de tarifas superiores a 60% pelos Estados Unidos sob a futura administração de Donald Trump.
Analistas alertam que estas ameaças tarifárias poderão forçar Pequim a acelerar o seu plano de reequilíbrio económico, tentando reduzir a dependência de investimentos em ativos fixos e exportações em favor de um modelo impulsionado pelo consumo interno.
“A política económica da China continua a favorecer os fabricantes em detrimento dos consumidores, mesmo perante sinais claros de fraqueza persistente”, afirmou Dan Wang, economista independente em Xangai.
Medidas de Estímulo e Setor Imobiliário
Os decisores políticos têm mostrado disposição para intensificar medidas de apoio económico. Na semana passada, durante a Conferência Central de Trabalho Económico (CEWC), os líderes chineses comprometeram-se a aumentar o défice orçamental, emitir mais dívida e adotar políticas para fortalecer o consumo e estabilizar o mercado imobiliário.
Apesar de sinais encorajadores em novembro, com os preços das novas casas a cair ao ritmo mais lento dos últimos 17 meses, analistas alertam que ainda é cedo para uma recuperação sustentável do setor, que representa cerca de 25% da economia.
Além disso, a flexibilização monetária prometida pelo banco central chinês inclui uma possível redução nos requisitos de reservas bancárias, mas até agora tem mostrado pouco impacto na expansão do crédito.
Perspetivas para 2025
Com a crescente incerteza global, as projeções para a economia chinesa em 2025 permanecem moderadas. A Moody’s Ratings elevou sua previsão de crescimento do PIB para 4,2%, ante 4,0%. No entanto, uma sondagem da Reuters estima que tarifas adicionais dos EUA poderiam reduzir até 1 ponto percentual no crescimento do próximo ano.
Julian Evans-Pritchard, economista da Capital Economics, afirmou que o crescimento poderá recuperar nos próximos meses, com o apoio de novas medidas políticas. Ainda assim, ele alertou: “O estímulo será provavelmente insuficiente para criar uma recuperação duradoura, sobretudo se as ameaças tarifárias se materializarem sob Trump.”
Reação dos Mercados
Os dados mistos resultaram em quedas nos mercados financeiros chineses. O índice blue-chip CSI300 recuou 0,37% e o índice Hang Seng de Hong Kong caiu 0,57%, refletindo o sentimento cauteloso dos investidores.
Conclusão
A economia chinesa segue num caminho delicado, enfrentando desafios tanto internos como externos. A promessa de estímulos por parte de Pequim poderá ajudar a estabilizar o crescimento no curto prazo, mas a recuperação sustentável dependerá da resolução da crise imobiliária e da adaptação às novas tensões comerciais globais.
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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre as vendas a retalho e produção industrial da China, formato “Geral”, atualizado com informações até 16 de Dezembro de 2024. Categorias: Economia. Tags: Economia, China, Vendas a Retalho, Indústria)