
Aqui pode acompanhar as últimas notícias relacionadas com a economia da Zona Euro. As notícias são uma componente importante, pois ajudam a manter uma linha condutora em relação aos eventos mais relevantes que influenciam o crescimento económico, a estabilidade financeira e as dinâmicas do mercado local e global.
China Regista Maior Queda do IPC em 13 Meses, com Deflação a Persistir no Setor Produtor
DESTAQUES (9 de março de 2025)
- O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) caiu 0,7% em fevereiro de 2025 face ao ano anterior, revertendo o aumento de 0,5% registado em janeiro.
- Trata-se da maior queda dos últimos 13 meses e superou a previsão de uma descida de 0,5% feita por analistas.
- A deflação nos preços de produção persiste, com o Índice de Preços no Produtor (IPP) a cair 2,2% em fevereiro.
- O governo chinês manteve a meta de crescimento económico para 2025 em 5%, mas reduziu a meta de inflação anual de 3% para 2%.
- Pequim anunciou um reforço de incentivos ao consumo, alocando 300 mil milhões de yuans (cerca de 41,42 mil milhões de dólares) para subsídios ao consumo de veículos elétricos e eletrodomésticos.
Queda da Inflação e Persistência da Deflação na China
A economia chinesa registou, em fevereiro de 2025, a maior queda do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos últimos 13 meses, refletindo uma redução da procura interna e um ambiente de cautela entre os consumidores. Segundo os dados divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatísticas da China (NBS), o IPC caiu 0,7% em termos anuais, contrastando com a subida de 0,5% registada em janeiro e ultrapassando a previsão de uma queda de 0,5% feita por analistas. A queda dos preços dos alimentos, que desceram 3,3% em fevereiro, foi um dos principais fatores para a contração do IPC. Este efeito foi amplificado pela diferença no calendário do Ano Novo Lunar, que ocorreu mais cedo em 2025 (janeiro), em comparação com fevereiro de 2024, influenciando os preços sazonais da alimentação e do turismo.

No entanto, mesmo excluindo os efeitos sazonais do Ano Novo Lunar, o IPC registaria um ligeiro aumento de 0,1%, segundo o estatístico do NBS, Dong Lijuan.
Por outro lado, a deflação no setor produtor manteve-se em fevereiro, embora a um ritmo ligeiramente inferior ao registado no mês anterior. O Índice de Preços no Produtor (PPI) caiu 2,2% em relação ao ano anterior, face à descida de 2,3% registada em janeiro. Este resultado ficou aquém da previsão de um declínio de 2,1%, marcando o 29.º mês consecutivo de queda nos preços de produção desde setembro de 2022.
Desafios para o Consumo e Resposta do Governo
A fraqueza da procura interna tem sido um dos principais desafios para a economia chinesa. O ministro do Comércio, Wang Wentao, destacou que o problema central da economia está na “capacidade e vontade fraca de consumo”, à medida que as preocupações com o emprego e os rendimentos continuam a afetar os gastos dos agregados familiares.
Para tentar reverter este cenário, o governo chinês duplicou a alocação de fundos para um programa de subsídios ao consumo, elevando o valor para 300 mil milhões de yuans (cerca de 41,42 mil milhões de dólares). O objetivo é incentivar a compra de veículos elétricos, eletrodomésticos e outros bens duráveis.
Apesar destas medidas, os analistas alertam que reformas estruturais mais profundas são necessárias para estimular o consumo a longo prazo. O sistema de segurança social ainda incompleto mantém as famílias receosas de gastar, limitando o impacto dos estímulos governamentais.
A política fiscal deverá tornar-se mais proativa, segundo Zhiwei Zhang, presidente e economista-chefe da Pinpoint Asset Management, especialmente à medida que as exportações chinesas enfrentam riscos acrescidos devido à intensificação da guerra comercial com os EUA. Zhang defende ainda que a política monetária deve ser mais expansionista, através de cortes nas taxas de juro e no rácio de reservas obrigatórias dos bancos, tal como sugerido no Relatório de Trabalho do Governo.
Guerra Comercial e Impacto na Indústria Chinesa
A persistente queda dos preços no setor produtor reflete as dificuldades das empresas chinesas em manter margens de lucro, num contexto de excesso de capacidade industrial e aumento das tarifas globais.
A guerra comercial em curso, especialmente com os Estados Unidos, está a forçar muitos exportadores chineses a entrarem em guerras de preços nos mercados internacionais, o que pressiona os salários e os preços dos produtos. Esta situação torna cada vez mais difícil para as empresas chinesas manterem a rentabilidade, o que pode comprometer a recuperação económica no longo prazo.
Conclusão
A economia chinesa continua a enfrentar pressões deflacionárias, com a procura interna a mostrar sinais de fragilidade e os preços no setor produtor a manterem-se em queda há mais de dois anos. Apesar dos esforços de Pequim para impulsionar o consumo, a confiança dos consumidores e das empresas permanece frágil, refletindo as incertezas económicas e o impacto das tensões comerciais globais.
A eficácia das medidas governamentais dependerá da capacidade da China de adotar políticas fiscais e monetárias mais agressivas, ao mesmo tempo que procura resolver problemas estruturais, como a falta de um sistema de segurança social mais robusto. Com metas de crescimento fixadas nos 5% para 2025 e uma inflação projetada em 2%, a evolução da economia chinesa nos próximos meses será crucial para determinar se a segunda maior economia do mundo conseguirá escapar à armadilha da deflação e retomar um crescimento sustentável.
Visite o Disclaimer para mais informações.
Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre a Inflação da China, formato “Geral”, atualizado com informações até 09 de Março de 2025. Categorias: Economia. Tags: Economia, China, Inflação)