
Inflação na China Atinge Mínimo de Quatro Meses e Deflação dos Preços ao Produtor Aprofunda-se em Outubro
- Inflação ao consumidor: Preços ao consumidor subiram apenas 0,3% em outubro, o ritmo mais baixo em quatro meses.
- Deflação ao produtor: Preços ao produtor caíram 2,9% em termos anuais, maior queda em 11 meses.
- Pacote de estímulos: China aprovou pacote de 10 biliões de yuans para aliviar dívidas locais, mas impacto na procura interna é limitado.
- Expectativa de mais apoio: Novas medidas para o mercado imobiliário e recapitalização de bancos estão a caminho, com possíveis cortes de taxas de juro em 2024.
- Pressões deflacionistas: Consumo interno enfraquecido e dependência do sector imobiliário desafiam a recuperação económica.
A inflação na China continua a desacelerar, com o índice de preços ao consumidor (CPI) a crescer ao ritmo mais lento dos últimos quatro meses, enquanto a deflação dos preços ao produtor se agravou. A situação reforça a necessidade de medidas de apoio, uma vez que a segunda maior economia do mundo enfrenta dificuldades para recuperar.
Em resposta, o principal órgão legislativo chinês aprovou um pacote de estímulo de 10 biliões de yuans (1,4 mil milhões de dólares) destinado a aliviar as dívidas da administração local, em vez de realizar injeções diretas de capital na economia. Contudo, analistas argumentam que esta medida terá um efeito limitado no curto prazo para impulsionar a atividade económica e a procura interna.
Desaceleração da Inflação e Impacto das Políticas de Estímulo
Em outubro, o CPI registou um aumento anual de 0,3%, abaixo dos 0,4% de setembro, marcando o valor mais baixo desde junho e ficando aquém das expectativas do mercado, que apontavam para 0,4%. No entanto, a inflação subjacente que exclui os preços voláteis dos alimentos e combustíveis registou uma subida de 0,2%, uma ligeira aceleração face aos 0,1% de setembro.
Segundo Bruce Pang, economista-chefe da JLL, o impacto das políticas de estímulo na promoção da procura interna ainda não é evidente, em parte devido ao feriado prolongado da Golden Week em outubro. Apesar disso, ele acredita que o CPI poderá seguir uma tendência ascendente moderada nos próximos meses, proporcionando espaço para que as autoridades baixem as taxas de juro no início do próximo ano.
Expectativas de Mais Estímulos e Adaptação às Mudanças na Presidência dos EUA
O comité permanente do “National People’s Congress” aprovou recentemente um plano de estímulo que, embora esperado, poderá desapontar os investidores que antecipavam uma abordagem mais agressiva. O Ministro das Finanças, Lan Foan, garantiu que mais políticas de apoio estão a caminho, incluindo medidas para o mercado imobiliário e recapitalização dos bancos.
Alguns analistas sugerem que Pequim poderá estar a reservar parte das suas medidas económicas para reagir ao ambiente geopolítico, nomeadamente a possível mudança de política dos EUA com o regresso de Donald Trump à presidência.
Pressões Deflacionistas e Fragilidade no Consumo Interno
Em termos mensais, o CPI chinês caiu 0,3% em outubro, com a descida dos preços dos produtos alimentares a contribuir para essa queda, de acordo com Dong Lijuan, do Instituto Nacional de Estatísticas. A fragilidade do consumo interno é evidente, especialmente com a ligação de 70% da riqueza das famílias ao sector imobiliário, que enfrenta uma crise.
Inflação Geral

O Goldman Sachs prevê que a inflação dos preços ao consumidor na China se mantenha baixa, em torno de 0,8%, no próximo ano, enquanto a recuperação dos preços ao produtor deverá ocorrer apenas a partir do terceiro trimestre de 2025.
Os preços no produtor registaram uma queda anual de 2,9% em outubro, acentuando a queda de 2,8% em setembro e superando as expectativas de uma queda de 2,5%. Foi a maior descida em 11 meses, impulsionada por setores como a extração e transformação de petróleo e gás natural, produtos químicos e fabrico de automóveis.
Inflação no Produtor

Expectativas para o Futuro Económico
Zhou Maohua, investigador macroeconómico do China Everbright Bank, acredita que a implementação de políticas anticíclicas poderá favorecer o consumo e o investimento. No entanto, ele adverte que a recuperação plena do sector imobiliário, do consumo das famílias e do equilíbrio entre a oferta e a procura deverá levar tempo.
Assim, com uma economia a enfrentar pressões deflacionistas, o governo chinês tem pela frente o desafio de reforçar a confiança dos consumidores e estabilizar o sector imobiliário, de modo a restaurar o equilíbrio e estimular o crescimento.
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