China, PIB – 22 Abr 25

Aqui pode acompanhar as últimas notícias relacionadas com a economia da China. As notícias são uma componente importante, pois ajudam a manter uma linha condutora em relação aos eventos mais relevantes que influenciam o crescimento económico, a estabilidade financeira e as dinâmicas do mercado local e global.


Crescimento da Economia Chinesa Supera Expectativas no Início de 2025, mas Tarifas dos EUA Lançam Sombra sobre o Futuro

DESTAQUES (16 de abril de 2025)

  • O PIB da China cresceu 5,4% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao ano anterior, superando as previsões de 5,1%.
  • O crescimento em cadeia (trimestre a trimestre) abrandou para 1,2%, face aos 1,6% registados no último trimestre de 2024.
  • Exportações impulsionaram o desempenho, mas analistas alertam para uma desaceleração nos próximos trimestres devido ao impacto das tarifas norte-americanas.
  • A investimento no setor imobiliário caiu 9,9% no primeiro trimestre, revelando fraquezas estruturais internas.
  • A inflação negativa e o desemprego jovem continuam a preocupar economistas e investidores.
  • A previsão de crescimento para 2025 foi revista em baixa, com bancos como UBS a apontarem para apenas 3,4%.

Desempenho Económico no Primeiro Trimestre de 2025

A economia chinesa arrancou 2025 com um crescimento acima das expectativas. De acordo com os dados publicados a 16 de abril de 2025, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 5,4% no período entre janeiro e março, em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, mantendo o ritmo do quarto trimestre de 2024.

Este desempenho foi sustentado por consumo robusto e aumento da produção industrial, com as vendas a retalho a crescerem 5,9% em março e a produção fabril a acelerar para 7,7%, ambos acima das estimativas dos analistas. O segmento de eletrónica e mobiliário destacou-se com crescimentos de dois dígitos, beneficiando do programa governamental de renovação de bens de consumo.

Contudo, o crescimento trimestral abrandou para 1,2%, sinalizando uma perda de dinamismo, especialmente perante o agravamento das tensões comerciais com os Estados Unidos.

Impacto das Tarifas dos EUA e Reações de Pequim

A intensificação da guerra comercial entre Washington e Pequim, marcada por tarifas norte-americanas de até 145% sobre produtos chineses, está a gerar preocupações sobre o futuro da economia chinesa. Em resposta, a China aplicou tarifas retaliatórias de 125% sobre bens dos EUA, elevando as tensões e aumentando a incerteza nos mercados financeiros globais.

De acordo com o Nomura, a China enfrenta atualmente dois grandes obstáculos: a crise prolongada no setor imobiliário e a pressão externa provocada pelas tarifas norte-americanas. Já o UBS reviu em baixa a sua previsão de crescimento para 2025, dos anteriores 4% para 3,4%, antecipando que os efeitos das tarifas se prolonguem e exijam novos estímulos por parte de Pequim.

O Primeiro-Ministro Li Qiang reconheceu esta semana os “profundos desafios externos” que os exportadores chineses enfrentam, comprometendo-se a reforçar o consumo interno como pilar do crescimento.

Fragilidades Internas Persistem

Apesar dos dados encorajadores sobre o consumo e a produção, outras áreas continuam a revelar fragilidades estruturais. O setor imobiliário, tradicional motor do crescimento chinês, sofreu uma queda de 9,9% nos investimentos durante os primeiros três meses de 2025. Os preços de novas habitações permaneceram estagnados em março, refletindo a fraqueza da procura.

Além disso, a taxa de desemprego jovem e as pressões deflacionistas mantêm-se como preocupações centrais. O economista-chefe do ANZ, Raymond Yeung, alertou que “um bom número do PIB não reflete necessariamente a saúde global da economia”, sublinhando que a deflação e o desemprego continuam a minar a confiança.

Perspetivas e Espaço para Estímulo

Apesar das adversidades, as autoridades chinesas reiteraram que existe margem de manobra para estímulos adicionais. Após uma série de medidas de afrouxamento monetário no final de 2024, os analistas antecipam novos apoios fiscais e monetários nos próximos meses de 2025.

No entanto, a recente descida da notação de crédito soberano pela Fitch, atribuída ao aumento rápido da dívida pública, alerta para os riscos de desequilíbrios orçamentais, limitando a flexibilidade de Pequim.

Comparando com choques anteriores, como a pandemia de COVID-19 em 2020 ou a crise financeira global de 2008, o ANZ considera que a atual conjuntura pode exigir uma expansão fiscal significativa como resposta à magnitude do choque tarifário.

Conclusão

A China surpreendeu positivamente no primeiro trimestre de 2025, com crescimento acima das expectativas, sustentado por consumo interno forte e exportações resilientes. No entanto, a combinação de pressões externas sem precedentes, devido às tarifas norte-americanas, e fragilidades internas persistentes, como o setor imobiliário debilitado e a deflação, ameaça travar o ímpeto económico nos trimestres seguintes.

O sucesso futuro da economia chinesa dependerá da capacidade de responder com eficácia à guerra comercial, reforçar a procura interna e manter a estabilidade financeira, num cenário global cada vez mais incerto.


Visite o Disclaimer para mais informações.

Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.

(Artigo sobre o PIB da China, formato “Geral”, atualizado com informações até 16 de Abril de 2025. Categorias: Economia. Tags: Economia, China, PIB)