China, PMIs – 27 Jul 25

Aqui pode acompanhar as últimas notícias relacionadas com a economia da China. As notícias são uma componente importante, pois ajudam a manter uma linha condutora em relação aos eventos mais relevantes que influenciam o crescimento económico, a estabilidade financeira e as dinâmicas do mercado local e global.


Atividade industrial da China mantém-se em contração e pressiona Pequim a acelerar estímulos

Destaques (30 de junho de 2025)

  • PMI industrial oficial manteve-se abaixo dos 50 pontos pelo terceiro mês consecutivo, sinalizando contração na indústria transformadora
  • PMI de serviços (Caixin) caiu para 51,1 em maio, com abrandamento visível em setores como turismo, educação e consumo urbano
  • Nova vaga de tarifas impostas pelos EUA prejudicou exportações, com o subíndice de novas encomendas externas a cair para mínimos de dois anos
  • Autoridades chinesas aceleram planos de estímulo interno, incluindo novos cortes nas taxas de juro e medidas de apoio a PME
  • Pequim enfrenta pressão para equilibrar crescimento com gestão da dívida e estabilidade cambial

Setor industrial permanece em terreno negativo

A 30 de junho de 2025, o Gabinete Nacional de Estatísticas da China confirmou que o PMI industrial oficial se manteve abaixo dos 50 pontos, refletindo uma nova contração na atividade fabril. O valor seguiu-se a uma leitura de 49,5 em maio e 49,0 em abril, o pior nível em 16 meses. O setor manufatureiro está sob pressão de encomendas fracas, custos elevados e deterioração do ambiente externo.

O subíndice de novas encomendas externas caiu significativamente após o pacote de tarifas anunciado pelos EUA no início de abril, dificultando a reposição de stock e a renovação de linhas de produção em setores como maquinaria, eletrónica e automóvel.

Serviços abrandam com confiança em declínio

O PMI de serviços medido pelo índice Caixin caiu para 51,1 pontos em maio, abaixo dos 52,5 registados em abril. Embora o valor se mantenha acima da linha dos 50 (que separa crescimento de contração), os dados revelam um arrefecimento na procura doméstica, com particular impacto em setores sensíveis ao rendimento disponível.

Turismo, restauração e educação registaram abrandamentos visíveis, com sinais de cautela por parte dos consumidores urbanos, num contexto de rendimento estagnado e sentimento frágil em relação ao mercado de trabalho.

Tarifa norte-americana agrava pressão sobre exportações

As novas tarifas unilaterais impostas pelos EUA em abril, que incidem sobre tecnologia, veículos elétricos, baterias e equipamentos industriais , interromperam o ligeiro impulso que a indústria chinesa registava desde o final de 2024. Fabricantes que haviam antecipado encomendas (“front-loading”) enfrentam agora uma quebra nos volumes reais e dificuldades logísticas adicionais.

Os economistas chineses admitem que a resposta à nova vaga tarifária tem sido insuficiente até agora, e pedem ações mais agressivas para estabilizar a procura interna. Pequim rejeitou renegociar as tarifas, apostando antes em medidas fiscais, monetárias e em programas de incentivo ao consumo.

Governo intensifica estímulos com foco em PME

A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC) já anunciou que irá acelerar a implementação de políticas de apoio às pequenas e médias empresas ao longo do segundo trimestre, reforçando linhas de crédito subsidiado, subsídios regionais e estímulos à inovação.

O Politburo comprometeu-se ainda, a 28 de junho, a lançar medidas de apoio dirigidas a empresas e trabalhadores mais afetados pelas tarifas, sem, no entanto, comprometer-se com grandes pacotes de estímulo como os de 2020–2021. O Banco Popular da China poderá também cortar a taxa de juro de referência e o rácio de reservas bancárias durante o verão.

Conclusão

Os dados dos PMIs de maio e junho confirmam que a atividade industrial chinesa continua em desaceleração, arrastada por encomendas fracas, tarifas comerciais e uma procura doméstica hesitante. A deterioração dos índices de confiança e o enfraquecimento do setor de serviços aumentam a pressão sobre o governo chinês para acelerar os estímulos internos e salvaguardar a meta de crescimento de 5% para 2025.

Sem uma retoma clara no mercado externo, a recuperação chinesa dependerá cada vez mais da capacidade de Pequim em dinamizar o consumo interno, conter os efeitos da deflação e manter a estabilidade financeira, num contexto de crescimento global frágil e tensão comercial prolongada.


Visite o Disclaimer para mais informações.

Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.

(Artigo sobre os PMIs da China, formato “Geral”, atualizado com informações até 30 de Junho de 2025. Categorias: Economia. Tags: Economia, China, PMI dos Serviços, PMI dos Indústria, PMIs)