
China mantém taxas de juro de referência inalteradas em novembro de 2024
Destaques:
- Decisão: Taxas de juro de referência mantidas em 3,1% (1 ano) e 3,6% (5 anos).
- Contexto: Pequim aguarda um cenário mais claro após a posse de Trump em janeiro, enquanto a fraqueza do yuan complica as medidas de estímulo.
- Perspetiva: Analistas preveem cortes modestos na taxa a partir de dezembro e maiores ajustes em 2025.
20 de novembro de 2024 – A China decidiu manter inalteradas as taxas de juro de referência na fixação mensal anunciada esta quarta-feira. A decisão segue-se aos cortes significativos realizados no mês passado, uma medida destinada a estimular a atividade económica, mas que agora enfrenta limites devido a pressões sobre a rentabilidade bancária e à desvalorização do yuan.
Porque é relevante
A manutenção das taxas básicas de juro dos empréstimos (LPR) está alinhada com as expectativas do mercado, num cenário em que cortes recentes colocaram pressão adicional sobre os lucros dos bancos. Simultaneamente, a moeda chinesa enfrenta desafios acrescidos com o retorno de Donald Trump à Casa Branca, levando a incertezas adicionais sobre a política comercial dos EUA.
Números chave
- LPR a 1 ano: Mantida em 3,1%.
- LPR a 5 anos: Inalterada em 3,6%.
Segundo um inquérito da Reuters realizado esta semana com 28 participantes do mercado, todos previram a manutenção destas taxas.
Contexto económico
Desde o final de setembro de 2024, Pequim tem implementado um conjunto de medidas de estímulo económico que incluem:
- Flexibilização monetária.
- Apoio fiscal direcionado.
- Incentivos ao mercado imobiliário.
Estas ações têm como objetivo revitalizar a economia e afastar o risco de deflação. Contudo, a política económica expansionista de Trump e a consequente fraqueza do yuan complicam os esforços de flexibilização monetária da China.
Os analistas indicam que Pequim poderá aguardar até janeiro de 2025, quando Trump tomar posse e as suas políticas forem mais claras. Durante a presidência anterior de Trump, o yuan sofreu desvalorizações significativas em resposta a tarifas comerciais impostas pelos EUA, o que evidencia os riscos que esta relação geopolítica pode trazer.
Desde as eleições norte-americanas de 5 de novembro de 2024, o yuan caiu 1,8% em relação ao dólar, exacerbando as preocupações. Além disso, os novos empréstimos bancários na China registaram um mínimo de três meses em outubro, refletindo uma procura de crédito ainda fraca, apesar dos estímulos governamentais.
Perspetiva futura
Os analistas da DBS esperam que a LPR a um ano seja reduzida em 10 pontos-base já em dezembro, com mais cortes de 50 pontos-base previstos para 2025. No entanto, os riscos permanecem elevados:
- Fragilidade do mercado imobiliário.
- Tensões financeiras em administrações locais.
- Procura interna agregada insuficiente.
- Possível intensificação da guerra comercial e tecnológica com os EUA.
Esta conjuntura económica sublinha a complexidade dos desafios enfrentados pela economia chinesa, especialmente num período de incertezas globais e transições políticas.

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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre Política Monetária, formato “Geral”, atualizado com informações até 20 de novembro de 2024. Categorias: Política Monetária. Tags: China, PBOC, Taxa de Juro)