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Vendas a Retalho na China Crescem 4% no Início de 2025, Impulsionadas pelo Ano Novo Lunar
Destaques (17 Mar 25)
- Vendas a retalho na China cresceram 4% em janeiro-fevereiro, acima dos 3,7% registados em dezembro.
- Consumo foi impulsionado pelo Ano Novo Lunar, com forte procura por entretenimento e restauração.
- Subvenções governamentais ajudaram a estimular as compras de eletrodomésticos e bens duráveis.
- Aumento do desemprego e tarifas dos EUA podem dificultar um crescimento sustentado do consumo.
- Governo chinês aposta em novos incentivos para impulsionar a confiança dos consumidores.
Vendas a retalho aceleram com impulso sazonal e estímulos governamentais
As vendas a retalho na China registaram um crescimento de 4% no período de janeiro-fevereiro de 2025, acelerando face aos 3,7% de dezembro e marcando o ritmo mais rápido desde novembro de 2024.

Os dados, divulgados pelo National Bureau of Statistics (NBS) a 17 de março de 2025, mostram que o consumo interno foi impulsionado pelo Ano Novo Lunar, um dos períodos mais movimentados para o comércio na China. O feriado prolongado de oito dias levou a um forte aumento da procura por entretenimento, alimentação e bens duráveis.
O setor do cinema registou receitas recorde, destacando-se o sucesso do filme de animação Nezha 2, que dominou as bilheteiras durante a festividade. Já as receitas da restauração cresceram 4,3%, superando a subida de 2,7% registada em dezembro.
Além do impulso sazonal, os incentivos do governo desempenharam um papel importante, com 300 mil milhões de yuans (41,5 mil milhões de dólares) destinados a subsídios para a renovação de eletrodomésticos, veículos elétricos e outros bens de consumo duráveis.
Setores que impulsionaram o crescimento do consumo
Apesar da desaceleração no setor automóvel, que registou uma queda nas vendas no início de 2025, alguns segmentos da economia destacaram-se no crescimento das vendas a retalho:
- Eletrodomésticos e dispositivos audiovisuais: Crescimento de 10,9% nos primeiros dois meses do ano, embora tenha sido inferior ao aumento de 39,3% registado em dezembro.
- Restauração e catering: Expansão de 4,3%, impulsionada pelo aumento do consumo durante o Ano Novo Lunar.
- Roupas e calçado: Registaram um crescimento moderado, refletindo alguma recuperação da procura dos consumidores.
Apesar dos resultados positivos, analistas alertam que o efeito dos subsídios pode perder força nos próximos meses, especialmente no setor de bens duráveis.
“O crescimento das vendas foi decente, mas fortemente influenciado por incentivos. A sustentabilidade desta tendência é incerta”, afirmou Tianchen Xu, economista da Economist Intelligence Unit.
Desafios para o crescimento do consumo
Embora os dados mostrem um crescimento robusto das vendas a retalho, persistem desafios estruturais que podem limitar a recuperação do consumo ao longo de 2025.
Um dos principais problemas é o aumento do desemprego urbano, que atingiu 5,4% em fevereiro, o nível mais alto em dois anos. O aumento da taxa de desemprego pode impactar a confiança dos consumidores e levar a um comportamento mais cauteloso nos gastos.
Outro fator de risco é o impacto das tarifas comerciais impostas pelos EUA. O presidente Donald Trump aumentou as tarifas sobre produtos chineses em 20%, o que poderá prejudicar a confiança das empresas e o crescimento dos salários, afetando o poder de compra da população.
Novas medidas para estimular o consumo
Face a estes desafios, o governo chinês anunciou novas iniciativas para estimular o consumo interno, incluindo um plano especial para aumentar o rendimento das famílias e subsídios para cuidados infantis.
Além disso, o Banco Popular da China (PBOC) comprometeu-se a manter liquidez abundante, podendo reduzir a taxa de reserva obrigatória (RRR) para incentivar o crédito ao consumo.
O sucesso destas medidas será fundamental para sustentar o crescimento das vendas a retalho ao longo de 2025.
Conclusão
O setor do retalho na China teve um forte arranque em 2025, impulsionado pelo Ano Novo Lunar e pelos incentivos governamentais. No entanto, o aumento do desemprego e as incertezas comerciais colocam riscos à sustentabilidade deste crescimento.
O governo chinês continua a apostar no consumo como motor da economia, mas será necessário mais do que estímulos temporários para garantir um crescimento sustentado da procura interna. O desempenho das vendas nos próximos meses será crucial para avaliar se a recuperação do consumo é realmente sólida ou apenas um efeito sazonal e de incentivos financeiros.
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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre as Vendas a Retalho da China, formato “Geral”, atualizado com informações até 18 de Março de 2025. Categorias: Economia. Tags: Economia, China, Vendas a Retalho, Consumo)