DESTAQUES (8 de fevereiro de 2025)

• Lucro ajustado por ação de 1,98 dólares, acima da estimativa de 1,84 dólares.
• Produção diária aumentou para 2,18 milhões de barris de petróleo equivalente (boepd), face aos 1,9 milhões registados no mesmo período de 2023.
• Previsão de investimento de 12,9 mil milhões de dólares para 2025, com cortes de 15% nos ativos Lower 48 e maior investimento no projeto Willow e em projetos de LNG no Qatar.
• Previsão de produção entre 2,34 e 2,38 milhões de boepd para 2025.
• Venda de ativos não essenciais no Lower 48 por 600 milhões de dólares para reduzir dívida após aquisição da Marathon Oil.
• Aumento dos retornos aos acionistas para 10 mil milhões de dólares em 2025, face aos 9,1 mil milhões de 2024.

Desempenho Financeiro e Impacto no Mercado

A ConocoPhillips superou as expectativas de Wall Street para o quarto trimestre de 2024, apoiada por um aumento da produção, que compensou a descida dos preços do petróleo. A empresa reportou um lucro ajustado de 1,98 dólares por ação, acima da previsão média dos analistas de 1,84 dólares, segundo dados da LSEG.

A produção da petrolífera registou um aumento de 15%, atingindo 2,18 milhões de barris de petróleo equivalente por dia (boepd), face aos 1,9 milhões de boepd no quarto trimestre de 2023. Um dos destaques foi o desempenho do campo de perfuração Nuna, no Alasca, onde os lucros subiram 54% após a extração do primeiro barril de petróleo em dezembro de 2024.

Para 2025, a empresa prevê um aumento adicional na produção, estimando um volume entre 2,34 e 2,38 milhões de boepd.

Estratégia de Investimentos e Expansão de Projetos

A ConocoPhillips anunciou que 2025 será um ano de pico de investimento, com um orçamento de 12,9 mil milhões de dólares em despesas de capital. O plano inclui:
✔ Redução de 15% nos gastos com ativos Lower 48, como parte da estratégia de otimização do portfólio.
✔ Expansão do projeto Willow LNG no Alasca e aumento dos investimentos em projetos de LNG no Qatar.
✔ Exploração de novas áreas a oeste do projeto Willow, em linha com o pedido do ex-presidente Donald Trump para reverter as restrições da administração Biden sobre o desenvolvimento de petróleo e gás no Alasca.

A empresa também está a estudar formas de aumentar a capacidade de exportação de gás natural liquefeito (LNG), com planos para ampliar a capacidade de escoamento de 10 milhões para 15 milhões de toneladas por ano.

Venda de Ativos e Gestão da Dívida

Para ajudar a reduzir a dívida resultante da aquisição da Marathon Oil, no valor de 22,5 mil milhões de dólares, a ConocoPhillips anunciou a venda de ativos não essenciais na região Lower 48, que produzem cerca de 15.000 barris por dia (bpd), por 600 milhões de dólares. A transação deverá ser concluída no primeiro semestre de 2025.

A empresa também enfrenta desafios devido às tarifas impostas por Donald Trump sobre importações para os EUA, que podem afetar a venda de líquidos Surmont, dos quais quase metade são enviados para os Estados Unidos. No entanto, os executivos da empresa destacaram que o portfólio diversificado ajudará a mitigar esses impactos.

Retorno aos Acionistas e Perspetivas Futuras

Em 2025, a ConocoPhillips pretende aumentar a remuneração dos acionistas para 10 mil milhões de dólares, um crescimento em relação aos 9,1 mil milhões distribuídos em 2024. Este compromisso reflete a confiança da empresa na sua capacidade de gerar fluxo de caixa sustentável, mesmo num ambiente de preços voláteis.

Conclusão

A ConocoPhillips demonstrou resiliência ao compensar a queda dos preços do petróleo com um forte aumento na produção, permitindo-lhe superar as expectativas de lucro no quarto trimestre de 2024.

O pico de investimento previsto para 2025, especialmente nos projetos de LNG no Alasca e Qatar, reforça a estratégia da empresa de diversificação e crescimento a longo prazo. No entanto, desafios como tarifas sobre importações, gestão da dívida e volatilidade dos preços do petróleo poderão influenciar os resultados nos próximos trimestres.

A aposta na exploração adicional no Alasca e a possível reversão das restrições ambientais sob uma nova administração política podem trazer novas oportunidades para a ConocoPhillips, consolidando a sua posição no setor energético global.