As DEX, ou exchange descentralizadas são fruto exclusivo das blockchains. Ao contrário das CEXs, não utilizam terceiros, ou intermediários, para efectuar transações.
O que é uma DEX
Pode-se dizer que uma DEX é uma espécie de aplicação baseada na blockchain onde está inserida. Executam em grande parte as mesmas funções que uma CEX
Têm como objectivo concretizar as transações dos seus utilizadores. Estas transações são feitas directamente com outros utilizadores e como abdicam de intermediários para o fazer utilizam smart contracts.
Ao contrários das CEX, as DEX não são custodiais, ou seja, o utilizador mantém controlo das suas keys.
Como funciona
Apesar de existirem há quase 10 anos, foi apenas á 3 / 4 anos que começou a ganhar uma maior popularidade. Isto graças à Uniswap, a primeira DEX considerada uma criadora de mercado automatizado, ou automated market maker, AMM.
Anteriormente, as DEX tentavam reproduzir as CEX. Porém replicavam também os seus problemas: falta de liquidez e lentidão de execução. Daí a importância desta nova forma de executar operações.
AMMs utilizaram as chamadas “piscinas de liquidez”, ou liquidity pools, onde são depositados os capitais de utilizadores que queiram participar. O incentivo para participar é a partilha de taxas cobradas aos utilizadores da DEX que queiram executar algum tipo de transação.
No fundo, o utilizador é o banco que oferecendo liquidez para outros utilizadores fazerem conversões de moedas, recebendo uma fração da taxa cobrada.
Ao contrário das CEX, que utilizam um livro de ordens, as AMM utilizam smart contracts para determinar o preço de troca e usam os fundos das liquidity pools para executar automaticamente as ordens.
Vantagens
- Privacidade – Ao contrário da CEX as DEX não exigem qualquer tipo de informação dos utilizadores para ser usufruída/executadas. A falta de regulação permite aos seus utilizadores anonimato.
- Segurança – Como mencionámos anteriormente, nas DEX o utilizador mantém os seus activos sempre na sua posse, logo existe um menor risco de as chaves privadas serem roubadas. Também são um alvo menos provável para hacking, já que os fundos não estão agregados numa só carteira como nas CEX, mas sim nas carteiras individuais de cada utilizador.
- Baixo custo – Graças à execução automática através de smart contracts, os custos são por norma mais baixos que uma CEX, podendo flutuar conforme a procura.
- Diversidade – As CEX, como têm que obedecer a certas regras e regulações, antes de adicionar algum token ou criptomoeda á sua lista, têm de cumprir requisitos. Por consequência, podem demorar mais, ou até mesmo nem adicionar certos activos, impedindo os seus clientes de poderem negociar esses activos. Como não existe essa regulação nas DEX, por norma os seus utilizadores podem aceder a novos projectos em primeiro lugar.
Desvantagens
- Difícil utilização – Provavelmente, o maior e primeiro obstáculo que os utilizadores enfrentarão, será a própria utilização da DEX. Por norma têm designs confusos, necessidade de utilizar carteiras externas e fazer a ligação correctamente. Costuma ser necessário alguma aprendizagem, contudo nos últimos tempos tem havido melhorias nesse sentido.
- Scams/burlas – Apesar de uma das vantagens ser o acesso mais rápido a certos projectos, existe sempre a possibilidade de esse projecto ser uma burla/scam, mais conhecido por rug pull.
- Smart contracts – Já o mencionamos isto em outros artigos, mas existe sempre a possibilidade dos smart contracts terem algum tipo de vulnerabilidade ainda por resolver e que possa ser explorada.
Conclusão
A DEX é um processo inspirado nas CEX’s, que só recentemente se distinguiu através da adopção de um modelo de automated market maker, AMM baseado em “piscinas de liquidez”. Esta transição criou enorme vantagem para a autonomia e acesso dos utilizadores, porém requer idealmente um conhecimento mais aprofundado, uma vez que sendo da responsabilidade do utilizador a gestão dos seus ativos, será sempre sujeito a validar as conversões, ganhos e fazer a triagem daquilo que possam ser burlas/scam.
As DEX são mais um passo na direção de evolução do ecossistema das blockchains.
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