Resultados superam expectativas com estabilidade nas receitas core

O Danske Bank, maior instituição financeira da Dinamarca, iniciou 2025 com um resultado sólido, ao reportar um lucro líquido de 5,76 mil milhões de coroas (cerca de $873 milhões) no primeiro trimestre, um crescimento de 2% face ao mesmo período de 2024.

O desempenho foi impulsionado por:

• Receita líquida por juros de 9,02 mil milhões, acima dos 8,86 mil milhões esperados
• Receita por comissões de 3,66 mil milhões, superando as previsões de 3,57 mil milhões
• Custos operacionais controlados e baixa provisão para imparidades, com apenas 50 milhões de coroas em perdas de crédito

“Entregámos resultados sólidos em linha com as nossas expectativas, com base num desempenho consistente do negócio core e numa qualidade de crédito elevada”, afirmou o CEO Carsten Egeriis.

Contexto macroeconómico nórdico permanece resiliente

Apesar da incerteza global, o Danske destacou a força do ambiente económico na Escandinávia:

• Crescimento económico robusto em toda a região
• Inflação controlada e expectativas de normalização gradual das taxas
• Mercado laboral estável, suportando o consumo privado

Segundo o banco, embora haja receios de recessão nos EUA, o impacto nas economias europeias e nórdicas deverá ser mais moderado, com espaço para políticas anticíclicas caso a pressão global se intensifique.

Tarifas e cenário internacional elevam riscos, mas sem revisão no guidance

A administração do Danske reconheceu que as tarifas comerciais dos EUA introduzidas em abril aumentam a incerteza nos mercados, mas reafirmou que o impacto nos seus mercados principais deverá ser limitado.

“Continuamos a observar uma evolução promissora no crescimento e inflação. Ainda assim, monitorizamos de perto o risco de desaceleração provocada por fatores externos”, referiu o banco no seu comunicado.

O Danske mantém a previsão de lucro entre 21 e 23 mil milhões de coroas em 2025, abaixo dos 23,63 mil milhões alcançados em 2024, devido a um contexto de taxas de juro mais baixas, que afetam a margem de intermediação.

Retorno ao acionista e valorização em bolsa

No trimestre anterior, o banco já tinha anunciado:

• Dividendo total de 28,7 coroas por ação relativo a 2024, acima das previsões
• Recompra de ações no valor de 5 mil milhões de coroas
• Lucros anuais recorde em 2024, com crescimento de 11%

As ações do Danske subiram mais de 30% desde o início de abril, ultrapassando o desempenho do índice europeu STOXX 600.

Conclusão

O Danske Bank entra em 2025 com uma base sólida, beneficiando da resiliência macroeconómica da região nórdica, gestão prudente de risco e receitas estáveis mesmo num cenário de taxas mais baixas. Embora reconheça o risco das tensões comerciais internacionais, o banco mantém confiança na estabilidade do seu core business e não reviu em baixa as metas para o ano.

A evolução do consumo e do investimento nos próximos trimestres será chave para confirmar se o setor bancário nórdico pode continuar a destacar-se num contexto global mais volátil.