Destaques dos Mercados e Economia – 8 de outubro de 2025

Principais destaques do dia 08 Outubro 25, nas maiores economias mundiais e bancos centrais. Os temas que movem o mundo financeiro, desde a Política, Bancos Centrais, Macroeconomia e os Mercados. 

Global

• As ações de tecnologia impulsionaram Wall Street na quarta-feira, com os investidores, sem dados económicos durante a paralisação do governo, atentos às atas da mais recente reunião da Reserva Federal em busca de pistas sobre cortes nas taxas de juro até ao final do ano. Os três principais índices dos EUA fecharam em alta, com destaque para o Nasdaq, liderado por megacaps de inteligência artificial, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq caminham para novos máximos históricos.

Política

• Em França, o primeiro-ministro interino Sebastien Lecornu afirmou ver um caminho para a formação de um novo governo, embora a “reta final” de negociações se mantenha difícil. Lecornu apresentou a sua demissão e a do gabinete apenas horas após anunciar a sua composição, tornando-se o governo mais curto da história moderna francesa. A pedido do presidente Emmanuel Macron, foram retomadas consultas entre líderes políticos de centro-esquerda e centro-direita para evitar eleições antecipadas.
• Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump pediu a prisão do presidente da câmara de Chicago, Brandon Johnson, e do governador de Illinois, JB Pritzker, ambos democratas, enquanto prepara o envio de tropas militares para as ruas da cidade. O apelo surge em meio ao julgamento do ex-diretor do FBI James Comey, num contexto de forte polarização política e acusações de perseguição judicial.

Bancos Centrais

• O Banco Central da Nova Zelândia surpreendeu os mercados ao cortar a taxa de referência em 50 pontos base, para 2,5%, o nível mais baixo em três anos, sinalizando abertura para novos estímulos face ao enfraquecimento económico. O dólar neozelandês e os swaps de taxa de juro recuaram, refletindo expectativas de políticas ainda mais acomodatícias.
• As atas da reunião de 16 e 17 de setembro da Reserva Federal revelaram consenso sobre o aumento dos riscos para o mercado de trabalho, justificando eventuais cortes nas taxas. Embora parte dos membros considere apropriada uma política mais neutra, persistem preocupações com a inflação acima da meta de 2%, mostrando divisão entre os decisores sobre o ritmo e a profundidade do afrouxamento monetário.

Macroeconomia

• A produção industrial da Alemanha recuou 4,3% em agosto, muito acima da queda esperada de 1%, pressionada por forte retração na produção automóvel, após o esgotamento da procura antecipada antes das tarifas dos EUA. Trata-se da maior queda desde março de 2022, quando a guerra na Ucrânia começou a afetar a indústria europeia.

Mercados Globais

Aeroespacial e Defesa

• A Ryanair afirmou estar confiante de que a Boeing obterá permissão para aumentar a produção do 737 para 42 unidades mensais em outubro e 48 até março/abril de 2026. Os atrasos na entrega, agravados por problemas de qualidade após o incidente com o 737 MAX em janeiro de 2024, têm limitado as projeções de crescimento da transportadora europeia.

Cambial

• O dólar neozelandês caiu 0,9%, para US$ 0,5747, o nível mais baixo em seis meses, após o corte de juros do banco central e perspetivas de maior flexibilização. Os rendimentos das obrigações atingiram o menor patamar desde setembro de 2024, refletindo a queda de confiança no crescimento doméstico.

Consumo

• A irlandesa Greencore elevou pela segunda vez em três meses a previsão de lucro operacional ajustado para cerca de 125 milhões de libras, impulsionada pela forte procura por sanduíches e sushi e por rígido controlo de custos. O valor supera o intervalo anterior de 118 a 121 milhões e as expectativas de mercado, situadas entre 119,5 e 121,8 milhões.

Energia

• Os futuros do gás natural dos EUA caíram cerca de 2%, com realização de lucros após atingirem o nível mais alto em 11 semanas. Apesar das previsões de frio, a elevada oferta e estoques robustos limitaram o impulso.
  Os preços do petróleo subiram mais de 1%, com o Brent a 66,27 dólares e o WTI a 62,58 dólares, apoiados por um aumento menor do que o esperado na produção da OPEC+, ainda que as preocupações com excesso de oferta persistam.

Transporte

• As ações da BMW caíram 7%, após o grupo reduzir a previsão de lucros para 2025 devido a atrasos nos reembolsos alfandegários e à fraqueza na China. A empresa reviu o fluxo de caixa livre para mais de 2,5 mil milhões de euros e reduziu a margem de lucro esperada do segmento automóvel de 5–7% para 5–6%.

Tecnologia

• A xAI, startup de inteligência artificial fundada por Elon Musk, prepara nova ronda de financiamento de 20 mil milhões de dólares, incluindo até 2 mil milhões em capital da Nvidia, que também fornecerá GPUs para o centro de dados Colossus 2. O movimento reforça a corrida por infraestrutura de IA de alta performance e amplia a cooperação estratégica entre as duas empresas.