
Principais destaques do dia 11 Julho 25, nas maiores economias mundiais e bancos centrais. Os temas que movem o mundo financeiro, desde a Política, Bancos Centrais, Macroeconomia e os Mercados.
Global
- As bolsas globais caíram na sexta-feira, após o presidente dos EUA, Donald Trump, intensificar a guerra comercial com o Canadá e colocar a Europa diretamente na linha de fogo. O clima de incerteza levou os investidores a procurar portos seguros, como o ouro, que subiu pelo terceiro dia consecutivo.
O dólar canadiano recuou após Trump ter anunciado, na quinta-feira, uma tarifa de 35% sobre todas as importações canadianas a partir de 1 de agosto.
Trump impôs ainda tarifas de 15% a 20% sobre outros países, superando a taxa base anterior de 10%. O Brasil, que tem superavit comercial com os EUA, foi particularmente visado com tarifas de 50% sobre cobre, produtos farmacêuticos e chips semicondutores.
Apesar da pressão sobre moedas, ações e matérias-primas, a volatilidade global permaneceu contida: o índice VIX manteve-se no nível mais baixo desde finais de fevereiro.
O STOXX 600 europeu, que subira 2% durante a semana, recuou 0,8%. Os futuros do S&P 500 e do Nasdaq caíram entre 0,4% e 0,5%, sugerindo correções após os máximos históricos recentes.
O dólar norte-americano valorizou-se 0,5% face ao dólar canadiano, antes de estabilizar nos C$1,3697 (+0,2%). Já o euro caiu 0,1% para $1,1694, acumulando uma perda de quase 1% em julho.
Trump adiou a aplicação das tarifas de 9 de julho para 1 de agosto, concedendo margem para negociações, mas expandiu o leque de países-alvo, incluindo Japão e Coreia do Sul.
Joseph Capurso, do Commonwealth Bank of Austrália, considerou que a tarifa de 35% sobre o Canadá foi “menos severa do que o esperado” devido às exceções previstas no USMCA, mas alertou que uma ofensiva contra a UE poderá ser altamente desestabilizadora.
Na véspera, a Nvidia atingira uma valorização histórica acima dos 4 biliões de dólares, impulsionando novos máximos nos índices de Wall Street.
O ouro subiu 0,8% para $3.348/oz, acumulando +1,2% em julho. Os juros das Treasuries a 10 anos subiram para 4,384%, após dados mostrarem um recuo inesperado nos pedidos de subsídio de desemprego.
O iene japonês perdeu força, com o dólar a subir 0,45% para 146,93 ienes, o que representa um ganho semanal de 1,6%, o maior de 2025.
O Bitcoin valorizou 4,6% para novo recorde de $118.832.
Os investidores concentram-se agora nos resultados trimestrais, com o JPMorgan Chase a dar início à época de apresentações na próxima terça-feira.
O petróleo Brent recuperou 1% para $69,3/barril, revertendo parcialmente a queda da sessão anterior.
Política
- Donald Trump reforçou o embate com o Canadá, anunciando uma tarifa de 35% sobre as importações canadianas a vigorar a partir de 1 de agosto.
A carta enviada ao primeiro-ministro Mark Carney, divulgada nas redes sociais, alertava ainda que as tarifas poderiam aumentar caso o Canadá retaliasse.
A nova tarifa representa uma subida face aos 25% anteriores, complicando os esforços canadianos para concluir um acordo comercial com Washington.
Política Monetária
- A Casa Branca voltou a atacar o presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, acusando-o de ter gerido mal o banco central, salientando défices operacionais e custos excessivos com renovação de edifícios.
Macroeconomia
- A economia chinesa terá abrandado no segundo trimestre, após um início de ano robusto, pressionada pelas tensões comerciais com os EUA e pela deflação persistente, o que aumenta as expectativas de novos estímulos por parte de Pequim.
O segundo semestre de 2025 poderá revelar-se mais desafiante, com destaque para a fraqueza nas exportações, consumo interno débil e queda prolongada no sector imobiliário. - A economia do Reino Unido contraiu-se 0,1% em maio, após uma queda de 0,3% em abril, marcando o segundo mês consecutivo de retração, segundo o Instituto Nacional de Estatística.
Os números aumentam a pressão sobre a nova ministra das Finanças, Rachel Reeves, num contexto internacional incerto.
Mercados Globais
Agricultura
- A tarifa de 50% sobre o café brasileiro imposta pelos EUA gerou tensão no mercado global, podendo levar o preço de uma chávena nos EUA a ultrapassar os máximos recentes.
O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de café, enquanto os EUA são o maior consumidor, com quase 200 milhões de americanos a consumir diariamente.
Blockchain
- O Bitcoin atingiu novo máximo histórico na sexta-feira, impulsionado por forte procura institucional e pelo apoio da administração Trump à inovação cripto.
A maior criptomoeda do mundo chegou aos $116.781,10, acumulando ganhos anuais superiores a 24%.
Segundo Joshua Chu, da Hong Kong Web3 Association, o rali é alimentado por acumulação institucional intensa, reduzindo a liquidez nas bolsas.
Cambial
- O dólar canadiano caiu para o nível mais baixo em duas semanas, após o aumento das tarifas por parte de Trump.
Ainda assim, o movimento foi moderado pelo relatório de emprego doméstico, que elevou as expectativas de manutenção das taxas pelo Banco do Canadá.
O loonie caiu 0,2% para 1,3685/USD, e chegou a atingir 1,3731, o nível mais fraco desde 27 de junho, com perda semanal de 0,6%.
Energia
- Os preços do petróleo subiram cerca de 1% na sexta-feira, sustentados por preocupações com tarifas dos EUA, eventuais sanções à Rússia e desequilíbrios previstos pela AIE entre oferta e procura.
- A BP alertou que os lucros do 2.º trimestre serão penalizados pelos preços mais baixos do petróleo e gás, embora a produção upstream deva superar as previsões anteriores, segundo atualização antes dos resultados a 5 de agosto.
Indústria
- A Panasonic adiou para março de 2027 o plano de atingir capacidade plena na nova fábrica de baterias para veículos elétricos nos EUA, devido à quebra nas vendas da Tesla, seu principal cliente.
A fábrica de 4 mil milhões de dólares, localizada no Kansas, previa 30 GWh de produção total, mas ainda não tem nova meta fixada, segundo o jornal Nikkei. - As ações da Levi Strauss subiram 7%, após a empresa elevar previsões anuais de lucros e receitas, sustentada por procura sólida nas lojas físicas e online, apesar da pressão nas margens provocada pelas tarifas dos EUA.
Metais e Minerais
- Os mineiros de cobre permanecem otimistas quanto ao futuro do metal, apesar da nova tarifa de 50% dos EUA estar a provocar volatilidade a curto prazo, afirmou Mark Bristow, CEO da Barrick Mining, na Zâmbia.
A medida visa estimular o desenvolvimento interno nos EUA de indústrias estratégicas como a defesa, eletrónica e mobilidade elétrica.
O anúncio de Trump impulsionou os futuros do cobre na Comex para novos máximos históricos.
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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre os Destaques do Dia 11 Julho 2025, formato “Geral”, atualizado com informações até 11 de Julho de 2025. Categorias: Global. Tags: Global, Resumo do Dia, Destaques do Dia)