
Aqui pode acompanhar as últimas noticias relacionadas com a Divida Alemã e Francesa. As notícias são uma componente importante pois ajudam a manter uma linha condutora em relação aos eventos mais relevantes que afetam os títulos obrigacionistas destes países.
16 Out
A Dívida da Alemanha e França: Desafios e Expectativas
- Aumento das Taxas de Rendibilidade: As taxas de rendibilidade das obrigações francesas e alemãs subiram, refletindo preocupações sobre o défice fiscal e a saúde financeira.
- Planos Orçamentais na França: O novo governo francês apresentou um orçamento com cortes nas despesas e aumentos de impostos totalizando 60 mil milhões de euros.
- Diferença de Rendimentos: O diferencial entre as obrigações do tesouro a 10 anos da França e da Alemanha manteve-se em 77,5 pontos base.
- Objetivos Fiscais: O governo francês visa reduzir o défice público para 5% do PIB em 2025, enquanto a Alemanha enfrenta pressão para manter a estabilidade.
- Expectativas do BCE: A reunião do Banco Central Europeu a 17 de outubro resultou num corte nas taxas de juros, impactando as rendibilidades na zona euro.
Na passada sexta-feira, as taxas de rendibilidade das obrigações francesas subiram, à medida que os investidores analisavam o orçamento do governo francês para 2025, que visa enfrentar um défice fiscal em ascensão. As taxas das obrigações alemãs também atingiram um novo máximo de um mês, refletindo uma crescente preocupação com a saúde financeira de ambos os países.
O novo governo do primeiro-ministro francês, Michel Barnier, sob pressão dos mercados financeiros e dos parceiros da União Europeia, apresentou planos de cortes nas despesas e aumentos de impostos sobre os ricos e as grandes empresas, totalizando 60 mil milhões de euros (66 mil milhões de dólares). “Os pontos principais foram bem anunciados pelos meios de comunicação nas últimas semanas, e, por isso, não devem apanhar os mercados de surpresa”, afirmou Michel Nies, economista do Citi.
Entretanto, o peso do ajustamento recai em grande parte sobre o aumento das receitas, uma tarefa que, segundo Nies, não será fácil de alcançar na magnitude prevista. As taxas de rendibilidade das obrigações francesas a 10 anos subiram 3 pontos base para 3,058%, atingindo um máximo de cinco semanas. O diferencial entre as taxas de rendibilidade das obrigações do tesouro a 10 anos da França e da Alemanha manteve-se praticamente inalterado, situando-se em 77,5 pontos base.
Este diferencial tem sido um ponto focal desde que se alargou acentuadamente antes das eleições parlamentares em França no início do ano. O governo francês tem como objetivo reduzir o défice público para 5% do produto interno bruto (PIB) no próximo ano, em comparação com 6,1% este ano, como um primeiro passo para alinhar o défice com o limite da União Europeia de 3% até 2029.
No entanto, os economistas da Goldman Sachs expressaram preocupações sobre a capacidade do governo em cumprir suas metas, dado o tamanho da consolidação proposta e a dependência de aumentos de impostos. A revisão da notação de risco da França pela Fitch, prevista para sexta-feira, também está a gerar atenções, com os mercados a anteciparem um maior risco de uma descida quando a Moody’s atualizar a sua posição em 25 de outubro.
Por outro lado, as taxas de rendibilidade das obrigações alemãs a 10 anos, que servem como referência na zona euro, subiram 3 pontos base para 2,28%, atingindo um valor de 2,299%, o mais elevado desde o início de setembro. A falta de grandes catalisadores económicos internos, juntamente com sinais de uma economia americana forte, tem impulsionado os rendimentos na zona euro para máximos de várias semanas.
À medida que os investidores aguardavam a reunião do Banco Central Europeu a 17 de outubro, as expectativas estavam centradas na possibilidade de um corte de 25 pontos base nas taxas. Neste contexto, a taxa de rendibilidade das obrigações alemãs a dois anos subiu 3 pontos base para 2,26%, refletindo as expectativas sobre as taxas do BCE. Expectativa cumprida pelo corte da taxa de juro em 0,25%.
Em conclusão, tanto a Alemanha quanto a França enfrenta desafios significativos na gestão de suas dívidas e na resposta às pressões dos mercados financeiros. Com a próxima revisão da notação de risco e as mudanças nas políticas orçamentais, os investidores estarão atentos às decisões que poderão impactar as economias europeias.
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