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Dívida Global Atinge Recorde de 318 Biliões de Dólares, Relação Dívida/PIB Sobe Pela Primeira Vez Desde 2020
DESTAQUES (05 de Março 2025)
- Relação dívida/PIB global aumentou para 328% em 2024, a primeira subida desde 2020.
- Dívida global atingiu um recorde de 318 biliões de dólares, com um crescimento de 7 biliões de dólares ao longo do ano.
- Mercados emergentes – impulsionados por China, Índia, Arábia Saudita e Turquia – representaram 65% do aumento da dívida global.
- O Instituto de Finanças Internacionais (IIF) alertou para o risco de reações adversas dos mercados, especialmente em países com elevado nível de polarização política.
- Previsão de um aumento adicional de 5 biliões de dólares na dívida pública global em 2025, devido ao aumento dos gastos militares e estímulos fiscais.
Dívida Global em Níveis Históricos e Impacto Económico
O endividamento mundial registou um novo recorde de 318 biliões de dólares no final de 2024, segundo um relatório publicado pelo Instituto de Finanças Internacionais (IIF) a 6 de fevereiro de 2025. A relação dívida/PIB global subiu 1,5 pontos percentuais, atingindo 328%, um valor que reflete a conjugação de níveis elevados de dívida pública e um desacelerar do crescimento económico e da inflação.

Embora o aumento da dívida global em 7 biliões de dólares tenha sido inferior ao de 2023, o IIF alertou para o risco de que investidores – os chamados “bond vigilantes” – possam penalizar países que continuem a aumentar os seus défices fiscais de forma descontrolada.
“O crescente escrutínio sobre os saldos fiscais – particularmente em países com cenários políticos polarizados – tem sido uma característica marcante nos últimos anos”, afirmou o IIF.
Os mercados demonstraram anteriormente a sua capacidade de reagir contra políticas fiscais consideradas irresponsáveis. No Reino Unido, a resposta negativa dos mercados à política económica da ex-primeira-ministra Liz Truss resultou no seu mandato efémero em 2022. Situação semelhante ocorreu em França, onde a pressão do mercado levou à saída do primeiro-ministro Michel Barnier no ano passado.
Previsões para 2025: Maior Volatilidade nos Mercados de Dívida Soberana
Para 2025, o IIF antecipa um desacelerar do crescimento da dívida, mas alerta para os níveis elevados de incerteza económica e política global, bem como para os custos de endividamento ainda elevados.

Apesar da expectativa de contenção, o instituto projeta um aumento de 5 biliões de dólares na dívida pública global este ano. Esse valor pode ser revisto em alta, devido ao crescimento dos gastos militares na Europa e ao reforço de estímulos fiscais em algumas economias.
O diretor de investigação em sustentabilidade do IIF, Emre Tiftik, destacou que a volatilidade dos mercados de dívida soberana deverá aumentar, sobretudo nos países com elevados níveis de polarização política.
Desafios para Mercados Emergentes e Pressões Externas
Os mercados emergentes foram responsáveis por 65% do aumento da dívida global em 2024, impulsionados por países como China, Índia, Arábia Saudita e Turquia. Esta dependência do crédito externo pode colocar essas economias numa posição vulnerável, especialmente devido às dificuldades esperadas para refinanciamento da dívida. O relatório do IIF destacou que, em 2025, os mercados emergentes terão de refinanciar um recorde de 8,2 biliões de dólares em dívida, sendo que 10% deste montante está denominado em moeda estrangeira. Esta situação poderá criar dificuldades de liquidez, especialmente para países com reservas cambiais limitadas.

Outro fator de risco identificado no relatório é o aumento das tensões comerciais e a incerteza na política externa dos EUA. O documento menciona que a decisão da administração Trump de congelar a ajuda externa dos EUA, incluindo cortes na USAID, poderá restringir o acesso de alguns países emergentes a financiamento em moeda estrangeira.
Tiftik sublinhou ainda que a situação evidencia a necessidade de reforçar a capacidade dos bancos multilaterais de desenvolvimento para mobilizar capital privado, garantindo mais resiliência económica nos países em desenvolvimento.
No entanto, vários países emergentes continuam a enfrentar desafios na mobilização de receitas internas. Exemplos como o Quénia, onde há forte resistência pública a aumentos de impostos, e a Roménia, onde eleições iminentes dificultam reformas fiscais, demonstram os obstáculos políticos a uma gestão sustentável da dívida.
Conclusão
O aumento da dívida global para 318 biliões de dólares em 2024 e a subida da relação dívida/PIB para 328% refletem os desafios económicos e políticos enfrentados pelos governos à escala mundial. Embora o crescimento da dívida tenha abrandado face a 2023, a necessidade contínua de financiamento público elevado, especialmente em mercados emergentes, coloca em risco a estabilidade financeira global.
A volatilidade nos mercados de dívida soberana deverá manter-se em 2025, com riscos acrescidos para países com elevada polarização política e dependência de financiamento externo. O sucesso na gestão da dívida dependerá da capacidade dos governos de equilibrar estímulos fiscais e disciplina orçamental, garantindo a confiança dos investidores num contexto de incerteza económica e geopolítica.
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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre a Dívida Mundial, formato “News”, atualizado com informações até 06 de Março de 2025. Categorias: Obrigacionista. Tags: Dívida, Dívida Mundial)