EUA, Alterações ao 401k – 05 Set 25

Trump expande acesso a ativos alternativos nos planos 401(k), mas especialistas alertam para riscos e custos mais elevados


Aqui pode acompanhar as últimas informações relacionadas com a alteração das regras do 401k nos EUA. Acompanhamos de forma contínua os desenvolvimentos mais relevantes que impactam esta economia e mundo com as políticas, consolidamos os pontos essenciais num formato que oferece uma visão clara, objetiva e alinhada com a nossa análise.


Strategic Highlights (11 de agosto de 2025)

  • Donald Trump assinou a 7 de agosto de 2025 uma ordem executiva que permite maior acesso a ativos alternativos dentro dos planos de reforma 401(k), como private equity, fundos de infraestruturas, imóveis e crédito privado.
  • A medida é apresentada como uma forma de diversificar os investimentos de longo prazo dos americanos, mas críticos alertam para o aumento das comissões e complexidade dos produtos.
  • A indústria de ativos alternativos nos EUA gere atualmente mais de 13,1 biliões de euros (14,2 triliões de dólares), mas apenas uma fração mínima está disponível em veículos de reforma.
  • Cerca de 65 milhões de americanos participam em planos 401(k), com mais de 6,8 biliões de euros em ativos acumulados, representando um dos pilares do sistema privado de reforma nos EUA.
  • A proposta deverá entrar em vigor no quarto trimestre de 2025, após a definição de diretrizes mais detalhadas por parte do Departamento do Trabalho.

Nova ordem executiva visa alterar perfil dos investimentos em reforma

O ex-presidente e atual candidato presidencial Donald Trump assinou, a 7 de agosto de 2025, uma ordem executiva que permite ampliar o acesso dos planos 401(k) a ativos alternativos, com o objetivo declarado de “democratizar o investimento institucional” para os trabalhadores americanos.

A proposta autoriza os gestores fiduciários dos planos de reforma a alocar parte das contribuições dos trabalhadores em ativos tradicionalmente restritos a investidores qualificados, como:

  • Fundos de private equity e capital de risco;
  • Veículos de investimento em infraestruturas;
  • Fundos imobiliários estruturados (REITs não cotados);
  • Crédito privado e ativos ilíquidos.

Segundo a administração Trump, o objetivo é permitir maior diversificação de risco e retorno potencial mais elevado, num contexto de taxas de juro reais mais baixas e envelhecimento da população.

Potencial de mercado elevado, mas ainda marginal nos 401(k)

A indústria de ativos alternativos nos EUA gere mais de 13,1 biliões de euros em ativos sob gestão, segundo dados de 2025, mas menos de 2% desse valor está exposto através de planos 401(k).

Com mais de 65 milhões de trabalhadores a participarem em planos 401(k) e ativos totais que superam os 6,8 biliões de euros, mesmo uma pequena realocação pode significar centenas de mil milhões de euros em novos fluxos para produtos alternativos, o que está a ser visto com entusiasmo por gestoras de fundos e bancos de investimento.

Críticas apontam para riscos adicionais e maior opacidade

Apesar do argumento de maior diversificação, especialistas e reguladores alertam para riscos significativos, sobretudo:

  • Comissões muito superiores às dos fundos indexados ou ETFs tradicionais (podendo atingir 3% ao ano ou mais);
  • Liquidez reduzida e estruturas complexas, com janelas de resgate restritas e pouca transparência;
  • Potencial de conflitos de interesse entre fiduciários e gestores de ativos alternativos;
  • Risco de perdas mais acentuadas em períodos de stress de mercado, dada a natureza menos regulada desses investimentos.

Grupos de defesa do consumidor e académicos questionaram o nível de literacia financeira necessário para que os trabalhadores avaliem este tipo de produtos, sobretudo em faixas de rendimento mais baixas.

Implementação dependerá de diretrizes adicionais

A proposta executiva não impõe uma percentagem mínima nem obriga os gestores a incluir ativos alternativos nos planos 401(k), mas abre a porta à sua inclusão, desde que os fiduciários cumpram os critérios de prudência e diversificação.

O Departamento do Trabalho dos EUA deverá publicar diretrizes complementares no terceiro trimestre de 2025, com implementação prevista para o quarto trimestre do ano. A expectativa é que os maiores planos corporativos sejam os primeiros a testar esta nova flexibilidade.

Implicações para o setor financeiro e para os trabalhadores

A medida pode representar um novo ciclo de crescimento para o setor de private equity e fundos estruturados, ao canalizar poupança de longo prazo para produtos que historicamente estavam vedados ao investidor médio.

Contudo, a longo prazo, o impacto dependerá da capacidade dos planos 401(k) de equilibrar retorno e risco num contexto onde a segurança e previsibilidade dos rendimentos de reforma continua a ser prioritária.

Conclusão

A decisão de Donald Trump de permitir o acesso a ativos alternativos nos planos 401(k) marca uma mudança estrutural no modelo de investimento para a reforma nos EUA, com potencial para alterar profundamente o destino de biliões de euros em poupanças individuais. Apesar da promessa de maior diversificação, a medida levanta preocupações legítimas sobre riscos, comissões e transparência, especialmente para os trabalhadores menos informados. O verdadeiro impacto será determinado pela forma como os fiduciários irão aplicar estas novas opções e pelas regras complementares que forem emitidas nos próximos meses.


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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.

(Artigo sobre as alterações legais do 401k, formato “Geral”, atualizado com informações até 11 de Agosto de 2025. Categoria: Política. Classe de Ativos: N/A. Tags: Trump, Política, EUA, 401K