EUA, Bloqueio de Veículos Elétricos Chineses – 20 Jan 25

Regras Restritivas e o Impacto no Mercado

A administração de Joe Biden deu um passo significativo para restringir a presença de veículos chineses no mercado americano, ao finalizar, no dia 14 de janeiro, regras que efetivamente barram a entrada de quase todos os carros e camiões provenientes da China. Este movimento surge como parte de uma estratégia mais ampla para enfrentar questões de segurança nacional e proteger a indústria automóvel dos Estados Unidos.

As novas regras, anunciadas pelo Departamento de Comércio, proíbem o uso de software e hardware chineses em veículos conectados a partir de 2027 e 2029, respetivamente. Adicionalmente, estas restrições impedem que empresas automóveis chinesas testem carros autónomos em estradas americanas.

As medidas também incluem tarifas elevadas sobre as importações de veículos elétricos chineses, uma política reforçada em setembro de 2024, e a inclusão da principal empresa de baterias da China, CATL, numa lista de entidades acusadas de apoiar atividades militares.

De acordo com Gina Raimondo, secretária de Comércio, “não queremos dois milhões de carros chineses na estrada e depois perceber… temos uma ameaça.” Este posicionamento reflete a crescente preocupação dos EUA com o potencial uso de tecnologias chinesas para fins de vigilância ou interferência.

Exceções e Abertura Limitada

Embora abrangentes, as regras preveem algumas isenções. Veículos com peso superior a 10.000 libras, como os autocarros elétricos montados pela BYD na Califórnia, foram excluídos das restrições. Da mesma forma, software chinês desenvolvido antes da entrada em vigor das regras poderá ser utilizado, desde que não esteja sob manutenção de empresas chinesas.

Estas exceções permitem que empresas como a General Motors (GM) e a Ford continuem a importar veículos fabricados na China para o mercado dos EUA, sob condições específicas.

Reações da Indústria e Desafios

As novas regulamentações geraram preocupações em vários setores. A Polestar, marca sueca do grupo chinês Geely, alertou que as regras poderão “proibir efetivamente” as suas vendas nos Estados Unidos. Por outro lado, a Aliança para a Inovação Automóvel, que representa grandes fabricantes como Toyota, Volkswagen e Hyundai, solicitou um ano adicional para adaptar-se às novas exigências, mas o pedido foi rejeitado.

Perspetivas Futuras com a Administração Trump

Com a posse de Donald Trump agendada para 20 de janeiro, o futuro das importações de automóveis chineses poderá ser moldado por políticas mais restritivas. Trump já expressou interesse em barrar importações, mas mostrou abertura para que fabricantes chineses construam veículos nos Estados Unidos, promovendo uma política de “produzir localmente.”