
As Eleições Presidenciais Americanas de 2024: Porquê Alguns Estados Decidem o Futuro de Mais de 330 Milhões de Pessoas
Na próxima terça-feira, o futuro dos Estados Unidos estará nas mãos de dezenas de milhares de eleitores que representam apenas uma fração da população total do país. Apesar de a eleição presidencial envolver mais de 330 milhões de americanos, apenas sete estados têm, de facto, potencial para inclinar a balança entre os candidatos, neste caso, a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump.
O Sistema do Colégio Eleitoral: Porque é Que o Voto Popular Nacional Não Determina o Presidente
Diferente de outras eleições, a corrida presidencial americana não depende apenas do voto popular. A escolha do presidente é feita através de um sistema conhecido como Colégio Eleitoral. Cada estado, assim como o Distrito de Columbia, contribui com um número específico de votos eleitorais, que se baseia, em grande parte, na sua população. Um candidato precisa de obter pelo menos 270 dos 538 votos eleitorais para vencer, podendo alcançar essa meta mesmo sem ganhar a maioria do voto popular, como aconteceu com Trump em 2016.
Os Sete Estados-Chave: Os “Campos de Batalha” Eleitorais
Este ano, sete estados são considerados verdadeiramente em jogo: os do Cinturão da Ferrugem (Michigan, Pensilvânia e Wisconsin) e os do Cinturão do Sol (Arizona, Geórgia, Nevada e Carolina do Norte). Estes estados são os principais focos das campanhas, refletindo-se na concentração de eventos de campanha e gastos publicitários. Destaca-se a Pensilvânia, o mais populoso dos sete e que, segundo analistas, tem a maior probabilidade de ser o ponto de viragem decisivo nesta eleição.
O Peso da Pensilvânia na Decisão Final
Com 19 votos eleitorais, a Pensilvânia representa o maior prémio entre os estados em disputa e é vista como essencial para as chances de ambos os candidatos. Se Harris não vencer neste estado, terá de conquistar vitórias em locais historicamente difíceis para os democratas, como a Carolina do Norte ou a Geórgia. Já Trump, caso perca a Pensilvânia, precisará de conquistar estados como Wisconsin ou Michigan, que raramente favorecem candidatos republicanos.
A importância do estado é tal que ambas as campanhas têm focado grande parte dos seus esforços lá, com mais de 279 milhões de dólares em publicidade até ao início de outubro, bem à frente do segundo estado mais disputado, o Michigan.
Quão Renhida Está a Corrida?
A corrida está mais acirrada do que nunca. Em muitos dos estados-chave, a diferença entre Harris e Trump é mínima, sendo que em alguns está dentro de um ponto percentual, segundo dados do New York Times. Em 2020, uma pequena mudança de votos em apenas três estados teria dado a reeleição a Trump, o que mostra como cada voto é decisivo.
Um Voto no Nebraska que Pode Decidir Tudo
Em alguns estados, como o Nebraska e o Maine, os votos eleitorais são distribuídos por distritos, e não de forma geral para o vencedor. Este ano, o 2º Distrito Congressional de Nebraska que cobre a cidade de Omaha é particularmente importante. Se Harris vencer em três estados do Cinturão da Ferrugem e Trump nos outros quatro campos de batalha, este único voto eleitoral pode ser o fator decisivo entre uma vitória para Harris ou um empate de 269-269, situação que levaria a decisão para a Câmara dos Representantes, onde Trump teria uma vantagem.
Conclusão
As eleições presidenciais americanas continuam a ser um evento onde um pequeno grupo de eleitores tem um impacto desproporcional sobre o destino do país. Em última análise, este sistema reflete a complexidade política dos Estados Unidos, onde uma série de estados-chave e até mesmo distritos individuais podem ser os árbitros finais de uma corrida tão renhida. Com os candidatos focados em garantir esses votos cruciais, a terça-feira promete ser uma noite histórica, decidindo o futuro da liderança americana.
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