
Aqui pode acompanhar as últimas notícias relacionadas com a Política Monetária dos EUA. Estas atualizações são essenciais para compreender os desenvolvimentos que moldam o cenário global, influenciam decisões estratégicas e impactam diretamente os mercados, as economias e as relações internacionais.
Fed mantém taxas e adia cortes face ao impacto esperado das tarifas de Trump na inflação
Destaques (23 de maio de 2025)
- A Fed manteve a taxa de juro diretora entre 4,25% e 4,50%, adiando qualquer corte até que haja mais clareza sobre os efeitos das novas tarifas impostas pela administração Trump
- Projeções económicas apontam para um cenário de estagflação em 2025, com crescimento de apenas 1,4%, inflação de 3% e desemprego a subir para 4,5%
- Powell alertou para um choque de custos iminente nos preços ao consumidor, devido à transmissão dos encargos alfandegários pelas cadeias de produção
- Cortes de juros continuam previstos, mas num ritmo mais lento: 0,50 pontos percentuais em 2025, seguidos de apenas 0,25 pontos em 2026 e 2027
- Trump voltou a criticar a Fed, exigindo cortes imediatos e apelidando Powell de “estúpido”, aumentando a tensão entre a política monetária e a Casa Branca
A Fed aguarda, mas mantém viés para cortes
A Reserva Federal dos EUA decidiu manter as taxas de juro inalteradas na reunião de dois dias concluída a 18 de junho, justificando a decisão com incerteza elevada sobre os efeitos das novas tarifas comerciais anunciadas pela administração Trump.
Segundo o presidente da Fed, Jerome Powell, a inflação recente tem mostrado sinais favoráveis, mas o risco de aceleração futura devido ao impacto das tarifas exige prudência. “Todos concordam que as projeções são dependentes dos dados, e ninguém está a agarrar-se firmemente a um caminho fixo de cortes”, disse Powell na conferência de imprensa.
Estagflação no horizonte: crescimento lento, inflação elevada
As novas projeções macroeconómicas da Fed apontam para um cenário moderadamente estagflacionário:
- Crescimento do PIB em 2025: 1,4% (abaixo dos 1,7% projetados em março)
- Inflação até final do ano: 3% (bem acima do objetivo de 2%)
- Desemprego: 4,5% (face aos 4,2% de maio)
Apesar destes dados, a Fed mantém a previsão de cortar juros em 0,50 p.p. ao longo de 2025, com um ritmo mais lento previsto para os anos seguintes: 0,25 p.p. em 2026 e 2027, numa tentativa prolongada de reconduzir a inflação ao objetivo de 2%.
Sete dos 19 decisores monetários veem nenhuma necessidade de cortes adicionais, refletindo divergências internas quanto à persistência inflacionista e à solidez do mercado de trabalho.

Tarifas de Trump: o novo risco inflacionista
Powell destacou que os aumentos de preços impostos pelas tarifas ainda não foram plenamente transmitidos ao consumidor, mas que essa realidade está a caminho. “Alguém terá de suportar os custos, seja o produtor, o exportador, o importador ou o retalhista e, em última instância, parte recairá sobre o consumidor final.”
O presidente da Fed sublinhou que as decisões futuras serão mais eficazes “se esperarmos um pouco mais para perceber como se materializa a inflação derivada dos impostos sobre as importações”.
A administração Trump prepara-se para implementar um novo pacote de tarifas já no início de julho, o que poderá agravar ainda mais as pressões sobre os preços ao consumidor.
Powell sob ataque político
A Fed voltou a ignorar os apelos de Donald Trump para um corte imediato nas taxas, atitude que desencadeou uma nova ronda de críticas por parte do presidente. Trump chamou Powell de “estúpido” e sugeriu, em tom provocatório, que poderia nomear-se a si próprio como chefe da Fed.
Apesar da turbulência política, Powell garantiu que o banco central continua a monitorizar o contexto geopolítico e económico, mas não vê necessidade de ajustar a política enquanto a incerteza prevalecer. A Fed mantém a postura de “esperar para ver”, reservando flexibilidade para reagir a novas informações, seja sobre inflação, tarifas ou conflitos no Médio Oriente.
Conclusão
A política monetária da Fed em 2025 está marcada por espera estratégica num contexto de incerteza comercial e fiscal, provocado em grande parte pelas medidas da administração Trump. A decisão de manter as taxas e adiar cortes mais significativos reflete a dificuldade de navegar entre uma economia com sinais de estagnação e o risco real de nova pressão inflacionista. Com cortes ainda no horizonte, mas sujeitos à evolução dos dados, a Fed prepara-se para um segundo semestre decisivo, onde o equilíbrio entre controlo da inflação e estímulo económico será posto à prova, sob intensa pressão política.
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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre a Política Monetária nos EUA (FED), formato “Geral”, atualizado com informações até 18 de Junho de 2025. Categoria: Bancos Centrais. Classe de Ativos: N/A. Tags: Política Monetária, FED, Banco Central, Taxa de Juro, EUA)