
Mercado Imobiliário dos EUA Sente Pressão com Aumento das Taxas de Hipoteca em Contexto de Nova Presidência
- A taxa de juro para hipotecas a 30 anos nos EUA subiu para 6,73%, o nível mais alto desde julho.
- Decisão da Reserva Federal de reduzir as taxas de juro pode ser mais lenta devido à robustez dos dados económicos e à vitória de Trump.
- Investidores especulam que a presidência de Trump e o controlo republicano no Congresso poderão manter a inflação e as taxas de juro elevadas.
- Os pedidos de refinanciamento caíram e representam agora apenas 43,1% dos pedidos de hipoteca, abaixo da média histórica.
A taxa de juro para o empréstimo à habitação mais popular nos Estados Unidos subiu para 6,73% na semana passada, o valor mais elevado desde julho. Este aumento cria novos desafios para o mercado imobiliário, num momento em que a Reserva Federal mantém uma política cautelosa, ajustando apenas gradualmente a taxa de juro de referência para empréstimos de curto prazo.

A Mortgage Bankers Association reportou que a taxa média contratual de uma hipoteca de taxa fixa a 30 anos subiu 21 pontos base na semana que terminou a 25 de outubro. Esta subida acontece no seguimento da reunião da Fed em setembro, onde houve um corte inicial de meio ponto percentual na taxa de juro e foi sinalizada uma tendência de futuras reduções. Contudo, o ritmo destas reduções poderá ser mais moderado do que inicialmente esperado, especialmente com Donald Trump de regresso à presidência e o Congresso agora sob domínio republicano.
Desde a reunião da Fed em setembro, a expectativa era que as taxas de hipoteca continuassem a cair, dando um impulso ao mercado imobiliário. Esta antecipação levou a um aumento considerável nas transações, com a Associação Nacional de Agentes Imobiliários a reportar o maior crescimento em quatro anos nos contratos de compra de casas usadas em setembro. Contudo, após a reunião, dados económicos mais robustos incluindo um aumento nos gastos dos consumidores e um crescimento acentuado do emprego geraram especulações de que a Reserva Federal pode não ter tanta pressa em cortar as taxas de juro.
Além disso, com a vitória de Trump, investidores estimam que a sua política económica pode manter a inflação e as taxas de juro em patamares elevados. Trump já declarou a sua intenção de fomentar o crescimento económico através de estímulos fiscais, o que, juntamente com o apoio do Congresso, poderá alimentar pressões inflacionistas. Este cenário tem refletido diretamente nos rendimentos do Tesouro dos EUA a 10 anos, que atingiram um valor máximo em quase quatro meses, impactando as taxas de hipoteca, que seguem de perto o comportamento destes títulos.
O aumento das taxas teve um impacto nos pedidos de refinanciamento, que diminuíram na semana passada, representando agora apenas 43,1% do total de pedidos de hipoteca, um valor inferior à média histórica de 48%.
Com as incertezas sobre o ritmo das futuras reduções da Fed e um contexto político que aponta para uma possível pressão ascendente nos juros, o mercado imobiliário enfrenta agora um novo conjunto de variáveis que deverão influenciar as decisões dos investidores e dos consumidores nos próximos meses.
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