
EUA, Inflação no Consumidor
- Inflação em Alta: Preços ao consumidor nos EUA aumentaram 0,2% em outubro, com custos de habitação e alimentos a pressionar a inflação.
- Ritmo de Redução Abranda: O progresso rumo a uma inflação baixa desacelerou, levando a Fed a reavaliar cortes nas taxas de juro em 2025.
- Efeito das Eleições: Vitória de Donald Trump pode impulsionar políticas inflacionistas, aumentando os custos para as empresas e consumidores.
- Mercados em Ajuste: Expectativas de corte de 25 pontos base em dezembro aumentaram para 82,3%, mas a Fed pode adotar uma postura mais cautelosa no próximo ano.
- Pressão Persistente no Núcleo da Inflação: Excluindo alimentos e energia, o núcleo do CPI subiu 0,3%, indicando uma inflação resistente em setores como habitação e cuidados médicos.
A inflação nos EUA aumentou em outubro, com destaque para o impacto dos custos de habitação, que voltaram a pressionar os preços ao consumidor. Esse aumento reflete a pressão persistente de setores-chave, como o alojamento e serviços, e demonstra que a luta contra a inflação poderá ser mais prolongada do que o inicialmente esperado, levando a uma provável contenção nos cortes das taxas de juro pela Reserva Federal (Fed) em 2025.
Segundo o relatório do Departamento do Trabalho, o índice de preços ao consumidor (CPI) registou um aumento de 0,2% em outubro, sustentado pela subida nos custos de rendas, alojamento temporário e alimentos. Este resultado vem em linha com as previsões dos economistas, mas revela que o ritmo de redução da inflação abrandou, gerando preocupações entre os decisores políticos sobre a eficácia das políticas atuais da Fed.

Habitação e Alimentos como Principais Contribuintes para a Alta de Preços
O alojamento foi o fator determinante no aumento mensal do IPC, com uma alta de 0,4%, enquanto o custo da eletricidade subiu 1,2% e o preço do gás natural aumentou 0,3%. Além disso, embora os preços dos alimentos tenham desacelerado face ao mês anterior, subindo 0,2%, itens como o pão, os produtos lácteos e as bebidas não alcoólicas compensaram a queda nos preços das carnes e dos ovos, que diminuíram 6,4%.
Inflação Anual e Perspetivas de Política Monetária
Nos últimos 12 meses, o CPI aumentou para 2,6%, acima dos 2,4% registados em setembro. Este aumento também reflete o efeito da substituição de valores mais baixos de um ano atrás. A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais, com base em promessas de cortes de impostos e tarifas elevadas, tende a impulsionar ainda mais a inflação em 2025, conforme economistas preveem que essas políticas possam aumentar os custos para as empresas e, consequentemente, os preços ao consumidor.

Apesar da expectativa de um terceiro corte nas taxas de juro em dezembro, o ambiente macroeconómico indica que a Fed poderá adotar uma postura mais cautelosa para o próximo ano, com potenciais cortes de taxas em um ritmo mais lento.
Expectativas para o Núcleo de Inflação e Pressões Persistentes
Excluindo alimentos e energia, o núcleo do CPI aumentou 0,3% em outubro, repetindo o mesmo ritmo pelo terceiro mês consecutivo, refletindo a pressão contínua do setor de habitação. O aumento do núcleo do IPC foi acompanhado por uma recuperação nos preços de cuidados médicos e transportes aéreos, além de uma subida de 2,7% nos preços dos carros e camiões usados.
Para o núcleo do índice de preços PCE, que é um indicador preferido pela Fed para a formulação de políticas, as projeções apontam para um aumento de 2,8% em outubro, refletindo uma trajetória de inflação que, apesar dos esforços de contenção, ainda se encontra acima da meta de 2% da Fed.
Mercados e Expectativas de Redução das Taxas de Juro
Nos mercados financeiros, as probabilidades de um corte de 25 pontos base nas taxas de juro em dezembro aumentaram para 82,3% após a divulgação dos dados de inflação, acima dos 58,7% antes do relatório. No entanto, a rigidez de algumas categorias de preços e a possível pressão inflacionista das políticas de Trump sugerem que a Fed poderá reavaliar o seu plano de ação em 2025.
Os economistas consideram que a capacidade dos consumidores para suportar uma nova ronda de inflação é mais frágil neste contexto, um fator que poderá influenciar a Fed a ajustar a sua política para evitar um aumento das expectativas inflacionárias de longo prazo.
Conclusão
Embora a inflação nos EUA esteja longe do pico registado em 2022, os dados de outubro indicam uma estagnação no progresso para o objetivo de 2% da Fed. Este cenário poderá levar a Fed a moderar o ritmo de cortes nas taxas de juro nos próximos anos, principalmente face ao impacto potencial das políticas económicas de Trump. Com a economia a enfrentar desafios de oferta de mão de obra e custos crescentes para empresas, o risco de inflação elevada permanece, exigindo um balanço cuidadoso entre o estímulo à economia e o controlo dos preços.
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