
EUA Inflação no Consumidor, Destaques (11 Dezembro 2024)
- A inflação ao consumidor nos EUA subiu 0,3% em novembro, marcando o maior aumento mensal em sete meses, enquanto a taxa anual atingiu 2,7%.
- A inflação subjacente permaneceu estagnada em 3,3%, destacando desafios persistentes para a Reserva Federal (Fed).
- Expectativas de cortes graduais nas taxas de juro pela Fed em 2025 enfrentam incertezas, incluindo tarifas comerciais iminentes e uma possível desaceleração económica global.
Inflação nos EUA regista aumento moderado, mas persiste como desafio para a Fed
11 de dezembro de 2024 – A inflação ao consumidor nos Estados Unidos acelerou em novembro, com o índice de preços ao consumidor (“CPI”) a subir 0,3%, após quatro meses consecutivos de aumentos de 0,2%. Este aumento, o maior em sete meses, elevou a taxa anual para 2,7%, acima dos 2,6% registados em outubro, segundo o Departamento do Trabalho.

Enquanto o crescimento económico e o mercado de trabalho mostram sinais de arrefecimento, a Reserva Federal enfrenta um cenário complexo de inflação persistente. O banco central deverá avançar com um corte de 25 pontos base na sua reunião de política monetária na próxima semana, mas os dados de inflação subjacente sugerem que a luta contra as pressões nos preços está longe de terminar.

Componentes da inflação: alojamento e alimentos como principais motores
O aumento nos custos de alojamento, que subiram 0,3%, foi responsável por quase 40% do aumento do “CPI” em novembro. Este componente incluiu uma subida de 3,7% nos preços de hotéis e motéis, o maior aumento desde outubro de 2022.
Os preços dos alimentos também registaram um crescimento expressivo, aumentando 0,4% em novembro, face aos 0,2% registados em outubro. Os preços dos ovos subiram 8,2%, impulsionados por surtos de gripe aviária, enquanto os preços da carne bovina e das bebidas não alcoólicas também aumentaram. No entanto, os preços de cereais e produtos de padaria caíram 1,1%, marcando a maior redução desde 1989.
Inflação subjacente: estabilidade desafiante para a Fed
Excluindo componentes voláteis como alimentos e energia, o núcleo do “CPI” subiu 0,3% pelo quarto mês consecutivo. Embora as rendas tenham registado o menor aumento desde julho de 2021, subindo apenas 0,2%, outros setores como os serviços de saúde e seguros automóveis continuaram a pressionar os preços.
“O arrefecimento dos preços das rendas é significativo e poderá ser um indicador de que a inflação está a entrar numa fase mais controlada”, afirmou Kathy Bostjancic, economista-chefe da Nationwide.
Apesar disso, as pressões sobre os preços dos serviços, combinadas com a estagnação do “Core CPI”, continuam a dificultar o progresso em direção à meta de 2% da Fed.
Impacto nos mercados financeiros e decisão da Fed
Os mercados financeiros já precificaram quase totalmente um corte de 25 pontos base nas taxas de juro pela Fed na próxima semana, colocando a taxa de referência no intervalo de 4,25%-4,50%. Este será o terceiro corte consecutivo, após um ciclo de aumentos que somaram 5,25 pontos percentuais entre março de 2022 e julho de 2023.
Com o crescimento económico a desacelerar e o mercado de trabalho a mostrar sinais de fraqueza, incluindo uma subida da taxa de desemprego para 4,2% em novembro, a Fed enfrenta a difícil tarefa de equilibrar o apoio à economia com a necessidade de conter a inflação.
Desafios futuros: tarifas e perspetivas económicas
Além das dinâmicas internas, a política comercial da nova administração de Donald Trump poderá introduzir novas pressões inflacionárias. A promessa de tarifas de 25% sobre bens importados dos EUA ameaça elevar os preços em 2025, enquanto as deportações em massa de imigrantes anunciadas podem exacerbar os custos de mão de obra.
Embora os analistas esperem uma desaceleração da inflação no próximo ano, impulsionada pelo arrefecimento das rendas e maior folga no mercado de trabalho, os riscos inflacionários associados às tarifas comerciais e à incerteza global permanecem.
Conclusão
O aumento moderado da inflação em novembro sublinha os desafios contínuos enfrentados pela Fed numa economia em transição. Enquanto os cortes graduais nas taxas de juro estão em curso, os responsáveis políticos terão de navegar cuidadosamente num ambiente marcado por incertezas internas e externas, assegurando uma recuperação económica sustentável sem comprometer o controlo da inflação.
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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre a Inflação no consumidor nos EUA, formato “Geral”, atualizado com informações até 11 de Dezembro de 2024. Categorias: Economia. Tags: Economia, EUA, Inflação)