EUA, Inflação no Consumidor – 13 Fev 25

Aqui pode acompanhar as últimas notícias relacionadas com a economia dos EUA. As notícias são uma componente importante, pois ajudam a manter uma linha condutora em relação aos eventos mais relevantes que influenciam o crescimento económico, a estabilidade financeira e as dinâmicas do mercado local e global.


Inflação dos EUA Regista Maior Aumento em Quase um Ano e Meio

DESTAQUES (12 de fevereiro de 2025)

  • O IPC subiu 0,5% em janeiro, o maior aumento desde agosto de 2023.
  • Nos últimos 12 meses, a inflação chegou a 3,0%, o valor mais elevado desde junho de 2024.
  • O aumento dos custos com habitação e seguros foi um dos principais fatores de pressão inflacionista.
  • O custo dos ovos subiu 15,2%, o maior aumento mensal desde 2015.
  • A Fed reforça mensagem de que não há pressa para cortar taxas de juro.

Inflação nos EUA Continua Acima do Esperado

A inflação nos Estados Unidos registou um aumento significativo em janeiro, com os custos de bens e serviços a subirem acentuadamente, segundo o Departamento do Trabalho. Este aumento inesperado reforça a posição da Reserva Federal (Fed) de manter as taxas de juro elevadas por mais tempo, num contexto de crescente incerteza económica.

A subida de preços foi impulsionada pelo aumento recorde no custo de medicamentos sujeitos a receita médica e pela escalada dos preços dos seguros automóveis. A Fed tem expressado preocupação com a pressão inflacionária, especialmente no setor dos serviços, onde os preços continuam a crescer de forma consistente.

Segundo economistas, o padrão de aumentos do IPC em janeiro pode estar ligado a ajustes sazonais, mas o impacto generalizado sugere que há forças económicas subjacentes que continuam a alimentar a inflação.

Principais Pressões Inflacionistas

O IPC subiu 0,5% em janeiro, o maior aumento desde agosto de 2023, superando a expectativa do mercado de 0,3%. O aumento do custo da habitação (+0,4%) foi responsável por quase 30% do aumento total da inflação, enquanto os preços dos alimentos cresceram 0,4%.

Entre os produtos mais afetados, destacam-se:

  • Ovos: aumento de 15,2% devido a um surto de gripe aviária.
  • Combustíveis: gasolina subiu 1,8% e gás natural 1,8%.
  • Medicamentos sujeitos a receita: aumento recorde de 2,5%.
  • Seguro automóvel: acréscimo de 2,0%.

O impacto das tarifas comerciais também começa a refletir-se nos preços. Com o presidente Donald Trump a aplicar uma tarifa de 10% sobre os produtos chineses e a ameaçar novas medidas sobre o Canadá e o México a partir de março, os economistas alertam que a inflação pode continuar elevada.

Fed Reforça Postura Cautelosa

A Fed tem mantido a sua taxa de referência entre 4,25% e 4,50% desde janeiro, e os recentes dados de inflação dão-lhe motivos para manter a política monetária restritiva por mais tempo.

Jerome Powell, presidente da Fed, afirmou que “ainda não chegámos lá” no que toca ao objetivo de 2% de inflação, sugerindo que os cortes nas taxas de juro poderão ser adiados para o segundo semestre do ano.

Os mercados reagiram de imediato aos dados:

  • Wall Street registou perdas, com os investidores preocupados com a possibilidade de taxas elevadas por mais tempo.
  • O dólar perdeu valor face a um cabaz de moedas.
  • Os rendimentos das obrigações do Tesouro subiram, refletindo uma expectativa de juros elevados.

Perspetivas para a Inflação

A expectativa de cortes nas taxas de juro está a diminuir. O inquérito da Universidade de Michigan revelou que as expectativas de inflação a um ano atingiram o seu ponto mais alto em 15 meses, refletindo a preocupação dos consumidores sobre o impacto das tarifas e dos custos elevados.

O IPC subjacente, que exclui alimentos e energia, aumentou 0,4% em janeiro e 3,3% no acumulado de 12 meses, reforçando a tese de que a inflação se mantém persistente.

Para os próximos meses, a atenção estará centrada nos dados de inflação do produtor, que serão divulgados esta quinta-feira, podendo influenciar as expectativas sobre a política monetária da Fed.

Com os custos a manterem-se elevados e os riscos inflacionistas a persistirem, o mercado está cada vez mais convencido de que a Fed manterá as taxas altas até pelo menos junho de 2025. O próximo trimestre será crucial para avaliar se a inflação pode ser contida sem a necessidade de medidas ainda mais restritivas.

Conclusão

A inflação nos EUA continua a surpreender em alta, dificultando os planos da Fed de flexibilizar a política monetária no curto prazo. O aumento dos preços em setores essenciais, como habitação, seguros e bens alimentares, mantém a pressão sobre os consumidores e levanta dúvidas sobre a sustentabilidade da recuperação económica. Com a incerteza em torno das tarifas comerciais e a resistência da inflação a cair para a meta de 2%, a Fed poderá manter as taxas elevadas por mais tempo, adiando qualquer corte para o segundo semestre de 2025. O mercado continuará atento a novos dados económicos para avaliar o rumo da política monetária nos próximos meses.


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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.

(Artigo sobre a Inflação no Consumidor nos EUA, formato “Geral”, atualizado com informações até 15 de Janeiro de 2025. Categorias: Economia. Tags: Economia, EUA, Inflação, Inflação no Consumidor, CPI)