EUA, Inflação no Consumidor – 14 Mai 25

Aqui pode acompanhar as últimas notícias relacionadas com a economia dos EUA. As notícias são uma componente importante, pois ajudam a manter uma linha condutora em relação aos eventos mais relevantes que influenciam o crescimento económico, a estabilidade financeira e as dinâmicas do mercado local e global.


Inflação nos EUA sobe 0,2% em abril com pressão nos arrendamentos e tarifas a ameaçar novo impulso nos preços

Destaques (13 de maio de 2025)

  • O CPI subiu 0,2% em abril, após uma queda de 0,1% em março — a primeira descida desde maio de 2020
  • A inflação homóloga recuou para 2,3%, o nível mais baixo desde fevereiro de 2021
  • A inflação subjacente manteve-se em 2,8% em termos anuais, com aumentos em rendas, seguros e medicamentos
  • A queda nos preços dos alimentos (-0,1%) e da gasolina (-0,1%) ajudou a conter o avanço global
  • As tarifas sobre bens chineses foram reduzidas temporariamente para 30%, mas o impacto real nos preços espera-se a partir de maio e junho
  • O mercado continua a antecipar um corte de juros pela Fed em setembro, com a taxa diretora a manter-se nos 4,25%–4,50%

Inflação abranda em termos anuais, mas núcleo permanece pressionado

O Índice de Preços no Consumidor (CPI) subiu 0,2% em abril, após uma descida de 0,1% em março. Em termos anuais, a inflação abrandou para 2,3%, refletindo uma moderação de pressões em categorias como energia e bens alimentares.

Contudo, o núcleo da inflação (core CPI), que exclui alimentos e energia, subiu também 0,2% no mês, mantendo-se nos 2,8% em termos anuais, inalterado face a março. Este valor ainda se encontra acima da meta de 2% da Fed, limitando a margem de manobra do banco central.

Rendas e seguros impulsionam o núcleo da inflação (Core)

Os principais motores do núcleo em abril foram:

  • Rendas e habitação (shelter): +0,3%, representando mais de metade do aumento do índice geral
  • Renda equivalente dos proprietários: +0,4%
  • Seguros automóveis e medicamentos: +1,0% e +0,4%, respetivamente
  • Mobiliário doméstico: +1,0%

Em contrapartida, houve quedas nos preços de:

  • Vestuário, brinquedos e artigos de lazer
  • Viagens de avião: -2,8%, com menor procura de lazer e viagens de negócios
  • Hotéis e alojamento temporário: -0,1%

Alimentos e energia em retração

Os preços dos alimentos recuaram 0,1% no mês, com destaque para:

  • Ovos: -12,7%, a maior queda desde 1984
  • Frutas, vegetais, cereais e padaria: todos em terreno negativo
  • Bebidas não alcoólicas: +0,7% (única exceção)

A energia registou comportamento misto:

  • Gasolina: -0,1%
  • Gás natural e eletricidade: subiram ligeiramente

Tarifas elevam risco de reaquecer inflação no verão

Embora os dados de abril ainda não captem totalmente os efeitos das novas tarifas comerciais decretadas por Donald Trump a 2 de abril, economistas estimam que os impactos começarão a sentir-se com força em maio e junho.

  • A tarifa geral de 10% sobre todas as importações permanece em vigor
  • Tarifas específicas — como os 25% sobre veículos e os 20% sobre produtos ligados ao fentanil — foram temporariamente adiadas até julho
  • Durante o fim de semana anterior à divulgação dos dados, os EUA e a China acordaram uma redução temporária das tarifas para 30% (EUA) e 10% (China) durante 90 dias, mas a pressão sobre bens importados permanece acima dos níveis de início de 2025

Segundo o Budget Lab da Universidade de Yale, estas tarifas poderão gerar um aumento de 1,7% no CPI ao longo dos próximos meses, equivalente a uma perda de $2.800 por agregado familiar em poder de compra.

Fed em modo de espera com mercado a apontar para corte em setembro

A Reserva Federal manteve a taxa de juro de referência em 4,25%–4,50% na sua última reunião, e os analistas esperam que só volte a cortar juros a partir de setembro, salvo agravamento da conjuntura económica.

A estabilidade da inflação subjacente em 2,8%, aliada à incerteza sobre os efeitos totais das tarifas, justifica uma abordagem cautelosa por parte da Fed.

“A inflação poderá subir até aos 3,4% no final do ano, em vez dos 4% anteriormente previstos”, disse Kathy Bostjancic, economista-chefe da Nationwide.

Conclusão

A inflação nos EUA mostra sinais de moderação em termos gerais, mas o núcleo permanece elevado e vulnerável a pressões de segunda ordem, como rendas, seguros e tarifas comerciais. A pausa da Fed continua justificada, mas qualquer subida inesperada do CPI nos próximos meses poderá reacender o debate sobre se o ciclo de cortes poderá mesmo acontecer este ano.

A evolução do CPI de maio e junho, quando o impacto pleno das tarifas começar a refletir-se, será decisiva para determinar a trajetória da política monetária e do consumo interno no segundo semestre.


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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.

(Artigo sobre a Inflação no Consumidor nos EUA, formato “Geral”, atualizado com informações até 13 de Maio de 2025. Categorias: Economia. Tags: Economia, EUA, Inflação, Inflação no Consumidor, CPI)